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Igreja em Rede/Eucaristia: “Mudar a maneira de pensar” para construir o Reino de Deus

O Bispo diocesano presidiu à celebração eucarística no III Domingo do Tempo Comum, Domingo da Palavra de Deus. A celebração marcou o regresso das Eucaristias transmitidas digitalmente, sem a presença física de fiéis.

“Voltamos às nossas celebrações em modo de confinamento. Uma opção tomada com sofrimento e ponderação pelos bispos portugueses perante a calamidade que nos aflige, pessoas, famílias, sociedade, de forma nunca experimentada no nosso país, que tem colocado em cheque os nossos sistemas, em particular o sistema de saúde”, começa por afirmar D. José Ornelas

Para o prelado, esta decisão constituiu uma “opção pela vida”, face ao “grande perigo de estarmos fisicamente juntos” e para rapidamente “possamos voltar a celebrar com alegria e segurança”.

Foi nesta celebração na Sé de Setúbal, com os fiéis “fisicamente dispersos”, que D. José Ornelas comentou o Evangelho do dia, no qual Jesus “nos convida a participar na construção de um mundo novo, a partir do projeto de Deus.”

“Jesus chama-lhe “O Reino de Deus”. Depois de João ser preso e terminar a sua missão de anúncio, Jesus começa a tomar, ele próprio, nas suas próprias mãos a construção deste Reino” refere o prelado.

 

O Bispo de Setúbal Jesus começa por dizer que é preciso mudar de atitudes, de maneira de pensar e de agir. “É isso que quer dizer converter-se (mudar de mente) ou reconverter-se”.

Jesus dá uma razão e uma direção a essa mudança: “O Reino de Deus”, a “Senhoria de Deus” tornou-se próxima. Não é “está para chegar”; é “tornou-se próxima, atingível, realizável”. Por isso, há que mudar a maneira de pensar: Deus não está longe. Tornou-se próximo, até visível, na pessoa de Jesus. Preparem-se, pois, para ver e seguir essa presença transformadora de Deus na figura humana.”

Este Reino “não desce já feito do céu, há de ser feito pelas pessoas” e por isso Jesus “começa a chamar pessoalmente aqueles que estão dispostos a realizar o projeto de Deus”.

Por isso, Jesus convida a segui-lo, “sair de si e da sua comodidade, egoísmo, limitação. Abrir-se à criatividade” de modo a conhecer um mundo novo, de esperança e “libertação dos que sofrem e vivem alienados”.

 

Este é um “chamamento individual, mas para formar um grupo, uma Igreja, um povo. Não é uma devoção pessoal.”

Um chamamento para salvar, agregar, numa vertente missionária: “seguir Jesus e dirigir-se aos outros, para cuidar deles e para que, com eles, se construa algo de novo.”

“Ele vai sempre contigo com aquilo que tu és, com aquilo que tu sabes, com aquilo que tu podes, com aquilo que tu sonhas. Mas que quer que coloques tudo isso ao serviço do mundo novo.”

Para o bispo diocesano, a leitura do chamamento ao Reino é feito de forma diferente em cada tempo, como no atual em que vivemos uma pandemia.

Sobre a pandemia, refere que todos têm uma responsabilidade na sua superação. “É com cada um que se vai construir a possibilidade de sair da crise. Que se não formos todos, não vai ninguém [sair da crise]. Porque em vez de sermos portadores de bem, vamos ser portadores de vírus.”

Por fim, D. José Ornelas exortou a encontrarmos modos de conversão, tendo Jesus como modelo, guia e caminho, um “caminho de alegria, de compromisso, de esperança ativa para realizar aquilo que se sonha à luz do Evangelho”.

JM

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26 de Janeiro de 2021