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Liturgia Diária: Sábado da XII Semana do Tempo Comum – “Seja feito conforme acreditaste.” (Mt 8, 5-17)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Sexta-feira da XII Semana do Tempo Comum

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre António Estêvão, Vigário Paroquial de São Sebastião, Setúbal

«Cristo foi enviado pelo Pai a “evangelizar os pobres … a sarar os contritos de coração” (Lc 4,18), “a procurar o que perecera” (Lc 19,10). Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Hebr 7,26), não conheceu o pecado (cfr. 2Cor 5,21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr 2,17), a Igreja contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação» [Lumen Gentium, 8].

Jesus Cristo não só revela Deus e a Sua vontade, mas é ao mesmo tempo a plena Revelação de Deus. Ele não só anuncia em definitivo a Salvação, mas Ele é o mesmo cumprimento da mesma. O prometido “a Abraão e à sua descendência para sempre” (Lc 1,55) é manifesto como dado a todos os Povos sem exceção, para além do próprio Israel de Deus. Como atesta S. Paulo: «Ora as promessas foram feitas a Abraão e “à sua descendência”. Não se diz: “e aos teus descendentes”. Como se fossem muitos, mas sim: “E à tua Descendência”, como de um só que é Cristo» (Gal 3,16; cfr Rom 9,6-7). Mas se todos são visados pela Salvação prometida e dada por Deus, o primeiro a acolher essa Salvação, deveria ser Israel.

A Salvação vem de Deus e deve ser acolhida na Fé que «actua pela caridade» (Gal 5,6). É pela Fé que Abraão é justificado e se torna Pai de uma grande descendência. É na Fé que Maria, “nova Filha de Sião”, sob a acção do Espírito Santo, concebe o Verbo de Deus no seu seio e se torna «Sua Mãe» (Lc 1,36.38.42-45).

Quando alguém se abre à Graça de Deus, pela Fé, permite que o Senhor actue na sua vida, segundo a Sua Vontade. Por isso é preciso a Fé. Não basta pertencer a Israel, ser de Nazaré, ser membro da Igreja ou “filho do Reino”, se não se procurar na Fé o corresponder ao apelo de Jesus no início da Sua missão: «Arrependei-vos e acreditai na Boa Nova» (Mc 1,15). Na Sua Palavra ecoam as vozes dos Profetas, como soarão as vozes de Maria e dos Apóstolos quando disserem: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5) ou “Convertei-vos!”.

Se uma cidade como Jerusalém se fecha à Fé e à Graça de Deus, ficará em ruínas, os habitantes terão fome, ouvir-se-ão lamentações, onde parece que não já há Esperança. Mas quando alguém se abre à Fé verdadeira, mesmo sendo um «pagão» como era o Centurião, há-de ver a Salvação de Deus a acontecer.

Padre António Estêvão

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27 de Junho de 2020