Esta quinta-feira, dia 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial do Doente e, em antecipação da data, fomos conhecer o Padre José Pires, sacerdote jesuíta que é Assistente Espiritual no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Na Diocese de Setúbal há 14 anos, o Padre José Pires é capelão hospitalar há 2 anos. “O primeiro ano que cá estive foi sobretudo para conhecer o ambiente, a instituição, qual é o ritmo do hospital. No segundo ano, vieram estes tempos especiais de pandemia que condicionam muito a atividade do hospital.”
“Cada vez há mais espaços dedicados à assistência dos doentes com Covid e isso condiciona bastante [a assistência] e a circulação que eu poderia ter pelas diversas enfermarias e espaços. Está necessariamente condicionada, está limitada”, afirma.
Na entrevista, o sacerdote jesuíta explica o seu dia a dia enquanto assistente espiritual do Hospital, nomeadamente o atendimento pessoal, o contacto com os doentes e profissionais de saúde nas consultas externas, nas enfermarias e nas urgências.
“Passo pelas camas, pelos rostos que lá estão, em que situação é que estão. A situação mais normal é quando há um pedido específico por parte dos doentes ou familiares.”
“As pessoas têm necessidade de alguém que seja um ouvido para os atender” esclarece o Padre José Pires, acrescentando, que este contacto é mais difícil e distante com os doentes internados com infeção Covid 19: “Eu não tenho facilidade de estar em contacto com doentes com Covid 19 a não ser pelo telefone. Essa é uma realidade da qual me sinto afastado.”
O capelão salienta ainda o papel de assistência aos auxiliares e profissionais de saúde. Para quem está a tratar doentes Covid, “é uma grande insegurança e instabilidade.” Para muitos, é uma experiência de fragilidade, de que o amanhã não está seguro para ninguém e que as pessoas são chamadas a ter uma outra atitude perante a vida e perante os planos que fazem.”
Assista à entrevista, na íntegra.
JM