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D. José Ornelas presidiu a Eucaristias em Setúbal e Montijo na Solenidade de Pentecostes

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O Bispo diocesano celebrou Eucaristia vespertina na Igreja do Divino Espírito Santo no Montijo e no domingo na Sé de Setúbal, dando as boas vindas à assembleia “com alegria e emoção” na retoma das Eucaristias públicas depois de dois meses de confinamento.

Na homilia, D. José Ornelas destacou o carácter simbólico da reabertura das Igrejas na celebração da Solenidade do Pentecostes, “que conserva e reaviva a memória do início da Igreja, com o dom do Espírito Santo, após a morte e ressurreição de Jesus.”

A celebração de hoje sugere-nos duas atitudes complementares da nossa fé: a responsabilidade cuidadosa diante dos perigos com que nos confrontamos; e a confiança na presença do Espírito do Senhor na nossa vida, que nos liberta do medo e da ansiedade que nos congrega e torna ativos no cuidado uns dos outros e na superação das dificuldades com que nos confrontamos.”

Atualizando a liturgia do Domingo e relembrando os focos de contágio de Covid-19 ativos na Diocese, o prelado refere que “o momento que vivemos pede-nos atenção e responsabilidade para connosco e para com os outros” e que a observação das normas vigentes é “uma atitude de caridade para com todos”.

Contudo, apela para que as orientações não nos façam viver com medo e nos isole dos outros. “Esse seria o pior dos vírus. Podemos ter de estar em nossas casas para cuidar responsavelmente de nós e dos outros, mas que isso não nos pode tirar a paz, a alegria a esperança.”

A Palavra de Deus neste Domingo de Pentecostes reflete o dom do Espírito que é a comunicação da vida de Deus, que nos torna seus filhos e filhas, por Ele amados, acompanhados e sempre protegidos. O Espírito Santo é a razão da nossa paz, da nossa serenidade e do nosso compromisso, nestes tempos que não são fáceis.”

Eucaristia vespertina na Igreja do Divino Espírito Santo, Montijo

“Igreja que é a comunhão dos irmãos e irmãs pelo dom do Espírito”

Salientando a importância da celebração comunitária da Missa, D. José Ornelas lembra que “na Eucaristia Cristo torna-se presente no meio de nós, mostrando o caminho e dando a alegria e a coragem pelo dom do seu Espírito. No Pentecostes, de um grupo fechado, com tristeza e medo, Ele faz apóstolos corajosos, anunciadores de alegria e criadores de um mundo novo. Isso é o queremos que sejam sempre as nossas eucaristias.”

Para o prelado, todos os batizados “são convocados para formarem a Igreja que é a comunhão dos irmãos e irmãs pelo dom do Espírito” e desse modo anunciarem “Boa Notícia que havia de transformar o mundo” a “pessoas de todas as origens e culturas, para formar um povo novo, de todos os povos da terra”.

Este é o sentido que adquirimos ao participar na Eucaristia. Somos acolhidos na comunidade e pela comunidade, oriundos de lugares e línguas e povos diferentes. Mas aqui somos irmãos e irmãs, porque filhos e filhas do mesmo Pai do Céu, nascidos do mesmo Espírito, discípulos do único Senhor Jesus. Ele partilha connosco o Pão, que é Ele próprio, a sua vida e o seu Espírito, para que vivamos por Ele. Assim nos ensina igualmente a partilhar o pão com quem precisa, a cuidar dos que caem, a construir um mundo de dignidade, de justiça e de solidariedade.”

“A Igreja do Pentecostes é caraterizada por um Espírito de saída, de anúncio e de missão” refere D. José Ornelas, salientando que “quem nasce do Espírito do Senhor torna-se anunciador do projeto de Deus, colaborador ativo e cuidador na construção desse mundo novo que nasce do Espírito” e que é fundamental a Igreja abrir as portas, “para que a presença do Espírito do Pentecostes se torne uma realidade concreta, em nossas casas, nos nossos bairros, nas nossas cidades, nos locais onde trabalhamos especialmente nas situações de quem mais precisa de apoio e de ajuda”.

Eucaristia dominical na Sé de Setúbal

Reforçando o sentido de partilhando de bens e dons no interior da Igreja, o bispo diocesano relembrou as carências que muitas famílias da Diocese estão a enfrentar e “para quem as comunidades paroquiais, a Cáritas Diocesana e muitas outras organizações têm estado na linha da frente”.  

Por isso, estamos a lançar, a partir das paróquias e de toda a Diocese, uma campanha de solidariedade, para fazer face ao desafio crescente das pessoas em dificuldade. Na partilha não há distância. Vamos respeitar o distanciamento profilático, mas é também necessário tornar-se próximo de quem mais precisa. A campanha tem início neste fim de semana, a partir das nossas paróquias e com a coordenação diocesana da Cáritas de Setúbal, que é a expressão da caridade da Igreja de Setúbal no seu conjunto. Que ninguém fique para trás; que ninguém fique esquecido por falta da nossa colaboração e generosidade.”

Por fim, o bispo diocesano sintetizado a Igreja que nasce do Pentecostes como uma Igreja que:

  • “sente a alegria, paz e a confiança do Senhor morto e ressuscitado;
  • se deixa contagiar pelo amor do Pai do céu, que nos torna seus filhos e filhas pelo dom do seu Espírito Santo;
  • vive unida por esse Espírito, na variedade dos dons que lhe concede para o serviço de todos;
  • abre as portas a todos os que precisam e acolhe irmãos e irmãs de todas as nações;
  • não se fecha em si mesma, mas abre as portas, todos os dias, para as ruas, praças e casas onde se encontra, anunciando o Evangelho que a faz viver e cuidando especialmente daqueles que mais precisam,
  • está empenhada no anúncio do Senhor Jesus, testemunhado pelo amor aos irmãos, à imitação daquilo que Ele fez, guiada pelo Espírito Santo nesta terra, até à plenitude da vida nos braços do Pai do Céu”.

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04 de Junho de 2020