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Igreja em Rede: Segunda-feira da X Semana do Tempo Comum – “Bem-aventurados os pobres em espírito” (Mt 5, 1-12)

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Liturgia de Segunda-feira da X Semana do Tempo Comum

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Casimiro Henriques, Pároco de São Sebastião e Quasi-Pároco do Coração de Maria

O ano litúrgico que vivemos, faz com que esta semana X do Tempo Comum seja um autêntico tempo da manifestação do Amor de Deus. Começámos com a Solenidade da Santíssima Trindade e, guiados pelo Anjo da Guarda de Portugal, chegamos à festa do Corpo e Sangue de Jesus.

Com este contexto podemos entender e compreender melhor as palavras que a Sagrada Liturgia nos oferece hoje. 

Afirma o Salmo 120 que o nosso auxílio vem do Senhor, aquele que fez o Céu e a terra, e que cuida de cada um de nós. Convencido desta verdade estava Elias que obedecendo à voz do Senhor, acabou por ser alimentado pelos corvos sinal do cumprimento das palavras divinas.

A confiança e a perseverança são chave de compreensão da atitude de Elias, mas também da vivência do Salmo 120. Na verdade dizer “o meu auxílio vem do Senhor” é fácil, num contexto de vida normalizado, mas já não será assim, nos momentos mais difíceis e de trevas. É por isso que Elias é a expressão da plena confiança e perseverança, além de ser o rosto do Amor e cuidado de Deus pelo seu Povo.

Chegados aqui, podemos agora entender melhor a lição das bem-aventuranças de Jesus.

O ensinamento de Jesus, não é o fornecimento de uma lista de preceitos e infelicidades a cumprir ou a suportar para ganharmos o Céu. As Bem-Aventuranças são a actualização da lição de Elias e do Salmo 120, ou seja, o convite de Deus para não olharmos o momento presente como um fim em si mesmo, mas como ocasião de aprendizagem e crescimento sabendo que Ele sempre nos cuida e protege mesmo quando tudo parece encaminhar-se para um desfecho catastrófico.

Na verdade, a vivência das virtudes na qual encaixa a dinâmica das Bem-aventuranças, acontece apenas quando o meu olhar rasga o horizonte da minha criação e alcança o olhar de Deus. Assim as palavras de Jesus deixam de ser essas listas de coisas discursadas passando a ser vida, como descobriu Elias, ou mesmo Paulo que vivendo a bem-aventurança evangélica nos ensinou: “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.

Padre Casimiro Henriques

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08 de Junho de 2020