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Sesimbra: festa do Senhor Jesus das Chagas reduzida e à porta fechada

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Todos os anos, a 4 de maio, milhares de pessoas enchem as ruas da vila de Sesimbra para assistir à procissão em honra do Senhor Jesus das Chagas. Este ano, em contexto de pandemia, a procissão não foi possível mas a data não deixou de ser assinalada.

A novena, que habitualmente antecede a procissão, foi realizada por videoconferência e a Eucaristia foi celebrada à porta fechada na Capela da Misericórdia, com a presença de representantes da autarquia, das forças de segurança locais e dos corpos dirigentes da Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra.

A celebração, presidida pelo Pároco, Padre Manuel Silva, foi transmitida em direto nas redes sociais, tendo sido acompanha por mais de 350 pessoas. “Só um grande amor explica esta presença!” assume Silvina Palmeirim, paroquiana, em nota enviada à Diocese.

O culto ao Senhor Jesus das Chagas em Sesimbra remonta ao século XVI, mais concretamente a 1534, ano em que, de acordo com a tradição oral passada de geração em geração, a representação do Senhor das Chagas existente na vila terá sido trazida por correntes marítimas durante a afirmação do Protestantismo em Inglaterra, quando todas as imagens católicas foram deitadas ao mar. A imagem foi encontrada por pescadores, a 4 de maio de 1534, nas praias de Sesimbra.

Silvina recorda que a imagem “habitualmente na Capela da Misericórdia, no centro da vila, é levada para a Igreja Matriz para a novena que prepara a Procissão e a Festa”.  Durante as festividades, “a manifestação de Fé e Amor é pública, e não há habitante que fique em casa. Os homens revezam-se no transporte do andor, alguns privilegiados; mas as mulheres também querem ter a sua parte, e as mães, levadas pela gratidão e o carinho, substituem no andor os homens na última etapa, já de regresso à Capela da Misericórdia.”

A paroquiana acredita que, na história de Sesimbra, as celebrações deste ano foi caso único. E deseja, suplicando a Deus, “que em breve possamos reunir-nos presencialmente, no fim da calamidade, para Lhe agradecermos o Seu grande amor e a Sua constante inigualável proteção.”

JM

 

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06 de Maio de 2020