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“São José: Caminho para a Misericórdia” #7: Domingo de Ramos

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#7: Domingo de Ramos

Guião disponível para descarregar aqui.

Pai trabalhador | Corrigir os que erram * Consolar os tristes

Pai na coragem criativa, in Carta Apostólica Patris Corde, Papa Francisco

Um aspeto que carateriza São José – e tem sido evidenciado desde os dias da primeira encíclica social, a Rerum novarum de Leão XIII – é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho.

Neste nosso tempo em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis impressionantes, mesmo em países onde se experimentou durante várias décadas um certo bem-estar, é necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica e do qual o nosso Santo é patrono e exemplo.

O trabalho torna-se participação na própria obra da salvação, oportunidade para apressar a vinda do Reino, desenvolver as próprias potencialidades e qualidades, colocando-as ao serviço da sociedade e da comunhão; o trabalho torna-se uma oportunidade de realização não só para o próprio trabalhador, mas sobretudo para aquele núcleo originário da sociedade que é a família. Uma família onde falte o trabalho está mais exposta a dificuldades, tensões, fraturas e até mesmo à desesperada e desesperadora tentação da dissolução. Como poderemos falar da dignidade humana sem nos empenharmos para que todos, e cada um, tenham a possibilidade dum digno sustento?

A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa, colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida criadora do mundo que a rodeia. A crise do nosso tempo, que é económica, social, cultural e espiritual, pode constituir para todos um apelo a redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova «normalidade», em que ninguém seja excluído. O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho. A perda de trabalho que afeta tantos irmãos e irmãs e tem aumentado nos últimos meses devido à pandemia de Covid-19, deve ser um apelo a revermos as nossas prioridades. Peçamos a São José Operário que encontremos vias onde nos possamos comprometer até se dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!

 


Reflexão de São José

Queridos filhos, espero-vos, a todos, bem!

Nesta última semana da Quaresma, dedicamo-nos a acompanhar Jesus numa aproximação cada vez mais viva da Sua Cruz. Meditamos durante esta semana os mistérios nos quais o Senhor realizou os “trabalhos” finais da nossa Redenção: neste sentido, verdadeira “Semana Santa”.

O Santo Padre escreve sobre mim que, como carpinteiro, «[trabalhei] honestamente para garantir o sustento da [minha] família. [Comigo], Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho».

Neste sentido apresento-vos mais duas obras de misericórdia. Esta semana são duas espirituais: “Corrigir os que erram” e “Consolar os tristes”. Estas não se podiam tornar mais atuais na semana que agora iniciamos. Jesus corrige-nos, no mais interior de nós mesmos, e consola-nos, ao mesmo tempo, desde o topo da sua Cruz.

Eu, como pai e marido, fui tomando consciência destas necessidades, apesar de, no caso concreto da nossa família em Nazaré, o erro e a tristeza não serem problemas existentes. Mas a convivência com aqueles que nos rodeavam foi ocasião para poder observar como Jesus e Maria estavam sempre disponíveis para corrigir com Verdade e Amor e para consolar com a certeza do Amor de Deus.

O trabalho dignifica, quando é corretamente compreendido: cooperação humana com Deus na Criação; e não só na Criação, mas também na obra divina da nossa Salvação. Por isso estão certamente errados os que vivem ociosamente sem qualquer desejo de se implicarem num trabalho verdadeiramente humano e humanizador (2 Tess 3, 6-15). Por outro lado, certamente e com razão estarão tristes aqueles que, precisando e querendo trabalhar, disso estão privados; estes são hoje bastantes, pelas terríveis circunstâncias que vos envolvem.

Assim, confiados na Graça que sempre auxilia aquele a que ela se abre, sede verdadeiros apóstolos da misericórdia de Deus junto daqueles que não podem ou não querem trabalhar.

Além disso, gostaria ainda de vos recordar que a vida cristã, que nada mais é do que ter e participar no Espírito de Cristo, impele-nos a anunciá-Lo e celebrá-Lo em toda a parte, e não apenas nos momentos de oração e aos Domingos dentro da Igreja. Ora o ambiente do trabalho é campo fecundo para anunciar o Evangelho d’Aquele que trabalhou pela nossa Redenção e constantemente trabalha pela nossa Conversão e Salvação.

