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A Palavra do Papa: a Pessoa viva, a oração com voz, a vacinação universal e a maratona do terço

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Esta semana, o Papa manifestou mais do que uma vez a sua preocupação com os que são deixados à margem na luta contra a pandemia e convocou uma maratona de oração para maio.

Explicou o Pontífice na sua alocução de domingo, que ser cristão é uma “relação viva com o Senhor Ressuscitado”: “olhamos para Ele, tocamos n’Ele, alimentamo-nos d’Ele e, transformados pelo Seu Amor, olhamos, tocamos e alimentamos os outros como irmãos e irmãs.”

Regina Coeli: “não existe um cristianismo à distância”

Francisco recordou que o Evangelho deste domingo é caracterizado por três verbos muito concretos, que em certo sentido refletem a nossa vida pessoal e comunitária: olhar, tocar e comer. O Santo Padre voltou à janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça São Pedro de onde rezou com os fiéis a oração do Regina Coeli, a oração do tempo pascal.

No terceiro domingo da Páscoa, o Santo Padre recordou que voltamos a Jerusalém, ao Cenáculo, como se guiados pelos dois discípulos de Emaús, que haviam escutado com grande emoção as palavras de Jesus no caminho e depois o reconheceram “no partir do pão”. Agora, no Cenáculo, o Cristo ressuscitado aparece no meio do grupo de discípulos e os saúda, dizendo: “A paz esteja convosco”!  Mas eles estão assustados – disse o Papa – e acreditam “que veem um fantasma”. Então Jesus mostra-lhes as feridas no seu corpo e diz: “Olhem para as minhas mãos e para os meus pés: sou eu mesmo! Toquem em mim! E para convencê-los, ele pede comida e a come sob o olhar atónito deles.

Olhem para minhas mãos e meus pés” – diz Jesus. Olhar não é apenas ver, é mais, envolve também intenção, vontade. É por isso que é um dos verbos do amor. Mães e pais olham para os seus filhos; os apaixonados olham um para o outro; um bom médico olha atentamente para o seu paciente… Olhar é um primeiro passo contra a indiferença, contra a tentação de virar 0 nosso rosto diante das dificuldades e sofrimentos dos outros. Olhar. Eu vejo ou olho Jesus?”.

Em seguida o Santo Padre falou do segundo verbo, tocar: “Ao convidar os discípulos a tocá-lo, para constatar que ele não é um fantasma, toque-me, Jesus indica a eles e a nós que a relação com Ele e com os nossos irmãos não pode permanecer “à distância”, não existe um cristianismo à distância, não existe somente um cristianismo no nível do olhar. O amor pede para olhar e também a proximidade, pede contato, a partilha da vida.”

Falando depois do terceiro verbo, comer, disse que o mesmo expressa bem a nossa humanidade na sua mais natural indigência, ou seja, a nossa necessidade de nos alimentarmos para poder viver: “Mas comer, quando o fazemos juntos, em família ou entre amigos, torna-se também uma expressão de amor, de comunhão, de festa… Ao ponto de o Banquete eucarístico se tornar o sinal emblemático da comunidade cristã. Alimentar-se juntos com o corpo de Cristo. Este é o centro da vida cristã”.

O Papa Francisco recordou que esta página do Evangelho diz-nos que Jesus não é um “fantasma”, mas uma Pessoa viva, que Jesus quando se aproxima de nós enche-nos de alegria até ao ponto de não acreditarmos e deixa-nos atónitos com aquele estupor que somente a presença de Deus nos dá, porque Jesus é uma pessoa viva.

Ser cristãos – continuou o Santo Padre – não é antes de tudo uma doutrina ou um ideal moral, é uma relação viva com Ele, com o Senhor Ressuscitado: “olhamos para Ele, tocamos n’Ele, alimentamo-nos d’Ele e, transformados pelo Seu Amor, olhamos, tocamos e alimentamos os outros como irmãos e irmãs.”

Após a oração do Regina Coeli, Francisco disse que neste sábado na Abadia de Casamari, (Itália) Simeone Cardon e cinco mártires companheiros, monges cistercienses daquela abadia, foram proclamados bem-aventurados. Em 1799, quando os soldados franceses que se retiravam de Nápoles saquearam igrejas e mosteiros, estes mansos discípulos de Cristo resistiram com coragem heroica, até a morte, para defender a Eucaristia da profanação.

