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Vida Consagrada: Trinta anos depois, Irmãs Doroteias despedem-se da Paróquia de Arrentela

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«Façamos o pouco que pudermos no que nos toca a nós e depois deixemos o cuidado de tudo a Deus, que conhece todas as nossas necessidades e nos ama com amor infinito.» Santa Paula Frassinetti

Corria o mês de setembro de 1991 quando uma comunidade de irmãs Doroteias se instalou na Paróquia de Arrentela com o objetivo de colaborar na difícil tarefa de acompanhar e evangelizar esta terra de missão.

E foi assim que, durante mais de trinta anos. Muitas irmãs foram passando por aqui, por mais ou menos tempo, deixando a marca da sua passagem. Estas irmãs entraram na nossa igreja para, numa entrega total, nos ajudar a descobrir a alegria da fé e o prazer de auxiliar os que mais precisam. Com elas aprendemos a ser catequistas mais entusiasmados e responsáveis e ficámos a conhecer a pedagogia, a mensagem e o carisma da sua fundadora, Santa Paula Frassinetti. A sua presença foi uma graça para nós e somos profundamente gratos por isso.

Das suas mãos nasceram obras e dinâmicas que marcaram toda a comunidade católica de Arrentela e do concelho do Seixal: A Associação “Dá-me a Tua Mão”, o GJA (Grupo de Jovens de Arrentela), toda a dinâmica da catequese, incluindo a catequese familiar que tão bem souberam dinamizar, os encontros de oração na sua casa (momentos únicos de oração, reflexão e partilha) e muitas outras iniciativas e atividades ao serviço da paróquia e da diocese.

Foi com tristeza e consternação que recebemos a notícia do encerramento da sua comunidade na nossa paróquia. A sua presença aqui já fazia parte do quotidiano das nossas vidas. No passado dia 5 de setembro, no fim da missa dominical, numa singela mas comovida homenagem, a paróquia de Arrentela despediu-se desta congregação, agradecendo todo o trabalho desenvolvido, desejando que um dia ela possa regressar. Ficamos à espera.

Este é aquele momento em que nos faltam as palavras, pois quando se trata de despedida e de agradecer quem tanto fez por esta comunidade é difícil encontrar as palavras certas.

Queremos dizer o nosso muito obrigado, já estamos com saudades mas a sua presença e o seu trabalho ao longo destes anos marcaram-nos profundamente e fazem-nos acreditar que não podemos desanimar. Durante o tempo que passaram connosco semearam muitas sementes que deram bom fruto e temos a certeza que muitos mais frutos serão colhidos. Novas e desafiantes missões as esperam mas seguramente que, com a graça de Deus e de Santa Paula, estarão à altura desses desafios.

Até breve!

Luísa Pereira, paroquiana de Arrentela


“Muitas experiências propostas e vividas com as irmãs Doroteias que ajudaram a amadurecer a minha fé e que, tenho a certeza, fazem de mim o homem que sou hoje” – Hugo Lavrador

Desde o meu primeiro contacto com a Igreja que me lembro de ver as irmãs. Por isso, eu sempre conheci a Paróquia da Arrentela com a sua presença, pelo que saber que estão de partida é uma realidade que, confesso, ainda me custa a consciencializar.

As irmãs Doroteias sempre estiveram ligadas ao meu percurso de fé. Na missa, na catequese e mesmo depois do Crisma, vê-las e cruzar-me com elas sempre foi normal. Para mim e qualquer paroquiano, contar com a sua presença sempre foi uma constante na Paróquia.

Sempre disponíveis para ajudar a comunidade, seja no apoio à liturgia e formação, mas também na relação humana e indo ao encontro de quem precisa. Era constante a sua preocupação e apoio aos mais desfavorecidos socialmente e as visitas aos doentes da Comunidade.

E foi precisamente nesse ir ao encontro do próximo que comecei a sentir e viver o carisma desta família Doroteia.

Foram vários os momentos de encontro, com o próximo e com Deus. Muitas experiências propostas e vividas com as irmãs Doroteias que ajudaram a amadurecer a minha fé e que, tenho a certeza, fazem de mim o homem que sou hoje. Acredito que as irmãs mudaram e marcaram a vida de muitas mais pessoas! Tantos e tantas que no desconhecido, não ficaram indiferentes a estas mulheres, mas isso, só Deus saberá!

Fica o sentimento de que a Paróquia fica mais pobre sem a sua presença, mas que as sementes lançadas nestes mais de 30 anos deram e continuarão a dar bom fruto.

Para onde quer que vão tenho a profunda certeza de que continuarão a ser Dom de Deus, para todos quantos se cruzem.

Uma despedida não faz sentido para mim, pois o vosso carisma, a maneira de estar na vida e na fé, essas já fazem parte de mim.

Por isso, até breve irmãs!

Hugo Lavrador, paroquiano de Arrentela


“É com muita tristeza que partimos, com a esperança de em breve regressarmos. Agradecidas por tantas provas de amizade, pedimos ao Senhor Jesus a a proteção para a Paróquia e para a Diocese.” – Irmã Eduarda Siza

A 5 de setembro 1991 chegaram as primeiras irmãs Doroteias a Arrentela. Instalando-se num andar situado na zona das Cavaquinhas, logo começaram a programar a sua ação.

O objetivo principal era ajudar na evangelização desta Paróquia, assim como de outras que se situassem relativamente perto, e que estivessem disponíveis para acolherem o trabalho das Irmãs, trabalhando em conjunto.

Uma das suas tarefas principais foi a Catequese para as crianças, adolescentes, assim como para adultos, a animação paroquial, o aprofundamento dos tempos litúrgicos, a formação de catequistas, grupos de jovens com atividades variadas, sempre com a finalidade da formação.

Neste sentido organizaram-se encontros em que foi dada a conhecer a espiritualidade da Congregação e a sua fundadora, Santa Paula Frassinetti.

Iniciou-se também um grupo de oração, reunindo-se na casa das Irmãs, com leigos comprometidos na vida da Paróquia, e não só, com frequência quinzenal ou mensal.

Uma das grandes preocupações foi o atendimento a idosos e doentes, com visitas domiciliárias. Mais tarde, em função de necessidades detetadas, abriu-se, num edifício pertencente à Paróquia de Arrentela, um centro: “DÁ-ME A TUA MÃO”, destinado ao apoio a pessoas sem abrigo e outros carenciados. Com o apoio de voluntários, todas as noites sai uma carrinha para distribuição de alimentos a essas pessoas. Igualmente no centro se faz distribuição semanal, de alimentos, roupas a famílias carenciadas.

Assim se foram criando laços de amizade que perduram até hoje. Na Paróquia, muitos são os leigos que se encontram preparados para seguirem com esta Missão.

É com muita tristeza que partimos, com a esperança de em breve regressarmos. Agradecidas por tantas provas de amizade, pedimos ao Senhor Jesus a a proteção para a Paróquia e para a Diocese.

Irmã Eduarda Siza

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10 de Setembro de 2021