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Igreja em Portugal promove semana dedicada às Migrações

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Bispos lançam desafio para «contar testemunhos de vida»

A Igreja Católica em Portugal promove, de 9 a 16 de agosto ,a Semana Nacional de Migrações, inspirada pela mensagem do Papa Francisco, ‘Forçados, como Jesus Cristo a Fugir’, procurando apresentar “testemunhos de vida” sobre a realidade das deslocações forçadas, por causa da pobreza ou da guerra. 

A iniciativa, que nasceu há 48 anos, visa “sensibilizar a Igreja, as instituições estatais e a sociedade civil, para os dramas e inquietações” das pessoas em mobilidade.

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH), da Igreja Católica em Portugal, publicou uma mensagem para esta semana, em que destaca a necessidade de solidariedade, num momento marcado pela pandemia, que agrava a situação dos migrantes e refugiados.

“A pandemia desnudou o tanto que nos falta fazer para combater as desigualdades, mas sobretudo revelou a capacidade humana de convergir em sociedade, apesar das nossas diferenças. Enquanto Igreja a nossa fé e a nossa esperança recaem sobre o potencial de humanização que nos habita”, refere o texto.

A Mensagem da CEPSMH e da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) tem como título ‘Entre a incerteza e a esperança há uma ponte em construção’ e parte do texto que o Papa Francisco escreveu para o 106º Dia Mundial do Migrante e Refugiado (27 de setembro), que se centra este ano nas “migrações forçadas, as suas causas, os deslocados internos e a cooperação internacional”. 

Francisco destaca na sua mensagem para a celebração que aqueles que fogem da sua terra, sem abandonar o próprio país, vivem, muitas vezes, um drama “invisível” que a crise mundial causada pela pandemia de Covid-19 “exacerbou”.

A OCPM, inspirada pela mensagem pontifícia para este ano, propõe uma dinamização em torno da conjugação de verbos, que se constituem em seis subtemas: “Conhecer para compreender; aproximar-se para servir; ouvir para se reconciliar; compartilhar e assim crescer; envolver para promover;  colaborar para construir”.

Perante as limitações impostas pela pandemia, a OCPM decidiu lançar um desafio aos “colaboradores e agentes pastorais ao serviço da Igreja” mas também a organismos da sociedade civil. 

“Queremos conhecer o percurso migratório, tomar a iniciativa de contar a sua história de vida e fazer-nos chegar todas as iniciativas, seja em formato vídeo, seja por escrito, seja gravando um áudio ou até quem tem jeito para o desenho que faça uma banda desenhada”, explica, em declarações à Agência Ecclesia, Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).

Os bispos portugueses convidam a enviar, pelo email ocpm@ecclesia.pt, testemunhos de vida por escrito, vídeo, áudio ou desenhos.

A diretora da OCPM aponta ainda que, neste semana, o enfoque recai sobre as migrações forçadas, as suas causas, os deslocados internos e a cooperação internacional, a “sociedade precisa dos migrantes e refugiados”.

“É preciso perceber que a nossa sociedade precisa de migrantes e de refugiados, contar com o talento de todos e aprender a conviver e não embarcar nos estereótipos e no que vemos discorrer nas redes sociais, que é tão triste e revela ignorância, vamos por isso conhecer para compreender”, destaca. 

Durante esta semana decorre ainda a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado a Fátima, nos dias 12 e 13 de agosto. O bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, D. José Traquina, vai presidir às celebrações.

Agência Ecclesia

Entre a incerteza e a esperança há  uma ponte em construção

Vaticano: Papa pede fim de «medos e preconceitos» em relação aos migrantes (c/vídeo)

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10 de Agosto de 2020