Que o seu exemplo nos estimule a um maior compromisso de fidelidade a Deus, capaz também de transformar a sociedade e torná-la mais justa e fraterna. Um aplauso aos novos beatos!”

Francisco também demonstrou a sua tristeza com as notícias provenientes da Ucrânia oriental. O Santo Padre disse que acompanha “com profunda preocupação os acontecimentos em certas áreas da Ucrânia oriental, onde as violações do cessar-fogo se multiplicaram nos últimos meses, e observa com grande inquietação o aumento das atividades militares.

Respiradores e máscaras, a caridade do Papa com a Colômbia

O Papa Francisco enviou por meio da Nunciatura Apostólica material médico e cirúrgico para o tratamento de pacientes infetados com o coronavírus. Mais uma demonstração de carinho e proximidade do Pontífice para os países em dificuldades devido à pandemia, como é o caso dos estados da América Latina, onde nos últimos dias foi superada a barreira das 700 mil mortes em decorrência do vírus.

O Papa enviou quatro ventiladores, várias máscaras de proteção e cerca de 200 óculos de proteção. Com a ajuda da Força Aérea Colombiana e em colaboração com o Ordinariato Militar da Colômbia, todo o material médico foi entregue ao bispo de Quibdó, Dom Juan Carlos Barreto Barreto, para os centros de assistência hospitalar da cidade, isto é, o Hospital São Francisco de Assis e a Clínica Santiago.

“Este gesto soma-se à preocupação contínua do Papa Francisco pela Colômbia em muitas áreas, expressando a sua atenção a todas as Igrejas”, afirmam os bispos numa nota, reiterando a gratidão e o carinho pelo Pontífice.

A dor do Papa pela morte do Cardeal Khoarai

O Papa Francisco enviou nesta terça-feira um telegrama de pesar a Dom John Joale Tlhomola, Bispo de Mohale’s Hoek pela morte do cardeal Sebastian Koto Khoarai O.M.I., bispo emérito de Mohale’s Hoek (Lesoto), falecido aos 91 anos no último sábado, 17 de abril.

No telegrama, o Papa envia as suas condolências a toda a Diocese de Mohale’s Hoek. E escreve: “Com gratidão pelo testemunho de vida consagrada como oblato de Maria Imaculada, e o seu longo compromisso com a promoção das vocações ao sacerdócio e sua dedicação ao apostolado educacional da Igreja no Lesoto, uno-me de bom grado a vocês neste momento para que o nosso Pai celeste lhe conceda a recompensa pelo seu trabalho incansável e acolha a sua nobre alma na alegria do Seu reino eterno”.

E o Papa concluiu: “A todos os que choram a partida do falecido Cardeal na esperança segura da Ressurreição, concedo cordialmente a minha Bênção Apostólica como penhor de consolação e paz em Jesus Cristo, nosso Salvador”.

O Cardeal Khoarai, foi o primeiro cardeal do Lesoto, nomeado pelo Papa Francisco a 19 de novembro de 2016 recebendo o Título de São Leonardo da Porto Maurizio em Acilia.

“Eu estou contigo todos os dias”: I Dia Mundial dos Avós

O Discastério para os Leigos, a Família e a Vida divulgou o tema do I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, assinalado a 25 de julho.

O tema escolhido pelo Papa Francisco para a ocasião é “Eu estou contigo todos os dias” (cf. Mt 28,20) e tem a finalidade de expressar a proximidade do Senhor e da Igreja na vida de cada idoso, especialmente neste momento difícil de pandemia.

“’Eu estou contigo todos os dias’ é também uma promessa de proximidade e de esperança de que jovens e idosos possam entender-se mutuamente”, lê-se no comunicado de imprensa divulgado dia 20 de abril pelo Dicastério.

Para promover a celebração desse Dia nas igrejas locais e nas realidades associativas, o Dicastério vai propor, a partir de junho, alguns subsídios pastorais, que estarão disponíveis neste site.

Audiência Geral: “a oração é diálogo com Deus”

Na Audiência Geral desta quarta-feira, que voltou a realizar-se na Biblioteca do Palácio Apostólico, o Papa deu prosseguimento ao seu ciclo sobre a oração e dedicou a 30ª catequese sobre o tema à “oração vocal”.

