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Liturgia de Segunda-feira da XVI Semana do Tempo Comum – “Nenhum sinal lhe será dado.” (Mt 12, 38-42)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Segunda-feira da XVI Semana do Tempo Comum

Comentário à liturgia de hoje pelo Portal Dehonianos

Na primeira leitura, Deus move um processo contra Israel. Arrola como testemunha a Natureza, que assistiu espantada às maravilhosas intervenções com que tirou o seu povo do Egipto e o conduziu à terra da liberdade. Começa por um requisitório com as perguntas que a Igreja agora utiliza na liturgia de sexta-feira santa: «Povo meu, que te fiz, ou em que te contristei? Responde-me. Tirei-te da terra do Egipto, livrei-te da casa da escravidão e enviei, diante de ti, Moisés, Aarão e Míriam» (vv. 3-4).

O povo mostra-se surdo às lamentações amorosas de Deus, e permanece na ingratidão. Mas, de repente, mostra-se disposto à conversão e até a uma exagerada generosidade: «Com que me apresentarei ao Senhor, e me prostrarei diante do Deus excelso? Irei à sua presença com holocaustos, com novilhos de um ano? Porventura o Senhor receberá com agrado milhares de carneiros ou miríades de torrentes de azeite? Hei-de sacrificar-lhe o meu primogénito pelo meu crime, o fruto das minhas entranhas pelo meu próprio pecado?» (vv. 6-7). Contudo, Deus não quer do homem ofertas mirabolantes. Apenas quer as que já lhe foram indicadas: «nada mais do que praticares a justiça, amares a lealdade e andares humildemente diante do teu Deus» (v. 8). O “extraordinário”, que Deus pretende de nós, é que caminhemos com Ele na simplicidade, abrindo-nos aos seus dons e às suas inspirações.

Quantas vezes, também nós, como os doutores da lei e os escribas, exigimos de Deus sinais extraordinários, como se Ele estivesse pronto a satisfazer mecanicamente os nossos caprichos. Mas, o que Deus quer é estabelecer connosco uma relação pessoal na liberdade e na responsabilidade. Quer ajudar-nos a crescer e deseja-nos adultos no espírito. Não pretende que queimemos etapas, mas que nos preocupemos em amadurecer na fé e na relação com Ele. Há, pois, que resistir à tentação de querer «ver» e tocar» para crer. Quanta gente anda, ainda hoje, atrás de magias e superstições, na tentativa de «ver» e tocar» o invisível e intocável, gast
ando tempo e dinheiro!

Interroguemo-nos sobre a nossa fé. A atitude que temos perante os irmãos, e na vivência do culto, revela o que vai no nosso coração. Deus, em Jesus, fez-se nosso companheiro de viagem. Abramos com simplicidade e humildade os olhos da fé para O reconhecermos!
As nossas Constituições apontam a relação pessoal com Cristo como o centro da nossa experiência de fé (Cst 9). Essa relação permite-nos, como ao Pe. Dehon, estar atentos e perceber os sinais da presença do Senhor no meio de nós (Cst 28), bem como aos «sinais dos tempos», para vivermos a nossa vocação respondendo adequadamente às necessidades da Igreja e do mundo.

Portal Dehonianos

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20 de Julho de 2020