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Liturgia da Memória de Nossa Senhora do Carmo – “Sou manso e humilde de coração.” (Mt 11, 28-30)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia da Memória de Nossa Senhora do Carmo

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre João Luís Ferreira

Para reflexão deste dia proponho quatro “estações”:

 

16 de Julho – Memória de Nossa Senhora do Carmo

Foi no monte Carmelo, na região norte de Israel, que o profeta Elias, inflamado no amor de Deus verdadeiro e de amor ao seu povo, levou à conversão esse povo, que insensatamente abandonara o Deus verdadeiro e dando ouvidos às palavras e exemplos dos poderosos e dos numerosos sacerdotes dos falsos deuses, mergulhara no pecado da idolatria, da injustiça e da mentira.

No século XII alguns eremitas foram viver para esse monte. A 16 de Julho de 1251, Nossa Senhora apareceu a um deles, S. Simão Stock, e entregou-lhe o escapulário, prometendo a sua proteção àqueles que, amando-a, o trouxessem.

Há 45 anos, a 16 de Julho de 1975, S. Paulo VI escolheu este dia para criar as Dioceses de Santarém e de Setúbal.

Sempre tenho desejado que esta Memória de Nossa Senhora se torne para nós muito querida. D’ela nos devemos valer. Nossa Senhora pode e quer ajudar-nos a subirmos ao verdadeiro monte da salvação, Jesus Cristo. Com ela, podemos pedir a Deus que nos dê os sacerdotes santos que nos chamem à adoração do verdadeiro Deus, nos ajudem a alcançar de Deus a libertação de todos os falsos deuses, erros e injustiças. Com ela, mãe da Igreja, imploremos o perdão dos nossos pecados e agradeçamos a Deus as graças que Ele nos deu ao longo deste caminho como Diocese.

 

17 Julho – Memória dos Beatos Mártires Inácio de Azevedo, Manuel Rodrigues e companheiros

Este grupo de 40 mártires, chamados “do Brasil”, porque para aí se dirigiam como Missionários, foram mortos no alto mar por causa do Nome de Jesus, há precisamente 450 anos, no dia 15 de Julho de 1570. Manuel Rodrigues, um deles, é natural de Alcochete, e todos eles antes se tinham reunido no Vale de Rosal, Charneca de Caparica, para aí se prepararem para a Missão.

 

Aniversário da criação da Diocese de Setúbal

O aniversário da nossa Diocese está assim emoldurado, a 15 e a 17, pela Memória da Missão. Como devemos pedir e agradecer a Deus que alguns dos nossos irmãos vão em nosso nome e com a nossa ajuda, para outras terras, servir o Senhor, a salvação dos homens e a paz das nações!

Este ano 2020, profundamente marcado pela pandemia covid19, neste 16 de Julho é celebrada na Sé a Missa Crismal – transferida da Semana Santa. Peçamos a Deus a santificação dos nossos presbíteros, do nosso Bispo e diáconos. E demos graças a Deus por em Cristo Senhor, elevado na Cruz, nos ter aberto a fonte viva dos Sacramentos.

 

O Evangelho

Para melhor saborearmos o Evangelho deste dia (MT 11, 28-30), deixo-vos uma citação de Luciano Manicardi, Comentário à Liturgia Dominical e Festiva, ano A, Paulinas, página 120:

O «jugo» de Jesus não designa ditames religiosos ou ordens a cumprir, mas uma relação, um laço, honrando assim a etimologia da palavra (o indoeuropeu yug, cf. também o sânscrito yoga), que designa a ação de «reunir», «juntar». O jugo de Jesus, leve e suave, está em continuidade com o mandamento bíblico de amar, e com a ideia de que aquele que ama faz com alegria a vontade do amado. (…)

Jesus promete descanso a quem assume o seu jugo. Uma existência crente que esteja permanentemente stressada pelos empenhamentos pastorais e se configure como atividade frenética que não conhece pausa nem descanso, esquece aquela confiança em Cristo, que é fonte de descanso na fadiga e de consolação nas contrariedades. E que dá forma ao rosto do crente, não à imagem e semelhança de gerentes hiperativos e sempre nervosos, mas do Cristo manso e humilde, paciente e benévolo».

Padre João Luís Ferreira

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16 de Julho de 2020