comprehensive-camels

A Palavra do Papa: a recuperação física, a saúde para todos e o cardeal dos pobres

20210714-a-palavra-do-papa

O Papa Francisco teve um internamento com vários encontros. Antes de obter alta médica, festejou as vitórias das suas seleções nos campeonatos de futebol, pediu saúde gratuita para todos e enviou palavras de proximidade para o Iraque e para o Congo.

Depois de cirurgia, o Papa deixou o Hospital.

O Santo Padre ficou internado dez dias no Hospital Agostinho Gemelli. Deu entrada no dia 4 de julho para se submeter a uma cirurgia ao cólon. A intervenção correu bem e o tempo de internamento serviu para “otimizar a reabilitação” do Pontífice, segundo informações da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Os dias foram passados tranquilamente no Hospital entre terapias, oração e encontros com doentes, médicos e enfermeiros.

Atraído pela música que provinha da Unidade de Oncologia Pediátrica, localizada no mesmo piso do seu internamento, o Papa quis levar o seu conforto aos pais e crianças na tarde desta terça-feira. A música que o Papa começou a escutar é de um projeto da capital italiana que leva concertos a crianças internadas nas sessões de oncologia. Assim que o concerto terminou, o Santo Padre foi até ao local para saudar os pacientes e os seus pais.

No período de recuperação na unidade hospitalar, o Sumo Pontífice teve ainda tempo para se dedicar ao futebol, sua grande paixão, acompanhando as vitórias da Argentina na Copa América e o triunfo da Itália no Campeonato Europeu.

Em comunicado, a Sala de Imprensa da Santa Sé informa que o Santo Padre, ao partilhar a alegria pela vitória das seleções argentina e italiana com as pessoas a ele próximas, “se deteve sobre o significado do desporto e os seus valores, e sobre a capacidade desportiva de saber aceitar qualquer resultado, mesmo a derrota: “Somente assim, diante das dificuldades da vida, é possível colocar-se em jogo, lutando sem desistir, com esperança e confiança”.

O Papa Francisco recebeu alta na manhã desta quarta-feira, pelas 10h30, mas, antes de regressar para o Vaticano, dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior. De acordo com o comunicado da Sala de Imprensa, diante da Virgem “Salus Populi Romani” Francisco agradeceu pelo bom êxito da sua cirurgia e dirigiu a Nossa Senhora uma oração por todos os doentes, especialmente por aqueles que encontrou durante os dias do seu internamento.

Angelus: nenhum doente fique só. Sistema de saúde gratuito e acessível a todos

Do Hospital Agostinho Gemelli, onde recuperava de uma cirurgia, o Papa Francisco rezou de modo especial por todos os doentes e fez um apelo por um sistema de saúde acessível a todos.

Estou feliz por poder manter o encontro dominical do Angelus, também aqui da Policlínica “Gemelli”. Agradeço a todos: senti muito a proximidade e o amparo das suas orações. Obrigado de coração!”

Da janela do seu apartamento no décimo andar da Policlínica, rodeado por crianças doentes, o Papa acenou aos fiéis presentes na pequena praça que fica na entrada da estrutura e dali fez uma breve meditação sobre o Evangelho do dia, destacando de modo especial uma frase de Jesus aos discípulos: “curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6,13).

“Este ‘óleo’ é certamente o sacramento da Unção dos Enfermos, que dá conforto ao espírito e ao corpo. Mas este ‘óleo’ é também a escuta, a proximidade, o cuidado, a ternura de quem cuida da pessoa doente: é como uma carícia que faz sentir melhor, alivia a dor e soleva.”

Para Francisco, mais cedo ou mais tarde, todos necessitamos desta “unção” e todos podemos oferecê-la a alguém, com uma visita, um telefonema, uma mão estendida a quem necessita de ajuda. “Recordemos que no protocolo do juízo final Mateus, 25, uma das coisas que nos perguntarão será a proximidade aos doentes.

Todavia, esta dimensão pessoal do cuidado deve ser alargada para uma dimensão social, em que todos os cidadãos possam usufruir de um sistema de saúde.

