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Liturgia Diária: Quinta-feira da XI Semana do Tempo Comum – “Orai assim” (Mt 6, 7-15)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Quinta-feira da XI Semana do Tempo Comum

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Geraldo Finatto, Pároco ‘in solidum’ (Moderador) da Amora

“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos.”

A oração do Pai nosso é recitada muitas vezes pelos cristãos. Jesus, porém, pede-nos para não recitá-la mecanicamente sem pensar no que se pede, sem vontade de receber, longe de uma intenção que brota do fundo do coração. Não fazer como os pagãos que se dirigiam a um Deus desconhecido e não identificado. A um Deus difícil de agradar porque, sem o conhecer, não se sabe o que ele deseja.

Os pagãos acreditavam que a abundância de palavras substituiria o verdadeiro desejo de oração ou louvor. É necessário estar presente no que se faz e no que se pede.

“Vós deveis rezar assim: «Pai nosso

Na sua carta aos romanos, São Paulo explica que os cristãos receberam um espírito de filhos adotivos que os faz exclamar “Abba!” É, portanto, o próprio Espírito Santo que atesta às nossas mentes que somos filhos de Deus.

Ao convidar-nos a orar dizendo Pai Nosso, Jesus convida-nos a reconhecer que o “nós” que falamos representa toda a Igreja. Esta forma de abordar o Pai diz respeito a todos os filhos de Deus, desde os apóstolos até ao último dos homens que virá neste mundo.

Quando ele diz “nosso”, Jesus convida-nos a entender que partilhamos a paternidade divina com todos os homens que procuram entrar num relacionamento com seu Criador e Pai. Através deste “nós”, o Senhor fala do seu corpo místico, que é a Igreja.

São Paulo fala em sua carta aos Efésios: “Somos membros uns dos outros” (Ef 4:25) e em sua carta aos romanos: “Nós que somos muitos, constituímos um só corpo em Cristo (…)” (Rm 12, 5)

“Pai nosso, que estais nos céus…”

É Jesus quem pronuncia esta oração, mas o uso do plural é significativo da união para a qual somos chamados. Somos convidados para uma espécie de troca, para estabelecer uma união entre Deus e suas criaturas. Essa relação estabelecerá uma troca mútua que se aprofundará, desenvolverá e criará raízes entre Deus e seus filhos. Essa troca desenvolverá e enraizará a relação filial entre o céu e a terra, entre Deus e seus filhos.

A nossa oração deve ser sincera. Ela deve ter um desejo de conversão, de buscar uma vida nova em Jesus. Para sermos ouvidos por Deus, o importante é que o nosso falar exprima o nosso compromisso de vida com Deus e com os irmãos.

Padre Geraldo Finatto

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18 de Junho de 2020