Liturgia de Segunda-feira da XV Semana do Tempo Comum
Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Dário Pedroso, SJ
Nesta segunda-feira, da 15ª Semana do Tempo Comum, o Evangelho coloca diante de nós vários apelos. O primeiro é a opção radical por Jesus, pois não podemos amar nada nem ninguém, muito menos a nós mesmos, primeiro ou antes d’Ele. Para um batizado, Jesus tem que ser o primeiro, nas opções, nos gostos, na alma e no coração. Jesus sempre em primeiro lugar, e os critérios evangélicos sempre a ordenar a nossa vida. Trata-se de deixar que Jesus evangelize o nosso coração, a nossa inteligência, a nossa vontade, a nossa afetividade, os nossos olhares, os nossos gostos e a nossa língua.
Jesus sempre o primeiro. Ele não nos manda odiar, separar-se, não amar o pai, a mãe, a família. Mas quer que O escolhamos como nosso Tudo, nosso tesouro, pérola da nossa vida cristã. Viver para Ele, com Ele, e, por amor d’Ele, amar os outros. Cada um se pergunte: Jesus está sempre em primeiro lugar na minha vida, nas minhas opções, no meu agir quotidiano?
Depois Jesus convida-nos a tomar a nossa cruz em cada dia para segui-Lo. E seguir Jesus não é só ir atrás d’Ele, mas imitá-Lo, ser semelhante a Ele, viver ao jeito evangélico. E o que é a nossa cruz? Parece não ser só, nem sobretudo, a dor, a operação, o desastre, a doença, a morte de um familiar, pois essa cruz também os que não têm fé, ou os pagãos, têm. A cruz do cristão, como a de Jesus, é a luta que temos que travar contra o mal, o pecado, a injustiça, a luxúria, a mentira, a fraude, etc.
00Esta luta exige cruz, exige um certo “martírio” quotidiano. Além do martírio de sangue há o “martírio branco”, que é o esforço diário da fidelidade à oração, ao amor de Deus e do próximo, o esforço para ser bom, justo, digno, verdadeiro, santo, para se identificar mais com Jesus e viver segundo os critérios do Evangelho. Como levo com coragem e audácia a cruz de cada dia? Aceito-a, ofereço-a?
Outra dimensão do Evangelho de hoje é, da nossa parte, a gratuidade e generosidade do dom, da partilha, da oferta, pois “nem um copo de água” dado em nome de Jesus ficará sem recompensa. Deus nos dará sempre o cêntuplo, cem vezes mais, quando somos generosos. Um copo de água é o exemplo que Jesus nos coloca, mas nesse copo está todo o gesto de generosidade e de partilha.
O amor deve levar-nos a dar e a dar-nos, sempre e a todos os que precisam, sem egoísmo, sem comodismo, sem interesse próprio, com amor, com alegria, com coração aberto. Devemos perguntar a nós próprios que posso dar, que posso fazer, quem mais precisará de mim? Em que posso ou devo ser mais generoso?
Padre Dário Pedroso, SJ