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Setúbal: III Encontro de S. Sebastião com Teresa Salgueiro

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Realizou-se no passado sábado o III Encontro de S. Sebastião com uma convidada muito especial: Teresa Salgueiro. Os Amigos da Paróquia de S. Sebastião, sob a orientação do Padre Casimiro Henriques, continuam a desenvolver acções variadas, muito ao nível da cultura, visando a recuperação arquitectónica e artística da Igreja.

Este evento vem na sequência dos outros dois Encontros de S. Sebastião que se realizaram na Casa Episcopal, embora este ano por razões logísticas, se decidiu realizar na Igreja. Mal foi anunciado ,logo esgotou, pese este ano, claro, haver uma capacidade bastante mais reduzida pelo distanciamento físico que se impõe. Com o cumprimento das regras de higiene e segurança sanitárias, as pessoas chegaram bem antes para o devido controlo e a expectativa era grande. Não só pelo nome, mas também por ser o primeiro evento público destes novos tempos, incluindo a própria Teresa Salgueiro que confessou ser a sua primeira aparição pública.

O “Encontro com Teresa Salgueiro” foi um convite à reflexão a partir do repertório de sua autoria, publicado nos álbuns “O Mistério” e o “Horizonte”. Foi uma noite inesquecível com Teresa Salgueiro e os seus músicos Rui Lobato e José Peixoto que, no intimismo da sua poesia, da música, do local e da média luz, remeteu uma Igreja de gente à reflexão profunda do “Mistério”, adaptado a estes tempos que a Humanidade vive. Para este álbum, Teresa Salgueiro retirou-se para o Convento da Arrábida, onde assumiu a produção, bem como a direcção musical e a escrita da música e letras e trouxe-nos para este Encontro essa vivência mística da Arrábida. Assim, prosseguiu noite fora a viagem ininterrupta que tem feito à volta do mundo, aqui remetendo para o Mistério que todo o mundo vive nestes novos tempos.

A música continuou com “O Horizonte”, que Teresa, enquanto compositora e letrista, remeteu mais uma vez para o seu pensamento e visão sobre a realidade do antes e a realidade de hoje e diz “O Horizonte é o limite daquilo que conseguimos ver e que nos convida a fazer um caminho. À medida que caminhamos, o horizonte muda, mas o sonho permanece; nesse caminho vamos encontrar o mundo real”. Teresa Salgueiro termina a noite interpretando a II Elegia, poema do frade arrábido Frei Agostinho da Cruz que escreve no Convento da Arrábida “Pergunto ao mar, às ondas, aos penedos/Como, quando por quem foram criados?”. Esteve todo o público rendido, tal como referiu o Padre Casimiro, “a uma noite de reflexão e oração”, a não esquecer.

Foi no final oferecido à Teresa Salgueiro uma serigrafia, reproduzida de uma pintura a óleo da pintora e escultora Maria José Brito, generosamente por ela cedida, na sequência das acções de ligação à arte e cultura com o apoio incondicional dos pintores e artistas setubalenses. O último exemplo foi a recuperação do Altar de Nossa Senhora do Rosário, com a pintura do conhecido pintor setubalense Francisco Augusto Flamengo.

Para além das intervenções estruturais da igreja que têm sido feitas, existe a preocupação de recuperar outros Altares e pinturas, já em estado de deterioração. O objectivo dos Amigos da Paróquia de S. Sebastião tem sido sempre aliar os objectivos da paróquia a um compromisso com a arte e a cultura, reconhecendo a importância que tem para a comunidade e para a cidade em geral.

Isabel Melo

Foto: Simões da Silva

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11 de Julho de 2020