Liturgia da Festa de Santo António de Lisboa
Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Rui Simão, Pároco de Fernão Ferro e Pinhal de Frades
«Não desaparecerá a sua memória e o seu nome viverá de geração em geração»
Neste dia 13 de Junho, damos graças a Deus pelo exemplo de um santo que, na sua peregrinação na terra, soube encontrar Deus e colocar-se ao Seu serviço. Honra maior nos é dada, pois trata-se de um santo português, nascido em Lisboa no século XII. No seu baptismo foi-lhe dado o nome de Fernando, foi ordenado sacerdote e entrou na Ordem dos Frades Menores, tomando então o nome de António. Esteve com São Francisco de Assis, sendo que foi em Itália e em França que conseguiu converter a muitos pela sua pregação. Faleceu perto de Pádua, tendo recebido a graça da canonização pelo Papa Gregório IX, um ano após a sua morte.
A primeira leitura desta Liturgia da Palavra, tirada do livro de Ben-Sirá, descreve aquilo que foi o ministério deste Santo, que é Pastor e Doutor da Igreja. Diz-nos Ben-Sirá que o sábio recebe a sabedoria como dom de Deus e, sendo a sabedoria vista como dom, aquele que a adquire deve saber colocar esse dom ao serviço dos outros, de modo que o dom não fique somente para si, mas sirva para um propósito: conduzir a todos à conversão. A sabedoria não se alcança somente pelo estudo e experiência pessoal, mas necessita da oração para ser completa, devendo o sábio dar contínuas graças a Deus pelo dom recebido. Por fim, lembra-nos a leitura, que como recompensa pelo seu ministério, será dado ao sábio todo o louvor sendo que o seu nome não cairá no esquecimento, vivendo de geração em geração.
É desta forma que recordo neste dia, o padroeiro de uma das comunidades paroquiais a que presido, a Paróquia de Pinhal de Frades, dando graças porque Santo António soube colocar ao serviço de Deus e dos outros, o dom que recebeu: tinha uma enorme capacidade de comunicação, provocando a admiração de muitos, confundindo os hereges e convertendo os pecadores. Com as suas virtudes e milagres, viveu na sua vida o Evangelho de Cristo, levando de cidade em cidade a sua Palavra. Pelo poder da oração, resistiu aos incómodos próprios da missão que lhe havia sido confiada. E no fim, reconhecido instrumento da vontade de Deus, entregou a Deus toda a glória recebida. Assim saibamos também nós seguir este exemplo de Santo António, verdadeiro apóstolo do Coração de Jesus.
Santo António. Rogai por nós.
Padre Rui Simão