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JMJ 2023/D. José Ornelas: “Jornadas de partilhar o que nos une, a mensagem que levamos, que pensamos essencial para este mundo”

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As Jornadas Pastorais reuniram em Fátima os bispos portugueses, em torno da reflexão sobre a ‘Receção do Sínodo dos Bispos sobre os jovens e a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023’, contando a presença do padre salesiano Rossano Sala, que foi secretário especial para a XV Assembleia-Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

D. José Ornelas, Bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, no final do encontro, realçou que este caminho até 2023 é um exemplo da sinodalidade que se quer imprimir na vida da Igreja.

“Quem está à frente de uma Igreja não tem de fazer tudo mas tem de ser aquele que vive e ajuda a animar os que estão na linha da frente a preparar todos os dias as JMJ, tem de ser vivido em Igreja. Os bispos têm de se consciencializar disto. Essa é a função desta reunião”, disse à Agência Ecclesia.

O bispo de Setúbal fala “num passo, que não termina aqui”, rumo a uma vivência que, sublinha, “se espera que dê frutos para a Igreja e para a humanidade”.

“Se é verdade que é uma Jornada organizada pela Igreja católica, deve ser católica no sentido original da palavra que significa universal, e que sejam umas Jornadas de partilhar o que nos une, a mensagem que levamos, que pensamos essencial para este mundo”, prossegue.

D. José Ornelas indica que a mensagem é para todos e que tal como “o Evangelho é para ser anunciado” também as encíclicas do Papa Francisco “não são mensagens apenas para dentro da Igreja e estarão presentes nas JMJ”.

O presidente da CEP sublinha a consciência de não fazer da JMJ “um fogo de palha que arde e não faz brasa”.

“Queremos que este fogo e entusiasmo – que exigem resiliência, esforço, cansaço – nos façam estar preparados para outros desafios. A pandemia veio ensinar-nos isso. Não sabemos ainda como vão ser as Jornadas, o que sabemos é que vamos estar lá e fazer o melhor que podemos. E temos a certeza que não vamos estar sozinhos: vai chegar gente do mundo e o Pai do céu vai estar connosco”, finaliza.

Os dias de formação, para além do episcopado, contaram com a participação de sacerdotes e leigos convidados pelos respetivos bispos. A Diocese de Setúbal fez-se representar pelos assistentes diocesanos da Juventude, Padre Álvaro Lago, SDB, e Padre Cláudio Rodrigues e pelo jovem leigo João Marques, da equipa do Departamento da Juventude e do Comité Organizador Diocesano da Jornada Mundial da Juventude.

© Agência Ecclesia

 


JMJ 2023: Jornada de Lisboa será «grande sinal de renascimento» no pós-pandemia, diz especialista

O secretário especial do Sínodo dos Bispos de 2018, o padre Rossano Sala, disse esta quarta-feira à Agência Ecclesia que a edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que Lisboa vai receber em 2023 será um sinal de retoma, no pós-pandemia.

“Sinto, vejo, percebo este grande momento da Jornada Mundial de Juventude de Lisboa, a nível universal, como um dos grandes sinais de renascimento e um dos momentos principais em que a Igreja se reúne, depois da pandemia”, referiu o religioso salesiano, falando no final das Jornadas Pastorais da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em Fátima.

O especialista em Pastoral Juvenil apela ao “discernimento”, uma escuta atenta da realidade, em diálogo com os vários responsáveis, para procurar “mudanças” que tornem a Jornada de Lisboa “adaptada aos jovens de hoje”.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

“É evidente que a JMJ já tem uma estrutura própria, uma identidade, uma história. Isto não significa que seja simplesmente uma estrutura rígida e inalterável”, indicou o padre Rossano Sala.

Para o religioso, a Pastoral Juvenil é o campo da “inovação, da experimentação” e muitas coisas mudaram desde 1985, sobretudo face à “digitalização” do mundo.

O conferencista destacou aos bispos católicos a necessidade de envolvimento de toda CEP e do próprio país na JMJ que vai decorrer em Lisboa, no verão de 2023, para preparar “uma da fé que chegue a todos e a cada um”.

Um evento deste género não é um acontecimento apenas para uma diocese, não é um acontecimento da Igreja portuguesa, é um acontecimento da sociedade, da vida de Portugal”.

O padre Rossano Sala sublinha a importância da comunicação e do envolvimento, para lá das próprias comunidades católicas, para que a JMJ possa ser “um momento de renascimento na vida do país”.

“Sinal para o renascimento desta nossa pequena aldeia global, do mundo, depois da pandemia”, acrescentou, e de uma Igreja “ao serviço de todos”, no mundo e para o mundo

As Jornadas Pastorais do Episcopado Português, iniciadas na segunda-feira, tiveram como tema ‘A receção do Sínodo dos Bispos sobre os jovens e a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023’.

O secretário especial para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional, de 2018, recordou este “grande momento” na vida da Igreja Católica, marcado pelo “entusiasmo da missão”.

Dois anos, a pandemia veio lembrar a “vulnerabilidade” do ser humano e esta sequência deve levar a pensar, segundo o religioso, num recomeço “com entusiasmo e com humildade”.

“Esta é uma ocasião para voltarmos a ser discípulos do Senhor, entrando cada vez mais na lógica de um discipulado missionário”, aponta.

O padre Rossano Sala apresentou quatro conferências, a última das quais sobre o tema “Jornada Mundial da Juventude: Oportunidade ou Tentação?”.

Na entrevista, o sacerdote explicou que é fundamental “não usar mal esta oportunidade” nem desperdiçar a “graça” de realizar este evento.

O especialista convidou a rejeitar a tentação de fazer “boa figura”, perante o resto da Igreja, ou de fazer passar a imagem de Portugal como “um país acolhedor, para os turistas”.

Para o religioso salesiano, os objetivos devem ser outros, evitando que este seja um acontecimento “separado da vida das comunidades católicas”, para que represente, pelo contrário, um “salto de qualidade” na vida e espiritualidade da Igreja.

“Desejo que a JMJ, sobretudo a sua preparação e o que se lhe vai seguir, seja um percurso formativo e espiritual de conversão”, concluiu.

© Agência Ecclesia

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16 de Junho de 2021