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Ecumenismo: Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2021

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As igrejas cristãs unem-se em oração de 18 a 25 de janeiro, este ano com o tema “Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos” (cf João 15, 5-9).

“O tema que foi escolhido exprime a vocação para a oração, reconciliação e unidade na Igreja e na família humana, presente na Comunidade de Grandchamp”, lê-se no texto introdutório ao guião de oração desta semana.

Os subsídios foram preparados pela Comunidade Monástica de Grandchamp, fundada na década de 1930 nas margens do largo Neuchâtel (França), e que tem como pilares fundacionais a oração, a vida comunitária e a hospitalidade.

Incluem uma proposta de celebração ecuménica, organizada em três momentos de vigília, bem como sugestões de leitura da Palavra de Deus, oração e meditação para cada um dos dias da semana.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é assinalada todos os anos entre 18 e 25 de janeiro. Estas datas foram propostas em 1908 por Paul Watson porque cobriam os dias entre as festas de São Pedro e São Paulo. Desde 1968, os subsídios propostos para a dinamização desta semana são elaborados conjuntamente pela Comissão “Fé e Constituição”, do Conselho Mundial das Igrejas, e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, da Santa Sé.

Em Portugal, a iniciativa é promovida pelo Conselho Português de Igrejas Cristãs e pela Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.

Consulte o subsídio aqui.

JM

Papa apela à «unidade» entre cristãos, evocando semana de oração

O Papa evocou hoje no Vaticano a “importante” Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos que vai decorrer em muitos países, incluindo Portugal, de 18 a 25 de janeiro.

“Rezemos juntos, nestes dias, para que se cumpra o desejo de Jesus: que todos sejam só uma coisa, a unidade, que é sempre superior ao conflito”, disse Francisco, no final da recitação do ângelus, na biblioteca do Palácio Apostólico, com transmissão online.

A intervenção assinalou também a jornada para o aprofundamento do diálogo entre católicos e judeus, que se celebra hoje na Itália.

“Alegro-me com esta iniciativa, que acontece há mais de 30 anos, e desejo que dê abundantes frutos de fraternidade e de colaboração”, referiu o pontífice.

O Papa vai presidir, a 25 de janeiro, à recitação das Vésperas na Basílica de São Paulo fora de muros (Roma), com representantes das Igrejas e comunidades cristãs presentes na capital italiana.

A proposta de reflexão que vai mobilizar este ano milhões de cristãos, na Semana de Oração pela Unidade, é este ano elaborada pelas monjas da comunidade ecuménica de Grandchamp, na Suíça.

“Permanecendo em Cristo, a fonte de todo amor, o fruto da comunhão cresce: comunhão com Cristo exige comunhão com os outros. Quanto mais nos afastamos de Deus, mais nos afastamos uns dos outros; quanto mais nos afastamos uns dos outros, mais longe de Deus vamos ficando”, assinala o guia do ‘Oitavário pela unidade da Igreja’.

A proposta refere que “pode ser um desafio” procurar a proximidade com outros, “viver juntos em comunidade”, com pessoas, às vezes, “bem diferentes”, mas as divisões entre cristãos, “que se afastam uns dos outros, são um escândalo, porque afastam também de Deus”.

Muitos cristãos, movidos pela tristeza dessa situação, rezam ferventemente a Deus pela restauração daquela unidade pela qual Jesus orou. A oração de Jesus pela unidade é um convite para voltarmos a ele e assim ficarmos mais próximos uns dos outros, alegrando-nos com a riqueza da nossa diversidade”.

O guião do oitavário 2021 sustenta que espiritualidade e solidariedade “estão inseparavelmente ligadas” e através da solidariedade “com aqueles que sofrem” os cristãos vão permitir que “o amor de Cristo circule” através de si.

“Permanecendo em Cristo recebemos a força e a sabedoria para agir contra as estruturas de injustiça e opressão, para nos reconhecer por completo como irmãos e irmãs na humanidade, e para sermos criadores de um novo modo de vida, com respeito e comunhão para toda a criação”, acrescentam as monjas.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2021 tem como tema ‘Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos’, uma passagem do Evangelho de São João, apelando à “reconciliação e unidade na Igreja e na família humana”.

O guia contextualiza que, na década de 1930, um grupo de mulheres “redescobriu a importância do silêncio na escuta da Palavra de Deus” e, ao mesmo tempo, “reviveu a prática de retiros espirituais para alimentar a sua vida de fé”.

Atualmente, a Comunidade Monástica de Grandchamp, perto do Lago Neuchâtel, tem 50 irmãs de diferentes gerações, tradições eclesiais, países e continentes, com visitantes e voluntários que as procuram para um “tempo de retiro, silêncio, cura e em busca de sentido de vida”.

O ‘oitavário pela unidade da Igreja’, hoje com outra denominação, começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do presbítero anglicano norte-americano Paul Wattson que mais tarde se converteu ao catolicismo.

Ecumenismo é o conjunto de iniciativas e atividades que favorecem o regresso à unidade dos cristãos; as principais divisões entre as Igrejas Cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia – Igreja Copta, do Egito, entre outras; no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente – Igrejas Ortodoxas -; no século XVI, com a Reforma Protestante e depois a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).

O Vaticano publicou a 4 de dezembro de 2020 um “guia prático” para bispos, com indicações para o diálogo entre comunidades cristãs e sobre a participação na vida sacramental, em particular a Comunhão.

“O compromisso ecuménico do bispo não é uma dimensão opcional do seu ministério, mas um dever e uma obrigação”, pode ler-se no ‘vade-mécum ecuménico’ intitulado ‘O bispo e a unidade dos cristãos’.

texto, aprovado pelo Papa, sublinha que os católicos vivem “uma verdadeira comunhão com outros cristãos” através do “Batismo comum”, mas admite que “a questão de administrar e receber os sacramentos, e especialmente a Eucaristia, nas celebrações litúrgicas de cada um permanece uma área de tensão significativa”.

Agência Ecclesia

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15 de Janeiro de 2021