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Juventude/Reflexão: “Não votar significa menos Jesus”

Reflexão do jovem Afonso Sousa Dias, da Paróquia de Vila Nova de Caparica, sobre a política e a fé.

Caríssimo,

Escrevo-te, na confiança que a Santa Cruz me permite, exortando-te à seguinte reflexão: qual o contributo que eu e tu, enquanto instrumentos de Cristo, temos a dar ao governo da cidade? A pertinência do tema é uma constante. Embora, neste tempo em que se aproxima um novo ato eleitoral, o mesmo se torne mais lúcido para mim, para ti, para a família portuguesa em Cristo. Ou seja, no dia 26 de setembro, nas eleições autárquicas, o que é que realmente me é oferecido? E quem é o autor dessa oferta?

Em primeiro lugar, pensar a democracia, a aristocracia, a monarquia como um direito de governar, como muito se ouve, é desde logo matar as virtudes de um regime. É pior do que isso, é rejeitar a eternidade e contentar-nos com a finitude. Aquele que assume, que o poder lhe pertence, seja ele um rei, um aristocrata ou um elemento do povo, perde a graça de governar aqueles que lhe são confiados, guiando-se unicamente pelas suas paixões. Os exemplos são com certeza vastíssimos, mas na história mais recente, encontramos alguns muito conhecidos, como Napoleão Bonaparte, Mussolini, Mao, entre tantos outros que se consideraram e consideram imortais. Assim, para que os regimes não degenerem em demagogia, oligarquia ou tirania é necessário reconhecer a Verdade. E, a Verdade, é que o poder não pertence ao Homem, pelo que, também não pertence aos cidadãos da democracia portuguesa, ele é-lhes simplesmente confiado para que o usem com Fé. 

Em segundo lugar, Aquele que nos chama a contribuir para o governo da cidade, seja através do sufrágio, do envolvimento nos órgãos de soberania, nos partidos políticos, nos grupos de pressão, entre outros, será Aquele que detém autoridade e poder. Assim, ainda que, a instituição humana a quem atribuamos estas duas características seja o Estado, devo deixar claro que nunca será um Estado divorciado de Deus, como a ideologia tende a convencer. Prova disso, estimado irmão, é o seguinte diálogo entre Pilatos e Jesus, retirado do Santo Evangelho: “Pilatos perguntou:«(…) Não sabes que tenho autoridade para Te soltar e autoridade para te crucificar?» Jesus respondeu: «Não terias nenhuma autoridade sobre mim se ela não te fosse dada por Deus.»” (João 19, 10). Portanto, o convite que te é feito dia 26 de setembro, é um convite Divino. 

Para terminar, depois de, nos parágrafos anteriores, ser reconhecida a miséria humana, a vontade de votar é curta. Por isso, meu caro, a oração e o estudo são fundamentais, para que possamos votar com Justiça, confiando-nos ao Senhor. Esse é o grande contributo, pois não votar significa menos Jesus.

Afonso Sousa Dias, Paróquia de Vila Nova de Caparica, estudante de Ciência Política

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22 de Setembro de 2021