De 11 a 14 de março de 2021, a LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos promoveu um Seminário Internacional sobre a dignificação do trabalho na era digital.
Os militantes da LOC/MTC consideram que é fundamental “desenvolver novas literacias” e “estar desperto” para discernir perante os mitos vigentes na sociedade e ter “atitude proativa face à tecnologia”.
O encontro, que estava previsto acontecer na cidade de Aveiro, realizou-se por via digital, com participantes nacionais e internacionais. O tema do seminário foi “Evolução das relações e formas de trabalho na era digital. “Trabalho” “Trabalhador” “Empresa” – Organização dos trabalhadores e sua representação.”
D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, apresentou uma reflexão sobre a cultura digital e o trabalho, as preocupações que levantam. Na visão do prelado, a tecnologia “pode ser uma oportunidade, mas que nem tudo é positivo”: defende que “existem muitos circuitos fechados, que alimentam notícias falsas e provocam discórdia na sociedade”.
Na primeira sessão do encontro, o Dr. Luís Soares Barbosa, Professor Catedrático da Universidade do Minho e Investigador Sénior no INESC TEC, apresentou a reflexão “Evolução das relações laborais e formas de trabalho na era digital”.
“A transição digital não vai retroceder, não sendo um mapa de sentido único, de inevitabilidades, nem uma questão de só preto ou branco”, disse o professor Luís Soares Barbosa, da Universidade do Minho.
Na sua conferência, realçou que “cresce a insegurança no emprego, a desregulação, a destruição de emprego tradicional, emerge a precariedade, a insegurança no emprego, perda de direitos, salários baixos e a descontinuidade laboral”.
A conferência sobre as preocupações ambientais do jovens e modelos de trabalho, contou com a participação de várias representantes, de entidades nacionais e internacionais. Em alguns dos países representados, todos Europeus, afirma-se que a grande maioria dos jovens estão agora mais preocupados com os problemas ambientais, com maior reivindicação pública. Contudo, muitos jovens estão a perder motivação para estudar porque não veem futuro” face às condições de trabalho precárias.
“Fortalecer o diálogo social é um meio para alcançar o progresso social e económico, como um fim em si mesmo, uma vez que dá voz e possibilita às comunidades uma participação ativa, nas respetivas sociedades e locais de trabalho, pelo que é um agente de cidadania”, lê-se no comunicado enviado à Diocese.
JM c/Agência Ecclesia