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Crismas/Marateca: “Viver a vida segundo o Salmo 112”

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No passado domingo, dia 4 de julho, foram confirmados na fé oito membros da Paróquia de S. Pedro de Marateca, dos quais 6 jovens e 2 adultos.

D. José Ornelas, Bispo da Diocese de Setúbal, presidiu a solene celebração eucarística com o sacramento do Crisma. Concelebrou o Padre Geraldo Kalemesa, Pároco de São Pedro de Marateca, em Águas de Moura, onde decorreu a celebração, num clima de grande alegria e entusiasmo.

Na sua homilia, o bispo diocesano relembrou o Batismo de Jesus, enfatizando que, “o verdadeiro batismo é o do Espírito Santo.”

Explicou aos presentes que Jesus veio como filho de Deus, trazendo o Espírito de Deus solidariamente para estar ao nosso lado e fazer caminho connosco com a diferença de Ele ser o Filho obediente ao Pai e isento de pecado.

Ao falar em “dar-se”, D. José referiu o tempo atual que estamos a viver de pandemia, em que muitos profissionais abnegaram de si próprios, colocaram as suas famílias em “stand by”, e sem descanso entregaram-se inteiramente para salvarem vidas. “Esta é a entrega que Deus espera de nós”, acrescentou.

Utilizou este exemplo para nos mostrar que, tal como os médicos curam da doença física, Jesus, com o Espírito de Deus, salva da “doença do mundo-pecado”, referindo que, “o pior doente é aquele que não sabe que está doente!”

Com o Batismo, ganhamos a legitimidade de dizer “Pai nosso” e Deus de nos chamar “filho” e “filha”, deixando-nos a certeza de que “o Senhor cuidará de mim” (Sl 27:10). “Integramos a família de Deus, ganhamos uma vida que não acaba, pois, o Espírito de Deus não morre”, frisou.

D. José Ornelas desafiou os crismados, aludindo ao exemplo de Jesus em que Deus dá a vida, cabeça e coração, a que, impelidos pelo Espírito de Deus, não mais cessem de proclamar a Palavra e a Misericórdia de um espírito de bondade, para viverem neste mesmo espírito, cuidando desta vida, deste planeta e contribuindo para um mundo mais são, isento de injustiças e miséria.

Acrescentou ainda que o Espírito, que recebemos com o Crisma, é como uma planta que é enxertada de uma outra planta, que dá nova vida, que renova – planta de justiça, de caridade, de liberdade e de amor.

Chamou à atenção para a importância de adotarmos o Salmo 112 na nossa vida, como sendo o nosso e-mail, o nosso número de telemóvel, a nossa tecla F1 (“help”) do computador. Metáforas usadas por D. José, para nos consciencializar que o nosso viver tem de ser o salmo 112. Ter “uma vida que valha a pena”, norteada pela justiça, que permanecerá no tempo, que mereça ser registada e partilhada. Estar sempre disponível para se dar ao outro, para escutar, para ajudar e sendo justo aos olhos de Deus e n’Ele confiando nada temeremos, foi o desejo manifestado pelo Bispo de Setúbal.

D. José convidou os crismados a serem gente ativa na transformação da Igreja, salientando que todos somos chamados a ser cristãos ativos numa Igreja que é de todos, para todos e que precisa de todos.

O diploma que vão receber, que seja um certificado de habilitações, para servir, no dever de se pôr ao serviço da Igreja” afirmou.

No final da celebração D. José, agradeceu o afeto e o carinho da Paróquia, pedindo a Deus que “o Espírito Santo faça de cada membro desta comunidade mensageiro da Palavra de Deus.”

O Padre Geraldo enalteceu o entusiasmo com que todos os intervenientes viveram a celebração, parabenizou os Crismados, agradecendo a presença de todos e em especial do Senhor Bispo.

Nélia Patrícia, da comunidade de Águas de Moura, disse na ocasião: “Hoje renasci! Grata pela bênção e pela missão que estou a iniciar.”

Já a crismada Carolina Salazar, da comunidade do Poceirão, testemunha que fazer o Crisma foi muito especial para si: “A sensação de pertença é inexplicável. Senti que quanto mais damos, mais recebemos, e levo ensinamento para a vida.”

Encerrou-se desta forma a semana dedicada ao apóstolo São Pedro, padroeiro da Paróquia de Marateca, cujas festividades tiveram início no passado dia 29 de julho, com a habitual procissão em honra de São Pedro, a qual devido à pandemia teve a sua necessária adaptação. A imagem percorreu toda a aldeia, acompanhada em carros pelos fiéis, que apesar desta situação, mostraram que a sua fé não se altera.

Que São Pedro interceda por todos nós na comunidade e no mundo inteiro, para que assim Deus nos ajude, libertando-nos das “amarras” deste vírus.

Anabela Caliço, da Paróquia de São Pedro da Marateca, e JM

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06 de Julho de 2021