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Liturgia da Memória de S. Boaventura – “Escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11, 25-27)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia da Memória de S. Boaventura

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre João Duarte

Hoje, fazemos memória de São Boaventura. Nasceu em Itália em Bagnoregio no ano de 1218 e faleceu a 15 de Julho de 1274 em Lyon, França. Ficando gravemente doente, o seu pai, sendo um conceituado médico, não o conseguiu curar. A sua família, constatando que a medicina não curaria João de Fidanza, seu nome de batismo, recorreu a Francisco de Assis para que orasse por ele. A oração feita, surgiu efeito e Francisco de Assis tomou João nos braços e exclamou: “Óh, boa ventura”.

Anos mais tarde, quando João de Lyon tinha cerca de 20 anos entrou nos Franciscanos e rapidamente se tornou frade. Estudou Filosofia e Teologia na Escola Catedralícia de Paris, a melhor do seu tempo, onde também leccionou. Ficou conhecido por ser um grande orador e um grande teólogo, pelas obras teológicas que escreveu.

Foi superior geral dos Franciscanos e foi nomeado bispo e cardeal pelo papa Gregório IX. Foi também responsável por organizar o Concílio de Lyon. Foi canonizado a 14 de abril de 1482 pelo Papa Sisto IV e considerado Doutor da Igreja em 1588 pelo Papa Sisto V.

São Boaventura, durante a sua vida, soube conjugar a plenitude da sabedoria humana com a que vem do conhecimento de Deus. Boaventura não deixou que a sabedoria e a inteligência humana adquiridas na melhor universidade da Europa o cegasse. Pelo contrário, durante a sua vida, soube pôr-se à escuta, não de si próprio, mas em busca da Verdade.

Nos tempos que correm, pela facilidade que temos de informação, quer pela internet, ou por frequentarmos uma universidade, podemos achar que somos os donos da verdade e os senhores do mundo. Às vezes, do alto da nossa sabedoria, deixamo-nos inflamar, tornamo-nos inflexíveis, fundamentalistas e até achamos que temos o direito a espezinhar tudo e todos, inclusive a julgar, porque achamos que somos os únicos donos da verdade… Oh que triste sabedoria e inteligência!

São Boaventura desafia-nos a mudar a nossa maneira de ser, a deixarmo-nos conduzir: “é preciso deixar todas as operações inteletuais, e que o ápice de todo o nosso afeto seja transferido e transformado em Deus. Estamos diante da realidade mística e profundíssima: ninguém a conhece, a não ser quem a recebe; ninguém a recebe, se não a deseja; nem a deseja, se não for inflamado, até à medula, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou ao mundo”.

Hoje, a oração de Jesus ensina-nos a rezar como Ele fez, não do alto do seu poder e majestade, mas convida-nos a sermos simples e pequeninos, da mesma forma que o São Boaventura viveu: “Eu Te bendigo, Ó pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelastes aos pequeninos”.

Padre João Duarte

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15 de Julho de 2020