Reflexão da Direção da Cáritas Diocesana de Setúbal, a propósito do IV Dia Mundial dos Pobres
Instituído pelo Papa Francisco, o Dia Mundial dos Pobres foi criado com o objetivo de sensibilizar o mundo para a necessidade, e urgência, de estender a mão ao encontro de quem está em situação de pobreza, não só de carência de resposta às necessidades básicas de sobrevivência física mas também de amor e dignidade.
Como refere São Tomás de Aquino, citado pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, “O nosso comprometimento não consiste exclusivamente em ações ou programas de promoção e assistência: aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo mas primariamente uma atenção prestada ao outro considerando-o como um só consigo mesmo”. (Evangelii Gaudium nº199/São Tomás de Aquino, Summa Theologiae II-II).
S. João Paulo II reforça que “sem a opção preferencial pelos pobres, o anúncio do Evangelho – e este anúncio é a caridade – corre o risco de não ser compreendido” (Evangelii Gaudium, nº199/São João Paulo II, Carta Ap. Jan 2001).
Num tempo de tanto sofrimento como o que vivemos, é urgente estender a mão, cada vez mais mãos, como testemunho e gesto de partilha, em atitude de responsabilidade social e proteção do Outro, numa nova fraternidade e amizade social.
Na mensagem do Papa para o IV Dia Mundial dos Pobres, o Santo Padre questiona: “Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a marginalidade e o sofrimento? Como podemos ajudar também a recuperar da pobreza espiritual?”
A resposta já Francisco a tinha dado: “A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se principalmente numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária”. (Evangelii Gaudium, nº199)
Estender a mão será então acordar da indiferença, derrubar barreiras e procurar a proximidade; tentar acudir às necessidades de uma vida digna, necessidades de alimento, agasalho, habitação, saúde, mas também de educação e justiça. Será reconhecer, em termos sociais, os Direitos Humanos Fundamentais e procurar garantir a sua aplicação. Mas é mais do que isso: é a generosidade de apoiar, de ouvir, de consolar, de promover o respeito próprio, de mitigar o sofrimento. Na Linha de Mt 25, 35-40, cada um daqueles que acolhemos e cuidamos tem gravada em si a imagem de Deus (Mensagem do Papa). Acolher e cuidar são gestos que dão sentido à vida!
Este Dia Mundial dos Pobres, replica-o a Cáritas Diocesana de Setúbal todos os dias em que, permanentemente, acolhe e cuida dos mais frágeis, dos mais pobres dos pobres, procurando fazer de cada dia um Dia Mundial dos Pobres.
Ao assinalar-se este Dia instituído pelo Papa Francisco temos esperança de que ele ilumine a sociedade e que ajude a despertar sensibilidades e consciências! E se Deus quiser, a fazer surgir muitas mais vontades de estender a mão.
Direção da Cáritas Diocesana de Setúbal