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Azeitão/Ação Social: Santa Casa da Misericórdia celebrou 400 anos

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D. José Ornelas presidiu à celebração aniversária, elogiando o trabalho das Misericórdias, “uma das obras mais nobres do nosso povo” e reconhecendo os desafios de fazer caridade no mundo em que vivemos.

“É uma grande satisfação aqui celebrar, em ação de graças por todas e todos aqueles que nestes quatro séculos fizeram esta Misericórdia de Azeitão, gente boa que deu vida que organizou esta instituição por aqueles que mais precisam. Esta é uma das obras mais nobres do nosso povo” começou por dizer o Bispo Diocesano.

A Santa Casa da Misericórdia da Azeitão assinalou 400 anos de ação pastoral e caritativa com uma Eucaristia na Igreja da Misericórdia, em Vila Nogueira da Azeitão, na presença dos Irmãos (membros) da instituição e de Frei Hermínio Araújo, frade franciscano.

“As Misericórdias – observou D. José Ornelas na sua homilia – é uma rede de instituições que caracterizam a nossa sociedade muito antes do Estado ter políticas sociais. Têm uma característica muito especial: serem populares e estarem destinadas ao povo, às pessoas que mais precisam”.

Para o prelado, a existência das misericórdias faz pensar que “há muita gente disposta a fazer o bem”. Pessoas dispostas a “unir, cuidar, amar e consolar” e é essa disponibilidade que distingue o ser humano que é capaz de misericórdia.

Nesta pandemia, com que sentido fazemos caridade? Hoje, fazer caridade não é fácil. É exercer e fazer o bem em favor da sociedade, para criar uma sociedade melhor, mais justa, mais em cadeia, mais ligada. Não é fácil: não é só a complexidade das leis, o tempo que é preciso, a vontade que é precisa, a competência que é precisa. Se não tivermos sentimentos de caridade, não chegamos lá”, afirmou.

Aponta D. José Ornelas que para se ser verdadeiramente misericordioso “é preciso ter o coração livre, sobretudo livre de mim mesmo: porque senão, para tomar decisões, vou estar moldado pelas minhas ideias, as minhas indicações, as minhas vontades, por aqueles que pensam como eu, e não nos centramos naqueles que precisam de nós”.

“Hoje, damos graças por estes 400 anos da Misericórdia. Que seja uma fraternidade, livre, que faça sempre o bem, com gente que partilha um projeto de sociedade nova”, terminou.

No fim da celebração, o Provedor da Misericórdia da Azeitão, Jorge Maria de Carvalho, agradeceu a presença do Bispo diocesano e deu graças pelas “centenas de gerações que nos precederam nestes 400 anos e às que atualmente colaboraram com a ação ou partilham o compromisso da Santa Casa da Misericórdia da Azeitão.”

 

A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Azeitão foi instituída em 1621, com a sua fundação a cargo de D. Afonso de Lencastre, Marquês de Porto Seguro, e tendo sido primeiro Provedor da Santa Casa, um dos filhos do 3.º Duque de Aveiro, D. Álvaro de Lencastre.

Nos anos 40 do século XVII a Misericórdia fundou um hospital, que esteve em atividade até 1974. Atualmente dispõe de um conjunto de respostas sociais, desde serviços de saúde e bem-estar, estrutura residencial para pessoais idosas, centro de dia, apoio domiciliário e teleassistência.

A missão da Misericórdia de Azeitão, segundo o compromisso da Irmandade, é “a prática das Catorze Obras de Misericórdia, tanto corporais como espirituais, visando a defesa da dignidade humana consubstanciada num serviço e apoio a todos os que precisam, bem como a realização de atos de culto católico, de harmonia com o seu espírito tradicional, enformado pelos princípios do humanismo e da doutrina e moral cristãs”.

JM

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23 de Julho de 2021