comprehensive-camels

Liturgia de Quarta-feira da XVII Semana do Tempo Comum – “Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo.” (Mt 13, 44-46)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Quarta-feira da XVII Semana do Tempo Comum

Comentário à liturgia de hoje pelo Portal Dehonianos

Com as parábolas do tesouro escondido num campo, que alguém encontrou, e da descoberta de uma pérola de grande valor, Jesus apresenta-nos o Reino como algo extremamente precioso. Quem percebe o imenso privilégio, que é ser chamado a participar no Reino, experimenta uma alegria indizível, e julga pouca coisa desfazer-se tudo para o alcançar.

Enquanto o evangelho nos fala da alegria de quem encontra o sentido da sua vida na palavra de Deus, no presente, a primeira leitura apresenta-nos a desolação de Jeremias, que encontrou essa alegria no passado, mas que agora vive uma dor sem fim (cf. v. 18). O profeta está em crise vocacional e acusa Deus: «És para mim como um riacho enganador de água inconstante» (v. 18). Mas o inconstante não é Deus; é ele, o profeta, representante do seu povo: «Se te reconciliares comigo, – diz o Senhor – receber-te-ei novamente e poderás estar na minha presença» (v. 19).

Também nós passamos por crises existenciais, e por crises vocacionais, que ofuscam a alegria experimentada na nossa juventude, no momento em que dissemos «sim» ao Senhor. Mas a alegria experimentada num determinado momento, que iluminou a nossa existência, é fundamento seguro para a redescobrirmos noutras horas e situações da vida, mesmo no meio de grandes sofrimentos. É a memória que nos garante o essencial: a certeza de que o Senhor está vivo e ao nosso lado. O peso da vida, os fracassos, são experiências dolorosas, que nos dilaceram e fazem gritar: «Chega!».

Reencontrar a alegria do primeiro encontro, ou procurá-la, se ainda a não encontrámos, é uma verdadeira aventura de vida, é o seu sentido mais profundo. Vale a pena deixar tudo por causa dela. E, se o deixar, enche de alegria (cf. v. 44), quanto mais o encontrar e possuir aquilo pelo qual se deixou tudo! «Eu estarei contigo»! E cada dia, se nos convertermos, se estivermos dispostos a deixar tudo por causa d´Ele, O encontramos, porque Se faz procurar e deixa encontrar. Para nossa e sua alegria!

«Nós deixámos tudo e seguimos-te» (Mt 19, 29). Como cristãos, e como religiosos, facilmente pomos o acento no «deixámos tudo». Mas, o mais importante, o que nos enche de alegria, é o «seguimos-Te»! Jesus é o nosso tesouro, a nossa pérola rara. Deixar tudo por causa d´Ele, abandonar-nos a Ele, é atrair sobre nós, sobre as nossas inquietações, tristezas e desesperos o Seu amor misericordioso, salvação, luz e alegria para a nossa vida.

Portal Dehonianos

Partilhe nas redes sociais!
29 de Julho de 2020