comprehensive-camels

7 Maravilhas da Cultura Popular: Lenda de Nossa Senhora da Arrábida

20200717-lenda-arrabida (1)

A espiritualidade arrábida é, desde tempos imemoriais, um dos registos mais simbólicos da serra, com particular destaque para a Lenda de Nossa Senhora da Arrábida. A narrativa de carácter religioso, muito ligada à serra e ao convento, está a concurso na iniciativa “7 Maravilhas da Cultura Popular”, na categoria “Lendas e Mitos”.

Conta-se que, por volta de 1215, um abastado mercador inglês chamado Hildebrant deixara o seu país, rumo a Lisboa, em busca de novas riquezas. Ao largo da costa portuguesa, durante a noite, uma tempestade imprevista atirou-o para além do Cabo Espichel e, em frente da praia de Alportuche, viu o seu barco e tripulação perdidos na tempestade violenta.

Trazia a bordo, numa câmara especial, uma imagem de pedra de Nossa Senhora, de quem era muito devoto, uma herança de família de grande estima pessoal. Hildebrant correu ao seu camarote para rezar à imagem que trazia mas não a encontra.

Não esmorecendo, toda a tripulação rezou pedindo a Nossa Senhora que os protegesse. Conta a lenda que surgiu um clarão que iluminou a noite e a tempestade amainou. Guiados pela luz, navegaram até à costa da Arrábida em segurança.

Os marinheiros desembarcaram e foram procurar o sítio de onde, na serra, brilhara a luz salvadora, tendo encontrado a imagem que na véspera desaparecera do navio. Agradeceram a intervenção divina e consideraram que, ao aparecer naquele local a imagem, Nossa Senhora tinha o escolhido e ali queria ser venerada. Hildebrant resolveu construir uma ermida e uma casa que lhe servisse de habitação e prometeu dedicar os seus dias a amar e servir Nossa Senhora, tornando-se o primeiro monge eremita.

Nossa Senhora da Arrábida | Século XVI | Cerâmica | Igreja Paroquial de São Lourenço de Azeitão, Diocese de Setúbal | Fonte: Bens Culturais da Igreja

A Ermida da Memória, assim ficou designada, torna-se local de romagem e culto. Com a sua degradação natural e já no reinado de D. João III (1542) é fundado o Convento Velho. Graças à intervenção do Duque de Aveiro, D. João de Lencastre, ali se instala Frei Martinho de Santa Maria e é ordenado um Convento Franciscano, com autorização do Bispo de Lisboa. Lá vivem em celas escavadas na rocha e condições bastante austeras, os 4 primeiros frades arrábidos: Frei Martinho, Diogo de Lisboa, Francisco Pedraita e São Pedro de Alcântara.

A família do 1º Duque de Aveiro foi sucessivamente sendo patrocinadora desta obra. A lenda de Hildebrant foi o ponto de partida para o culto de Nossa Senhora da Arrábida e não foi esquecida neste Novo Convento – por cima do altar-mor encontramos uma pintura alusiva à mesma (terá sido pintada por José do Avelar Rebelo por volta de 1650). A lenda e o culto de Nossa Senhora da Arrábida deram origem ao Círio – na Caixa de Círio presente no Convento pode ler-se que o mesmo se terá iniciado em 1558.

A Lenda está a concurso na iniciativa “7 Maravilhas da Cultura Popular”, sendo um dos 7 finalistas regionais. A eliminatória regional decorre a 10 de agosto, com transmissão em direto na RTP 1, a partir do Montijo.

Saiba mais em 7.maravilhas.pt

Vote no Património da nossa Diocese:

  • Lenda da Nossa Senhora da Arrábida
  • Ligue: 760 207 817 (custo da chamada: 0,60€ + IVA)

 

Foto de capa: Setúbal Mais

Manifestações de devoção popular da Diocese de Setúbal encontram-se entre os finalistas regionais das 7 Maravilhas da Cultura Popular

Partilhe nas redes sociais!
17 de Julho de 2020