1. Introdução
Hoje damos o primeiro passo neste Verão com Sentido. És convidado a olhar a tua própria vida desde a sua origem. “Quem sou eu, afinal?” A resposta a esta pergunta é desvendada pelo próprio Autor da Vida, que não te trata meramente como obra, mas como filho. Nesta leitura do Livro de Isaías, deixa o teu olhar pousar nos gestos de amor deste Pai que te revela a tua identidade de filho.
2. Palavra [Is 43, 1-2.4.7]
E agora, eis o que diz o Senhor,
o que te criou, ó Jacob,
o que te formou, ó Israel:
«Nada temas, porque Eu te resgatei,
e te chamei pelo teu nome; tu és meu.
Se tiveres de atravessar as águas, estarei contigo,
e os rios não te submergirão.
Se caminhares pelo fogo, não te queimarás,
e as chamas não te consumirão.
Visto que és precioso aos meus olhos,
que te estimo e te amo,
entrego reinos em teu lugar,
e nações, em vez da tua pessoa.
Não tenhas medo, que Eu estou contigo.
Tragam-me os meus filhos lá de longe,
e as minhas filhas dos confins da terra.
São todos aqueles que têm o meu nome,
que Eu criei para a minha glória,
que Eu fiz e formei.»
3. Pensa nisto
És filho de Deus! E o que diz isso de ti? Os filhos recebem como herança o que é dos seus pais. De Deus, teu Pai, recebeste aquilo que Ele próprio é: o Amor. Certamente, não és capaz de amar como Ele, ninguém é. Mas o Pai não está à espera da tua perfeição. Ama-te tal como és: com as tuas qualidades e com as tuas fraquezas. E pede-te que faças o mesmo: que O ames tal como és. É o canto do teu coração que Ele deseja, que penses n’Ele, que olhes para Ele, que te encontres com Ele e te deixes tocar por Ele. Assim, passo a passo, crescerás no Amor. Não esperes amar melhor: ama! É este o teu tesouro, a herança que recebes quando dás, quando te dás.
No silêncio da tua oração, revê o filme da tua vida e faz pausa num episódio onde te tenhas reconhecido como Filho amado de Deus.
Pede-Lhe a graça de te aceitares e de amar a ti, a Deus, aos outros, tal como és.
4. Desafio com sentido
Durante esta semana, desafiamos-te a ver a curta metragem “Alike” de Daniel Martínez Lara e Rafa Cano Méndez. E por ela inspirada, traz para a tua oração o modo como no encontro com o Teu Pai, encontras quem realmente és.
5. Oração com sentido
Termina este tempo de pausa, com uma oração de Santo Agostinho, pedindo a Deus a graça de te encontrares ao encontrá-l’O.
Só a Ti é que amo.
Só a Ti procuro.
Só a Ti quero servir.
Só Tu deves ser o meu Amo.
Expulsa de mim a vaidade,
para que eu possa reconhecer-te.
Diz-me para onde olhar, para te ver.
Quero cumprir o que Tu esperas.
Faz, ó Pai, com que eu te procure.
Preserva-me do erro:
Que na minha busca, nada mais que Tu se me apresente.
Embora seja verdade
que não desejo nada mais que Tu,
faz com que, ó Pai, te encontre.
E se ainda houver em mim
algum desejo supérfluo,
que eu queira revestir-me de Ti mesmo,
e tornar-me capaz de Te ver.
Ámen.
(Santo Agostinho, Solilóquios, livro 1,5)
Pai Nosso…
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