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Juventude: Testemunhos de missão, entrega e serviço no Dia Internacional da Caridade

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Bruno Canceiro e Bruno Gonçalves são dois jovens da Diocese de Setúbal, da Paróquia de Laranjeiro/Feijó, e pertencem aos Jovens Sem Fronteiras (JSF). Este verão participaram em semanas missionárias deste movimento juvenil e, a pedido do Departamento de Juventude da Diocese de Setúbal, partilharam essa experiência por ocasião do Dia Internacional da Caridade, que se comemorou no passado domingo, 5 de setembro, data da morte de Madre Teresa de Calcutá.

Semana Missionária em Lisboa – Bruno Canceiro

Entre 26 de julho e 3 de agosto, tive a graça de participar numa semana missionária organizada pelos Jovens Sem Fronteiras (JSF), um movimento criado pela Congregação do Espírito Santo em Portugal (os chamados Missionários Espiritanos).

Não tivemos de planear nada. Tínhamos apenas de estar ao serviço. Escutar e obedecer, somente. Com plena liberdade e liberalidade.

Fiquei hospedado na sede dos Espiritanos na Estrela, Lisboa, com outros três membros dos JSF, dois de Braga e um de Lisboa, com o intuito de oferecer trabalho voluntário junto das duas instituições de solidariedade contíguas a esta casa: o Centro Padre Alves Correia (CEPAC), que apoia os imigrantes da capital, e a Sol Sem Fronteiras (Solsef), que angaria fundos para projectos de desenvolvimento em países de terceiro mundo.

Dou graças a Deus por Ele me ter obrigado a sair da minha zona de conforto, mas também (e passando agora para as suaves consolações) pelas maravilhosas amizades que fiz, pelos exemplos inspiradores de piedade e serviço que pude testemunhar. Ainda há muitos aspectos desta experiência que tenho de rever no meu íntimo, mas a simples gratidão — essa ninguém me tira.

Os trabalhos no CEPAC e na Solsef foram pontuados por momentos de oração e convívio com os confrades espiritanos: momentos que nos trouxeram grande alegria, e que conferiram sentido e vigor ao nosso voluntariado. Seria impossível descrever a grande amabilidade com que fomos recebidos sem recorrer a lugares-comuns; digo simplesmente que foi uma das estadas mais refrescantes da minha vida. Foram diversas as histórias que tivemos o privilégio de escutar, tanto dos missionários mais jovens como dos veteranos, o que nos levou a entender e a estimar melhor esta singular vocação. Sinto-me sobretudo abençoado por ter conhecido o P. Luigi Maccali, sacerdote italiano que foi prisioneiro de um ramo da Al-Qaeda durante dois anos.

As tarefas de voluntariado junto das instituições foram cansativas, mas importantes. Entre triagens de fruta podre e preparações de cabazes alimentares, passando por arrumações de roupa e embalamento de postais, até retirar móveis de casas devolutas e transportá-los por Lisboa fora, pude concretizar algo que me estava a faltar bastante: exercitar a diligência, unir a vida de oração à obra social da Igreja, imitar Cristo entrando na miséria dos homens, oferecer dores físicas pelo bem das almas. Apesar de não ter sido capaz de servir com caridade perfeita, por falta de virtude, houve momentos luminosos em que o Espírito Santo me permitiu sentir alguma alegria na monotonia.

Bruno Canceiro

 

O Dia Internacional da Caridade foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 2012, através da Resolução 67/105, pretende “reconhecer o papel fundamental das instituições, governos e pessoas que praticam a caridade e aliviam as crises humanitárias e o sofrimento humano”.

Assinala-se anualmente a 5 de setembro na data da morte de Madre Teresa de Calcutá (1910-1997).

 

Uma semana diferente vivida na Alegria e na Esperança! – Bruno Gonçalves

Foi com muita alegria e esperança que vivemos a nossa primeira semana missionária, uma semana tão aguardada por nós!

Em conjunto com o Pe. Hugo e mais seis jovens de vários pontos do país, rumámos ao Alentejo, à vila de Mértola, com as suas paisagens naturais fascinantes e com uma população acolhedora.

Fomos muito bem acolhidos pelo Pe. Eduardo Osório que juntamente com o Pe. Alberto nos acompanharam, partilhando a sua vida com muita alegria!

Contactamos com a população nas ruas da vila fazendo algumas visitas à entrada das habitações, marcámos presença nas aldeias próximas, participando nas Eucaristias e dialogando com as pessoas sobre o nosso propósito ali, rezámos o terço com alguns populares, participámos numa Eucaristia com alguns utentes da Santa Casa da Misericórdia de Mértola e rezámos com eles o terço em formato online, participámos numa oração com alguns jovens, dinamizada por um grupo de jovens dos Olivais, tivemos momentos de formação e um dia dedicado ao grupo, marcado pela oração e convívio nas Minas de São Domingos e todas as noites apresentámos testemunhos missionários, em que um deles foi em direto com os pontistas que estavam em São Paulo no Brasil! Foi fantástico!

O nosso último dia foi marcado pela emoção! No final da Eucaristia na Igreja Matriz, muitas foram as pessoas que se despediram, desejando felicidades, agradecendo a nossa presença e pedindo que voltássemos.

Foi um tempo memorável, passado com pessoas amáveis, num lugar inacreditável. A semana foi muito divertida repleta de orações, atividades e jogos. Um tempo para crescer na fé, aprender a fazer coisas novas, com o apoio de pessoas amigas.

Foi uma semana intensa e de muita entrega!

Regressámos com o coração cheio e com muita vontade de continuar a levar aos outros a alegria e o amor, como rosto de Jesus, nas missões futuras.

Bruno Gonçalves


Madre Teresa de Calcutá, religiosa que se distinguiu pelo serviço aos pobres faleceu aos 87 anos, 1997, foi canonizada pelo Papa Francisco, a 4 de setembro de 2016, no Vaticano, e recebeu o Prémio Nobel da Paz, em 1979.

Gonxha Agnes Bojaxhiu, nasceu em Skopje (atual capital da Macedónia), sob domínio otomano, a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa.

A 25 de dezembro de 1928 viajou para Rathfarnham, na Irlanda, para a casa geral do Instituto da Beata Virgem Maria (Irmãs do Loreto), depois foi para a Índia, e fundou as Missionárias da Caridade.

Foi beatificada por São João Paulo II a 19 de outubro de 2003, o Papa polaco autorizou que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte, exigidos pela lei canónica

Departamento de Juventude da Diocese de Setúbal

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08 de Setembro de 2021