Neste Domingo, 18 de abril, em que se inicia a 58.ª Semana de Oração pelas Vocações, e uma semana depois da Festa da Misericórdia (no II Domingo da Páscoa) o Departamento de Juventude da Diocese de Setúbal traz-nos o testemunho de duas missionárias da comunidade Aliança da Misericórdia.
“Pratico misericórdia como me mostraram: perdoando, não julgando”
Olá,
Chamo-me Viviana Ferreira, tenho 22 anos de idade, e estou na comunidade da Aliança da Misericórdia desde 2013, resumindo 8 anos nesta grande família!
E hoje, escrevo-vos sobre a misericórdia presente na minha vida. Para mim, acredito que compaixão com o sofrimento do próximo é realmente o que é a Misericórdia.
Desde pequena sempre me considerei uma rapariga normal, mas em especial tinha uma energia abundante e um sorriso que ninguém podia tirar, além de uma inocência única – o normal de uma criança – e sempre via uma forma de praticar o bem, mas nem sempre tendo noção que nem tudo o que fazia era certo, até mudar de casa e entrar na igreja e conhecer a comunidade missionária à qual pertenço. Aí pude conhecer Deus de uma maneira mais profunda.
Apesar de todo o sofrimento que passei enquanto criança e adolescente, nunca me desviei do caminho de ‘fazer o certo’, não sentir raiva ou ódio pelas pessoas que me fizeram mal e à minha família, por ter a fácil capacidade de perdoar e saber colocar-me no lugar dos outros. Nesta missão, aprendi mais e percebi mais a fundo a história do Senhor e a misericórdia que Ele teve por nós. Com isso disse a mim mesma “devo ser uma pessoa melhor todos os dias”, devo praticar a misericórdia, “a compaixão”.
E acreditem, durante um tempo foi assim até começar a crescer, começar a ver o mundo melhor e acabamos por conhecer realmente as pessoas, e a nós próprios. Perdemos um pouco da nossa inocência e aí perguntei: Como conseguirei praticar o bem, a misericórdia, se não sinto pena, se não sinto compaixão, se não entendo a dor, se me estou a afastar de Deus a cada dia que passa? Então decidi voltar à Misericórdia.
Muitas pessoas me ajudaram a reencontrar o meu caminho, tiveram para comigo compaixão.
Para mim, ter Misericórdia não é só para os que sofrem por fora, mas também para os que sofrem por dentro e tentam se mostrar felizes, para os que vestem uma máscara todos os dias para disfarçar o seu interior, para os jovens que se magoam uns aos outros constantemente.
Resumindo, para fazer as coisas certas, não existe justificação para se ‘machucar’. Existe o livre arbítrio para fazer o bem e o mal, e escolhem sempre o fácil, quando existem outras opções.
Mas também sou humana, não sou perfeita e, mesmo assim, Deus não me deixou sozinha e compadeceu-Se de mim, e prometi a mim mesma que “iria ser uma pessoa melhor todos os dias” e com isso, pratico misericórdia, como me mostraram: perdoando, não julgando.
Entender, por mais complicado que seja, não fazer igual, ou ser igual, e ensinar, se me for possível.
O que sou hoje, uma pessoa transformada pela Misericórdia!
Viviana Ferreira, Missionária da Aliança de Misericórdia
“Cada um de nós tem uma história de Misericórdia a ser contada e contemplada”
“Jesus, Vós me dais a conhecer e compreender em que consiste a gradeza da alma: não em grandes ações, mas em um grande amor” (Sta. Faustina Kowalska)
Domingo da Misericórdia, costumo pensar que é o dia de celebramos a nossa festa, não somente porque o nosso carisma, enquanto Aliança de Misericórdia, é o anúncio da misericórdia, é trazer a todos o Coração de Jesus Misericordioso. Cada um de nós tem uma história de Misericórdia a ser contada e contemplada.
Na nossa comunidade missionária, costumamos dizer que somos “filhos da Misericórdia”, simplesmente pelo fato de sabermos que sem Misericórdia não teremos a capacidade de ajudar os pequeninos que encontramos diariamente, as crianças abandonadas, os jovens nas mais diversas situações, os idosos abandonados por seus familiares.
Quando se olha para o coração misericordioso de Jesus, entendemos o que significa a misericórdia, que não faz distinção de pessoa, mas alcança a todos. Não importa idade, classe social, todos nós somos convidados a mergulhar neste amor. Diria que não há outra hipótese, pois necessitamos e em todo tempo nos lança neste amor misericordioso.
E por isso citei no início esta pequena frase do diário de Santa Faustina, a nossa grandeza consiste justamente em se deixar transformar pela misericórdia para poder ajudar com misericórdia.
Só é capaz de doar Misericórdia, quem dela experimenta.
Geane Almeida, Missionária da Aliança de Misericórdia