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Exéquias: D. José Ornelas enalteceu a “dedicação total” e o “dom da entrega” do Padre João Luís Paixão

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A Igreja de Setúbal despediu-se do seu filho e presbítero. As exéquias do Padre João Luís Paixão, que partiu para o Pai no dia 8 de julho, decorreram entre as Paróquias da Trafaria e do Monte de Caparica, onde o sacerdote serviu nos últimos anos como Pároco e Vigário Paroquial, respetivamente.

No dia 9 de julho, D. José Ornelas presidiu à Missa Exequial na Igreja Paroquial do Monte de Caparica, especialmente dirigida ao Clero, e que contou com a presença de muitos padres, diáconos, amigos e paroquianos.

“Celebramos, como Igreja de Setúbal, a partida deste seu filho e deste seu presbítero” começou por referir o bispo diocesano.

“É um momento de afeto, de dor, de saudade, de expressão da amizade que se viveu ao longo de anos” realçou, expressando a sua proximidade com os sacerdotes que acompanharam o Padre João nos seus últimos dias, com a mãe, Maria Ivone Paixão, e também com todos os paroquianos que partilham a dor da partida do seu pastor.

Na homilia, o prelado destacou o significado especial de uma Eucaristia que serve para dizer “A-Deus” a um irmão ou a uma irmã que deixa este mundo:os laços que nos unem, no Espírito do Senhor, tornam-nos membros da mesma família do Pai do Céu, mesmo quando deixamos esta terra; ou melhor, sobretudo quando deixamos esta terra, para vivermos plenamente como filhos e filhas de Deus”.

O que celebramos é a conclusão da vida humana, nesta terra, do Padre João Luís, mas também do dom que ele fez a Deus da sua vida, ao serviço da Igreja. Ele, e todos aqueles que se consagram a Deus no ministério ordenado, entregam totalmente a vida nas Suas mãos, para servir os irmãos na Igreja, continuando a missão de Jesus ao estilo de Jesus.”

O Bispo de Setúbal frisou que a dedicação total e a entrega da vida são manifestações da atuação de Jesus nos ordenados (Bispo, Padre e Diácono), que são “dispensadores da vida de Deus, no anúncio do Evangelho e nos sacramentos da Igreja”.

“O dom da entrega vai-se realizando ao longo da vida nesta terra e para além dela, como aconteceu ontem no Hospital de São José em Lisboa, com o Padre João. Esse dom de si implica a totalidade da vida mas não é o fim: é o completar-se do primeiro “sim” que se disse quando ouvimos no coração o chamamento do Mestre.”

Com a presença do corpo do presbítero, D. José Ornelas exortou a celebrar e louvar a Deus pela vida do sacerdote, que recebeu da sua mãe, mas também pela vida e pelo serviço que recebeu da Mãe-Igreja e que naquele dia se completaram.

Disse o prelado que, “celebrar junto do corpo humano do Padre João” significa “unidade no serviço, sempre frágil em nome de Deus” mas, além disso, “louvor por aquilo que Ele permite que façamos em seu nome, pelo poder do seu Espírito”, sem o qual “tudo acabaria na morte e no nada” e que se torna “semente” para a “vida que não acaba”.

No fim da homilia, D. José Ornelas dirigiu a seguinte oração:

Caro Pe. João Luís,
Que o Senhor, Bom Pastor,
que te chamou e que tu seguiste nesta terra,
servindo esta Igreja de Setúbal,
te acolha hoje, misericordioso,
te purifique e te transforme pelo Seu Espírito,
para que possas contemplar o Rosto do Pai do céu,
na plenitude da vida.

Que Ele abençoe e conforte a tua mãe
e faça crescer as sementes de Evangelho
que lançaste nesta nossa Igreja,
através da força do Espírito Santo,
da ação dos teus irmãos no ministério sagrado
e dos irmãos e irmãs que, junto com eles,
continuam a trabalhar,
como tu fizeste, nesta vinha do Senhor.

O “aDeus” da comunidade da Trafaria ao Padre João Luís Paixão

Depois de uma celebração especialmente dirigida do Clero na noite anterior, na manhã do dia 10 de julho foi a vez da comunidade paroquial da Trafaria se despedir daquele que foi o seu pároco ao longo dos últimos oito anos. Logo ao início da manhã, o Padre Pedro Quintela, vigário paroquial da Trafaria e vigário forâneo da Caparica, presidiu à Missa Exequial. Pelas 10h30, D. José Ornelas, bispo diocesano, presidiu a um momento de oração antes do funeral seguir para o cemitério do Monte de Caparica.

Reforçando algumas das mensagens que já tinha transmitido no dia anterior, o Pastor da Diocese sadina lembrou que na igreja se celebram muitos momentos felizes, como casamentos e batismos, e que “estes, como o de hoje, em que dizemos o último adeus ao Padre João, parecem ser diferentes”. No entanto, reforçou, “apesar da saudade, da dor e da ausência física, a nossa fé diz-nos que os que partem estão vivos nos braços de Deus. Não é uma ilusão. É aquilo que dá sentido e integra a nossa dor”.

“Jesus chorou por Lázaro – disse D. José Ornelas – mas não foi apenas ao funeral dele apresentar condolências à família. Foi lá para lhes ‘abrir os olhos’ para aquilo que Ele próprio é, como dador de vida. Ele é a Ressurreição e a Vida.”

O Bispo diocesano voltou a sublinhar, também, o cuidado daqueles que acompanharam o Padre João, desde logo as equipas de saúde do Hospital Garcia de Orta e do Hospital de São José, mas também os Padres mais próximos e amigos.

Dirigindo uma mensagem especial aos paroquianos da Trafaria, D. José Ornelas acrescentou:

“A missão que o Padre João aqui começou, nesta terra, não acaba. A missão era do Pai do Céu. Dando graças por aquilo que ele foi, com as suas limitações humanas, como cada um de nós, foi sempre disponível para que o Senhor fosse o Bom Pastor nesta terra. Foi para vós que ele viveu o seu ministério neste últimos anos. Que o Senhor possa abençoar esta comunidade e que as sementes do Evangelho que o Padre João aqui semeou, continuem a dar fruto.”

À passagem da carrinha funerária que transportava os restos mortais do corpo do Padre João Luís Paixão, os Bombeiros Voluntários da Trafaria prestaram a sua homenagem fazendo guarda de honra.

JM e AS

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15 de Julho de 2021