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Fiéis Defuntos: Fé, um «superpoder» que permite lidar com a dor

Bruno Leite, do Departamento da Juventude da Diocese de Setúbal, fala da experiência de perder um familiar durante o confinamento.

Bruno Leite vive por estes dias um luto partilhado com a alegria da paternidade, depois da perda de um familiar, por causa da Covid-19.

“Toda a informação que chegava e todo o acompanhamento que podíamos dar era através do telefone” refere à Agência ECCLESIA.

Nos dias do confinamento, o entrevistado viu morrer a sua tia Lurdes que, aos 74 anos foi levada para o hospital com dificuldades respiratórias.

As regras de segurança impediram qualquer contacto e Bruno Leite reconhece que esta situação contribuiu para aumentar a “angústia e a tristeza”.

O telefone transmitiu a notícia do falecimento e o entrevistado sentiu a obrigação moral de cuidar do funeral: Bruno e a esposa, o sacerdote e a funcionária da agência funerária foram as únicas pessoas presentes.

Um cenário inesperado, onde havia fatos de proteção integral e uma urna selada que, nem naquele momento, permitiu um último olhar.

“Era até preciso um ato de fé para eu acreditar que ali, estava de facto a minha tia”, confessa o entrevistado na emissão deste domingo do programa ‘70×7’ (RTP2).

Após todo este processo, restaram as cinzas entregues pelo crematório.

 

Bruno Leite procura agora percorrer as etapas de um luto possível e confessa: “Gostava que esta pandemia acalmasse para eu poder fazer uma cerimónia mais definitiva e assim passar esta página da vida”.

Conforta-o o facto de tudo ter decorrido, de certa forma como a tia desejava, sem “trabalhos e funeral dispendioso”, mas principalmente animo-o uma consciência apaziguada.

“Sei que em vida, fiz o possível pela minha tia. Visitava-a, partilhámos refeições e procurei estar sempre presente”, aponta.

O entrevistado reconhece na fé católica a “vitamina” que lhe permite enfrentar a situação e fala mesmo num “superpoder” que como diz, “ajuda a meter as peças todas no lugar”.

Portugal vive hoje um dia de luto nacional, como forma de prestar homenagem aos falecidos, em especial as vítimas da Covid-19.

Agência Ecclesia

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02 de Novembro de 2020