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Liturgia Diária: Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – “Sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 25-30)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Nuno Pacheco, Pároco de Alhos Vedros e Santo André, Barreiro.

Celebramos hoje a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A liturgia convida-nos a meditar no amor que Deus tem por todos e cada um de nós. Festejar o Sagrado Coração de Jesus é, então, celebrar o amor na sua máxima manifestação, já que do seu lado aberto na cruz podemos visualizar o Coração do próprio Deus, que se entrega pela salvação de todos. Assim, somos convidados a acolher este amor divino, deixando transformar toda a nossa vida por Ele.

Bento XVI sintetiza bem a importância desta solenidade para todo o mundo cristão: «Esse mistério do amor de Deus por nós, no entanto, não é apenas o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: ele é, do mesmo modo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante salientar que o fundamento dessa devoção é tão antigo quanto o próprio cristianismo» (6 de maio de 2006).

Amor! Este é o tema da liturgia deste dia, já que todas as leituras o proclamam. Deus é amor, revelando-se de forma ilimitada e eterna. No Coração de Jesus cada um de nós pode encontrar a origem de todas as graças que dia a dia continuamos a receber. O baptismo fez de nós herdeiros desse amor divino, desse amor único que se entrega até à cruz para nos salvar, e que ainda hoje continua presente sobretudo no sacramento do perdão e da Eucaristia, estando alcançável a todos, pobres e ricos, pequenos e grandes, simples e inteligentes.

Podemos facilmente identificar três ideias centrais no Evangelho de hoje, que no fundo constituem a própria construção do texto. Jesus dá graças ao Pai porque revelou os mistérios do Reino aos simples e pequeninos. Deus possui em si mesmo essa capacidade de amar e escolher (eleição), e assim foi do seu agrado. Apenas os simples de coração conseguem alcançar a grandeza do amor. A segunda ideia é a relação íntima que existe entre as duas primeiras pessoas da Santíssima Trindade: o Pai e o Filho possuem a mesma condição divina e partilham da mesma dignidade. Daí compreendermos que ao acolhermos o amor que brotou do Coração aberto do Filho é o Amor do próprio Pai que acolhemos em nossas vidas. Por último, Jesus apresenta-se como manso e humilde de coração. Foi assim que Jesus se referiu aos pobres e é assim que Ele se oferece a cada um de nós, já que é capaz de abrir mão de tudo aquilo que É até não ter nada mais para dar a não ser dar-se a Si mesmo, todo por amor.

Qual o segredo desse amor verdadeiro e eterno? Amar (agàpe), pois este é o amor que tudo vence.

Padre Nuno Pacheco, scj 

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19 de Junho de 2020