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Liturgia de Terça-feira da XVI Semana do Tempo Comum – “Estes são a minha mãe e os meus irmãos.” (Mt 12, 46-50)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Terça-feira da XVI Semana do Tempo Comum

Comentário à liturgia de hoje pelo Portal Dehonianos

Na primeira leitura, um grupo de exilados, que regressou cheio de esperanças a Canaã, mas que se deparou com muitas dificuldades, continua a olhar o futuro com esperança, porque confia em Deus. Por isso, dirige-lhe uma ardente prece: «Apascenta com o cajado o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam isolados nas florestas no meio dos prados… Mostra-nos os teus prodígios, como nos dias em que nos tiraste do Egipto» (vv. 14-15).

Um povo atribulado procura refazer a sua vida e a sua história pela oração humilde e confiante. Deseja os territórios férteis do Carmelo, de Basan e de Guilead, mas sabe que não dispõe de forças para os ocupar. Então, volta-se para Deus. Não fizera Ele maravilhas quando tirou Israel do Egipto? Não exigia o novo êxodo prodígios semelhantes? É certo que Israel pecara e sofria as consequências do seu pecado. Mas Javé é Aquele Deus que «perdoa o pecado e absolve a culpa», pela sua misericórdia e fidelidade.

A misericórdia e a fidelidade de Deus, que os regressados de Babilónia invocavam, manifestou-se plenamente em Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Na Cruz, o Senhor matou a morte e o mal, redimindo-nos e possibilitando-nos uma vida nova e feliz, na comunhão com Deus e com os irmãos. É essa a grande maravilha realizada por Deus: fazer-nos seus «familiares», participantes da sua vida divina. Talvez estejamos muito habituados a estas verdades, e elas já não nos impressionem, nem delas tiremos as devidas consequências. Portamo-nos como crianças mimadas, que se julgam credoras de tudo o que os pais lhes dão, e só sabem fazer novas exigências.

Deus é, na verdade, fiel, e oferece-nos sempre o seu amor, o seu perdão. E nós, como nos relacionamos com Ele? Jesus diz-nos que entra em comunhão com Ele quem faz a sua vontade. Interessa-nos a vontade de Jesus, que é também a vontade do Pai? Que fazemos para procurá-la? A vontade de Deus nem sempre coincide com o nosso ponto de vista, com os nossos sentimentos. Deus manifesta-nos a sua vontade, antes de mais, pela sua Palavra. Em Jesus, disse-nos tudo o que queria dizer-nos. Conhecemos a Sagrada Escritura? Como procuramos conhecer, cada vez mais, essa «carta de Deus aos homens»? Conhecer implica «fazer». Vivemos em coerência com a Palavra escutada?

Não é suficiente escutar a Palavra, é preciso guardá-la e pô-la em prática, como fez a Virgem Maria: «Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua palavra» (Lc 1, 38). «Sede daqueles que põem em prática a palavra – exorta Tiago – e não apenas ouvintes, enganando-vos a vós mesmos» (1, 22). «Escutar», em sentido bíblico, é «compreender», «acolher» na vida, «ir a Jesus»; é «acreditar», «guardar no coração»; é «obedecer» e «fazer». A verdadeira «escuta da Palavra» realiza-se quando se ama, não por palavras, mas «com obras e em verdade» (1 Jo 3, 18).

Encontramos esta «escuta da Palavra» no Pe. Dehon, desde seminarista, como testemunham os dois primeiros cadernos do seu “Diário”. Quase todos os conteúdos das suas notas têm raiz na Escritura. As citações são tomadas sem qualquer diferença tanto do Antigo como do Novo Testamento.

Portal Dehonianos

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21 de Julho de 2020