Nestes dias de internamento no hospital – prosseguiu o Pontífice – experimentei quanto é importante um bom serviço de saúde gratuito, acessível a todos, como existe em Itália e noutros países. Um sistema de saúde gratuito, que garanta um bom serviço acessível a todos. Não se pode perder este bem precioso. É preciso mantê-lo! E para isso é necessário que todos se empenhem, porque serve a todos e pede a contribuição de todos.”

O Santo Padre lamentou que às vezes, na Igreja, quando alguma instituição de saúde passa por problemas financeiros, inclusive por má gestão, o primeiro pensamento é vender a estrutura: “Mas a sua vocação na Igreja não é ter dinheiro, mas prestar um serviço e um serviço é sempre gratuito, não se esqueçam, salvar as instituições gratuitas”.

Por fim, Francisco dirigiu uma palavra a quem trabalha nos hospitais, pedindo orações pelos enfermos:

“Quero expressar o meu apreço e o meu encorajamento aos médicos e a todos os agentes de saúde e aos funcionários dos hospitais. E rezemos por todos os doentes, aqui estão alguns amigos crianças doentes. Por que as crianças sofrem? Por que sofrem as crianças é uma pergunta que toca o coração. Acompanhemo-las com a oração e rezemos por todos os doentes, especialmente por aqueles em condições mais difíceis: ninguém fique só, cada um possa receber a unção da escuta, da proximidade, da ternura e do cuidado. E é o que pedimos por intercessão de Maria, nossa Mãe, saúde dos enfermos.”

Iraque: Francisco próximo às vítimas do incêndio no Hospital Al-Hussein

No telegrama enviado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, ao núncio apostólico no Iraque, D. Mitja Leskovar, o Papa Francisco expressa “a sua proximidade espiritual a todos os atingidos pelo trágico incêndio na ala de isolamento da Covid do Hospital Al-Hussein, em Nassiriya”.

Profundamente entristecido”, o Santo Padre “reza especialmente por aqueles que morreram e pelo conforto dos seus familiares e amigos que lamentam a sua perda. Sobre os pacientes, funcionários e cuidadores, invoca as bênçãos de Deus de consolo, força e paz”.

O incêndio foi provavelmente causado pela explosão de cilindros de oxigénio, causando a morte, segundo um balanço ainda provisório, de 64 pessoas que estavam hospitalizadas. Pelo menos 100 pessoas ficaram feridas, segundo informações da emissora televisiva árabe Al Jazeera.

Monsengwo: “Homem comprometido com os pobres”

O Papa Francisco enviou um telegrama de pesar ao arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, cardeal Fridolin Ambongo Besungu, pelo falecimento do cardeal Laurent Monsengwo Pasinya.

A morte do arcebispo emérito de Kinshasa ocorreu no último domingo, 11 de julho, em Versalhes, França.

No texto, Francisco afirma que tomou conhecimento “com tristeza da morte do cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo emérito de Kinshasa”, e apresenta as suas “sinceras condolências” ao cardeal Fridolin e aos familiares do cardeal falecido, “aos bispos auxiliares e aos fiéis das Dioceses de Inongo, Kisangani e Kinshasa, das quais ele foi sucessivamente Pastor”.

Peço ao Pai de toda misericórdia que acolha em sua paz e na sua luz este exegeta, este homem de ciência, este grande homem espiritual e este pastor intensamente dedicado ao serviço da Igreja, onde quer que tenha sido chamado”, ressalta o Papa. 

“Atento às necessidades dos fiéis, cheio de coragem e determinação, o cardeal Monsengwo dedicou a sua vida de sacerdote e bispo à inculturação da fé e à opção preferencial pelos pobres. Deste modo, encarnou a missão profética da Igreja. Homem de justiça, paz e unidade, ele estava profundamente envolvido no desenvolvimento humano integral da República Democrática do Congo”, destaca Francisco no telegrama.

JM (com recursos jornalísticos Vatican News)

Partilhe nas redes sociais!
14 de Julho de 2021