A 7 de dezembro, véspera da Solenidade da Imaculada Conceição, padroeira em Setúbal sob invocação de Santa Maria da Graça, foi ordenado um novo sacerdote. O Padre Cláudio Rodrigues integra agora o clero diocesano.
A celebração, presidida pelo Bispo de Setúbal D. José Ornelas, decorreu na tarde de segunda-feira na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Paróquia de Almada, com uma participação restrita de convidados em virtude da pandemia Covid-19.
“Não foi fácil conjugar esse desígnio de festa e de presença com as limitações que a pandemia nos impõe. Sabemos que houve interrogações e mesmo hesitações, pois não era claro se poderíamos ter presente uma comunidade que exprimisse a dimensão eclesial que este momento requer” confessou o prelado no início da sua homilia.
O bispo de Setúbal valorizou a atitude do novo sacerdote que prescindiu das “festas de justo convívio para celebrar a alegria” da ordenação e a disponibilidade para “mudar esquemas” para que o “essencial possa ser colocado ao serviço do povo de Deus.”
“A primeira palavra que fica para o teu ministério é buscar o essencial, o dom de Deus para distribuir pelos irmãos. Tudo resto há de vir por acréscimo, quando e como Deus quiser”, afirmou D. José Ornelas ao novo presbítero.
“Leva para o teu ministério esta confiança na mão protetora e alentadora de Deus em quem acreditaste, no Senhor a quem começaste a seguir, do Espírito que hoje desce sobre ti. Ele não te promete uma vida fácil, mas assegura que estará sempre contigo onde que que vás”, continuou.
D. José Ornelas lembrou ainda a intenção do Padre Cláudio Rodrigues em ser ordenado na “festa da Imaculada Conceição, Santa Maria da Graça, padroeira da nossa Diocese”.
“Tens razão na escolha desta festa, pois Maria, a Cheia de Graça, Mãe e modelo da atitude e da missão da Igreja é a grande inspiradora e guia do ministério do Padre, daquele que continua, como ela começou, a levar Jesus ao mundo.”
Na homilia, o bispo de Setúbal lembrou três atitudes de Maria que devem marcar também a vida sacerdotal, nomeadamente o dever de “permanecer junto na comunidade eclesial” em unidade “capaz de superar e integrar as diferenças”, a determinação em “perseverar na oração que escuta a voz de Deus” e o mandato de “viver e construir uma Igreja missionária e misericordiosa”.
O bispo diocesano salientou ainda a atitude dinâmica e criativa de Maria que inspira os jovens a viver a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2023, incentivando o novo padre ao acolhimento e acompanhamento dos jovens, “parte importante do seu ministério”.
“Ajuda-os a assumir esta atitude da Mãe e modelo da Igreja: aprofundar e a viver os prodígios de Deus naqueles que nos precederam e continuam a inspirar-nos com a sua vida e testemunho, e a levantar-se, na força e na luz do Espírito, para levar à própria Igreja e ao mundo o vinho sempre renovado do amor e da força transformadora de Deus.”
Ordenação Presbiteral do Padre Cláudio Rodrigues: Homilia de D. José Ornelas
A ordenação sacerdotal
O momento da ordenação de um novo sacerdote revela-se de alguns gestos concretos.
O eleito apresenta-se. Depois da homilia, decorre a promessa daquele que vai ser ordenado sacerdote, na qual expressa a vontade de vir a exercer o seu ministério, seguindo-se a súplica litânica com o canto das Ladainhas, enquanto o eleito está prostrado.
Depois, o Bispo diocesano impõe, em silêncio, as mãos sobre o eleito e reza a oração de ordenação. Os presbíteros impõem as mãos ao candidato juntamente com o Bispo, para significarem a receção no presbitério.
Imediatamente a seguir à Oração de Ordenação, o Ordenado é revestido com a estola presbiteral e a casula, pelas quais é manifestado exteriormente o ministério que a partir de agora realizam na liturgia.
Segundo os ritos de ordenação, este ministério é ainda mais explicitado por outros sinais: pela unção das mãos, que significa a participação peculiar dos presbíteros no sacerdócio de Cristo; pela entrega do pão e do vinho nas suas mãos, na qual se indica o múnus de presidirem à celebração da Eucaristia e de seguirem a Cristo crucificado. Pelo ósculo da paz, o Bispo como que põe a marca da aceitação dos seus novos cooperadores no respetivo ministério, e os presbíteros saúdam os Ordenados em sinal do ministério comum na sua Ordem.
“Peço licença para entrar”
No final da celebração, o Padre Cláudio dirigiu-se à assembleia, agradecendo a presença de todos. “Continuo a ser um de vós, agora capacitado a olhar, tocar e levantar os homens em nome de Cristo.”
Ao clero, o novo sacerdote “pede licença para entrar” e espera “contribuir para anunciar, cuidar e comunicar aos homens a verdade de Jesus e do Reino dos Céus que está para chegar”.
A presença na celebração esteve reservada ao clero e a convidados pessoais do ordinando, tendo as comunidades acompanhado a celebração através da internet. Apesar das restrições impostas, o Padre Cláudio Rodrigues procurou cumprimentar os familiares e amigos presentes.
O Padre Cláudio Rodrigues é natural do Monte da Caparica, tem 25 anos, frequentou o Seminário Maior de São Paulo, em Almada, e foi ordenado diácono a 8 de dezembro de 2019, na Sé de Setúbal.
Assume agora serviço pastoral na Paróquia de Palmela, como Pároco in Solidum, em equipa com o Padre David Caldas, moderador.
JM