“A oração é diálogo com Deus”, disse o Papa, e, num certo sentido, todas as criaturas “dialogam” com Deus. Mas no ser humano, a oração torna-se palavra, invocação, cântico, poesia… A Palavra divina fez-se carne, e na carne de cada homem a palavra volta a Deus em forma de oração.

As palavras nascem dos sentimentos, afirmou ainda Francisco, mas há também o caminho inverso: em que as palavras moldam os sentimentos. É por este motivo que a Sagrada Escritura nos ensina a rezar até com palavras, às vezes audazes.

Nenhum de nós nasce santo, constatou o Papa, e no coração do homem existem também sentimentos pouco edificantes, até mesmo o ódio. E quando estes sentimentos negativos batem à porta, devemos ser capazes de os desarmar com a oração e com as palavras de Deus. Sem elas, o mundo poderia ser inundando pela violência.

Não devemos desprezar a oração vocal, foi a exortação do Papa. “É coisa para as crianças, para as pessoas ignorantes. Eu busco a oração mental, a meditação, o vazio interior para que Deus venha…” Por favor, disse o Papa, “não cair na soberba de desprezar a oração vocal, é a oração dos simples, aquela que Jesus nos ensinou. Pai-Nosso, que estais nos céus…”.

As palavras que pronunciamos levam-nos pela mão; às vezes restituem o sabor, despertam até o mais adormecido dos corações; estimulam sentimentos dos quais tínhamos perdido a memória. E acima de tudo, de maneira segura, são as únicas que dirigem a Deus as perguntas que Ele quer ouvir. Jesus não nos deixou na névoa. Disse-nos: «Eis como deveis rezar!». E ensinou a oração do Pai-Nosso.”

O Papa: a vacinação é “um bem comum universal”

O Papa Francisco enviou uma mensagem à secretária-geral Rebeca Grynspan Mayufis da Secretaria Geral Ibero-Americana por ocasião da XXVII Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo. Francisco lançou um apelo aos governantes das nações num “contexto particularmente difícil devido aos terríveis efeitos da pandemia da Covid-19 em todos os âmbitos da vida diária”, para que a “a comunidade internacional se comprometa, unida, num espírito de responsabilidade e fraternidade, a enfrentar os muitos desafios já existentes, e os que virão”.

O Papa reconhece o sofrimento de todos os que perderam os seus entes, recordando que a pandemia “não fez distinções e atingiu pessoas de todas as culturas, credos, estratos sociais e económicos”. E louvou “o trabalho árduo dos médicos, enfermeiros, profissionais de saúde, capelães e voluntários que, nestes momentos difíceis, além de tratar os doentes, com o risco de suas vidas, têm sido a família e o amigo que lhes faltava”.

“Quero reiterar que a imunização extensiva a todos deve ser considerada um ‘bem comum universal’, uma noção que requer ações concretas que inspirem todo o processo de pesquisa, produção e distribuição das vacinas” apelou o Papa, elogiando todas as formas de solidariedade internacional.

Devemos unir as nossas forças para criar um novo horizonte de expetativas onde o lucro económico não seja o objetivo principal, mas a proteção da vida humana. Neste sentido, é urgente considerar um modelo de recuperação capaz de gerar soluções novas, mais inclusivas e sustentáveis, visando o bem comum universal, cumprindo a promessa de Deus para todas as pessoas”.

Terminou dizendo que “nada disso será possível sem uma forte vontade política que tenha a coragem de decidir mudar as coisas […] para que não sejam os pobres a pagar o preço mais alto desses dramas que estão a atingir a nossa família humana.”

Papa convoca maratona de oração para o mês de maio

Com o tema “De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus”, para invocar o fim da pandemia, a iniciativa, nascida do desejo sincero do Papa Francisco e promovida pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, tem como objetivo envolver de modo especial todos os outros santuários do mundo, para promoverem a oração do Terço junto dos fiéis, das famílias e das comunidades.

O Papa Francisco participará pessoalmente dos momentos de oração do Terço, no primeiro e no último dia do mês de maio. A iniciativa desejada pelo Papa será às 18 horas (horário de Roma) todos os dias do mês de maio em trinta Santuários de todo o mundo.

A recitação do Terço será transmitida ao vivo nos canais oficiais da Santa Sé às 18 horas (horário de Roma) todos os dias.

JM (com recursos jornalísticos do portal noticioso Vatican News)

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22 de Abril de 2021