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A Palavra do Papa: o reconhecimento de Cristo, a distribuição dos bens e a instrumentalização das religiões

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Esta semana, o Santo Padre convidou os cristãos à profissão de fé em Jesus à luz da vida de cada um e denunciou as desigualdades sociais agravadas pela pandemia. A 22 de agosto, lembrou o Dia Internacional em Homenagem às Vítimas de Perseguição Religiosa no Twitter.

“E vós, quem dizes que eu sou?”. A passagem do Evangelho de Mateus em que Pedro professa a sua fé em Jesus como Messias e Filho de Deus, inspirou a reflexão do Papa no Angelus do XXI Domingo do Tempo Comum, rezado na Praça de S. Pedro perante centenas de fiéis.

“Hoje, ouvimos dirigida a cada um de nós a pergunta de Jesus: “E vós, quem dizes que eu sou?”. A cada um de nós! E cada um de nós deve dar uma resposta não teórica, mas que envolve a fé, ou seja, a vida, porque fé é vida! “Para mim tu és…” e confessar Jesus”, afirmou o Santo Padre.

A nossa profissão de fé em Jesus – observou Francisco – dá sentido pleno à nossa caridade, que é “sempre o principal caminho da perfeição” mas reiterou que as obras de caridade não nos podem desviar do “contato com o Senhor Jesus”.

“O destino universal dos bens e a virtude da esperança”

Na audiência de quarta-feira, o Papa continuou a série de catequese intitulada “Curar o Mundo”, dedicada à pandemia. A catequese desta semana, o Papa denunciou a “injustiça” e os “problemas sociais” que muito afetam os mais vulneráveis da sociedade que “correm o risco de perder a esperança.”

“Neste tempo de incerteza e angústia, convido todos a aceitarem o dom da esperança que vem de Cristo”, convidou o Santo Padre, acrescentando que “é Ele que nos ajuda a navegar nas águas tumultuosas da doença, da morte e da injustiça, que não têm a última palavra sobre o nosso destino final”.

As desigualdades sociais revelam uma doença social, frisou o Papa. “É um vírus que provém de uma economia doente. É o resultado de um crescimento económico desigual, que é independente dos valores humanos fundamentais”, continuou.

Francisco espera “que as comunidades cristãs do século XXI recuperem esta realidade, dando assim testemunho da Ressurreição do Senhor”.

“Se cuidarmos dos bens que o Criador nos concede, se partilharmos o que possuímos para que ninguém sinta a sua falta, então de fato podemos inspirar a esperança de regenerar um mundo mais saudável e mais justo”, concluiu.

Esta foi a última audiência geral transmitida a partir da Biblioteca do Palácio Apostólico. A partir da próxima quarta-feira, as Audiências Gerais com o Papa Francisco voltam a ser realizadas com a participação de fiéis, desta vez, no Pátio São Dâmaso do Palácio Apostólico, em conformidade com as normas sanitárias.

“Parem de instrumentalizar as religiões”

No passado dia 22 de agosto, assinalou-se o Dia em Homenagem às Vítimas de Perseguição Religiosa, instituído pela ONU em 2019. O Papa Francisco recorreu à sua conta no Twitter para apelar ao fim dos conflitos e perseguições de natureza religiosa.

Na publicação, o Sumo Pontífice pede a “todos que parem de instrumentalizar as religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo cego”.

JM (com recursos Vatican News)

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27 de Agosto de 2020