Cada vez que nos vossos ambientes laborais corrigis alguém que erra, ou consolais alguém entristecido, sois verdadeiras candeias, iluminando com a Luz de Cristo os recônditos mais sombrios da condição humana.

Além disto, convido-vos, neste início de Semana Santa, a que marqueis visivelmente a experiência celebrativa do Tríduo Pascal, onde celebramos a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Neste sentido proponho a realização em família de um Crucifixo para que possais afixar na porta da vossa casa, testemunhando diante do mundo o acontecimento da nossa Redenção.

Agora que regressaram à participação presencial nas celebrações, alegro-me convosco pela possibilidade de celebrarem em comunidade, com os vossos irmãos, o mistério central da nossa fé.

Desejo-vos uma bem rezada e vivida Semana Santa! Encontramo-nos espiritualmente junto à Cruz, em cada uma das vossas paróquias, na contemplação d’Aquele que nos abre as portas do Céu.

Vosso, junto de Deus,

José de Nazaré

 


Sugestão Cultural

E chegados ao Domingo de Ramos vamos começar a preparar a semana Santa. As nossas sugestões prendem-se esta semana com o aprofundar dos últimos passos da Quaresma. Desafiamos-vos a descobrir a Via Sacra com Maria através do Passo a Rezar, em que Susana Arrais e João Chaves dão voz a esta belíssima e surpreendente via sacra. Os belíssimos textos das meditações da Via Sacra foram escritos por Isabel Figueiredo e complementados pelas ilustrações de João Sarmento, dando origem à nossa sugestão de leitura para esta semana.

Na secção “Ver” temos várias sugestões esta semana. A primeira, sobre a pintura de Pietro Lorenzetti, retrata a entrada de Cristo em Jerusalém e reflete sobre o significado dessa mesma cena. A segunda remete-nos para o tema da nossa casa comum. Deixamos um desafio: ouvir esses ramos que estão na denominação deste domingo … com o vento a passar… aproveitando para um momento de silêncio nesta semana intensa para nós, Cristãos. Por fim sugerimos que assista a uma proposta de Via-Sacra através dos diversos meios de comunicação. Escolha qualquer uma que se encaixe nos horários que consegue ter, e obrigue-se a parar nesta semana tão importante...

 

PARA REZAR

Passo a Rezar: Via Sacra com Maria

“A Via-Sacra faz parte das tradições mais acarinhadas pelos católicos, sobretudo durante a quaresma. É um exercício espiritual – e, em alguns casos, também físico – que ajuda quem o faz a reviver a paixão e morte do Senhor Jesus, acompanhando Aquele que deu a vida pela humanidade e aprendendo d’Ele o “caminho da cruz”, o caminho de todos os homens e mulheres, mais ainda de todos os cristãos.

Em cada estação é Maria, a Mãe de Jesus, quem toma a palavra… e é imensa a dor desta Mulher trespassada pelos sofrimentos do seu Filho. Maria é a imagem viva de todas as mães dolorosamente marcadas pelas dores dos seus filhos e filhas. Vais querer fazer com ela este “caminho da cruz”… que não te vai deixar indiferente.”

Aceda aqui: https://www.passoarezar.net/viasacracommaria

 

PARA LER

Via-Sacra com Maria de Isabel Figueiredo – Editorial Apostolado da Oração

Pode adquirir este livro numa livraria próxima de si, ou online aqui: http://livraria.apostoladodaoracao.pt/produtos/viasacracommaria

 

PARA VER

Primeira sugestão: Pintura da Entrada de Cristo em Jerusalém” (det) | Pietro Lorenzetti | 1320

Aceda aqui: www.snpcultura.org/esses_ramos.html

Segunda sugestão: O vento nas árvores

Aceda aqui: www.youtube.com/watch?app=desktop&v=4KzFe50RQkQ

 

Quaresma/Páscoa: Dinâmica “São José: Caminho para a Misericórdia”

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23 de Março de 2021