O Convento de Jesus acolheu a apresentação da nova obra que pretende ajudar “a descobrir a riqueza singular do património religioso do concelho, ao proporcionar um roteiro por igrejas, conventos, capelas e ermidas”.
Na ocasião, D. José Ornelas sublinhou a importância deste roteiro que considera ser “um testemunho” entre gerações e tempos históricos: “Pensar e cuidar de memórias é um ato humano, de cultura, o qual constitui um desafio, de conservar, saber respeitar e, também, de criar sentido de interpretação, sobretudo para as gerações mais novas.”
Com o título “Património Religioso de Setúbal”, o livro dá a conhecer mais de trinta igrejas, capelas, conventos e recolhimentos, entre Setúbal e Azeitão, que podem ser apreciados com a ajuda de imagens, descrições, bem como informações de localização, “graças a um grande suporte de plantas”.
“Em mais de uma centena de páginas, o livro Património Religioso de Setúbal partilha, em português, inglês e francês, factos e curiosidades históricas que permitem embarcar numa viagem de enriquecimento cultural pelos mais variados monumentos religiosos” afirma a autarquia na nota publicada na página oficial.
“Património religioso é manifestação da alma da sociedade”
O Bispo de Setúbal deu o seu contributo à publicação. No texto que se encontra no preâmbulo, D. José Ornelas parabeniza a Câmara Municipal de Setúbal e a equipa técnica envolvida na conceção do documento.
“Conhecer, visitar e usufruir do nosso património histórico é um ato de gratidão para com aqueles que nos precederam, de afirmação da nossa identidade histórica, cultural e religiosa e uma forma de afirmar a vontade de futuro, não para copiar, mas para dar cunho próprio ao novo que criamos” destaca o prelado.
Para o bispo diocesano, o património religioso é a “manifestação da alma da sociedade que o produziu, da sua visão do mundo e daquilo que acaba por lhe conferir sentido e esperança”.
“O Concelho de Setúbal está semeado dessas memórias, que ligam a natureza com o sentir, pensar e agir das pessoas e da cidade que juntas foram construindo ao longo do tempo”, acrescenta.
Por fim, D. José Ornelas considera que “estas pequenas ou grandes manifestações do engenho humano e da sua fé são um convite ao acolhimento, à partilha e ao diálogo com outras pessoas, mundos e culturas”, pelo que desafia a “cuidar destas memórias” como forma de “superar diferenças” e nos fazer “mais membros da grande família humana”.
Conhecer as “casas de Deus” para relatar “a vida da comunidade”
Lembrando que estes espaços são “casas de Deus”, o Bispo de Setúbal enaltece o protocolo de colaboração existente entre a Diocese e a Câmara Municipal, que permite, por exemplo, “a realização de pequenos eventos culturais na Igreja do Convento de Jesus, tornando-os mais vivos e abertos à comunidade”.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, realçou, igualmente, que o livro Património Religioso de Setúbal – Roteiro de Igrejas, Capelas e Conventos cumpre ainda o objetivo de, “por esta via, estimular a permanente e vigilante salvaguarda de tão importante legado patrimonial”.
Na ocasião, a autarca reconheceu a riqueza e variedade do património arquitetónico religioso setubalense, afirmando que contar a sua história é relatar “a vida que edificou a nossa comunidade” e “um meio para preservar e dar a conhecer uma memória urbana coletiva”.
A cerimónia de apresentação do livro, que incluiu um apontamento musical por João Mendonza e Renato Sousa, contou com a presença do Vigário Geral da Diocese, Padre José Lobato, do Vigário Episcopal para a Pastoral e Pároco de São Paulo, Padre Luís Matos Ferreira, bem como de elementos do executivo camarário.
JM