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Jovens/Reflexão: “Juventude Sem Bullying”

Picture showing children violence  at school

Para lembrar o Dia Mundial de Combate ao Bullying, esta quarta-feira dia 20 de outubro, o Departamento da Juventude partilha a reflexão da catequista e professora Dora Esteves, da Paróquia de Santa Maria (Barreiro).

bullying não é desconhecido para os jovens. É, de facto, um fenómeno cada vez mais presente entre as camadas juvenis.

Esta agressividade intencional e repetida de um jovem para com outro e que envolve um certo grau de desigualdade e abuso de poder (exemplos: valência da força física, popularidade ou conhecimento de acontecimentos embaraçosos) ocorre sobretudo em contexto escolar e é mais frequente entre crianças entre os 10 e os 12 anos.

De acordo com a página web “Sem Bullying, sem violência”, promovida pelo Ministério da Educação, o bullying atinge “um pico por volta dos 13 anos – 8º ano de escolaridade”, tendo tendência a diluir-se no ensino secundário, onde a maturidade dos jovens está mais desenvolvida. Contudo, o fenómeno não desaparece nesta faixa etária nem há uma eliminação de um ou vários dos diferentes tipos de bullying

Há quem continue a ser vítima de bullying físico que consiste na agressão física ou no roubo, por exemplo; de bullying verbal, traduzido na ofensa, na calúnia, na ameaça ou na troça do outro; de bullying sexual que passa pelo assédio e pelo toque inapropriado e indesejado; de bullying psicológico, que se baseia na humilhação e discriminação; ou de uma combinação dos vários tipos de bullying. No entanto, os jovens são mais frequentemente alvos de calúnias e de divulgação de imagens e vídeos de agressões. Devido à pandemia e aos sucessivos confinamentos e quarentenas que obrigaram à reestruturação das escolas para um ensino a distância e ao uso massivo das novas tecnologias, o cyberbullying, uma junção dos quatro tipos anteriores praticados através das novas tecnologias de informação e comunicação como o e-mail, as sms, o Whatsapp, o Facebook ou o Instagram, tem vindo a aumentar, ato mais silencioso e que passa mais facilmente despercebido a professores, pais e, possivelmente, amigos.

“Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 6-7). Estas palavras ditas por Jesus no Sermão da Montanha mostram-nos como o jovem cristão não pode ficar parado nem calado perante um ato de bullying. Os jovens que procuram ser o rosto de Cristo no mundo sentem esta inquietação que as bem-aventuranças encerram, o desejo de lutar pela verdade e pelo bem. Os jovens são, por excelência, os trabalhadores que a messe do Senhor tanto precisa. São eles quem poderá contrariar a tendência identificada em Behind the numbers: ending school violence and bullying (Por trás dos números: acabar com a violência escolar e com o bullying – tradução livre), elaborado pela UNESCO em 2019, que estima que 1 em cada 3 crianças, em 144 países, terá sido alvo de bullying durante um único mês. Ser um mero observador perpetua uma cultura de violência que pode ser facilmente quebrada se assim se quiser. Mostra indiferença para com a dor do outro. 

Para que se possa ser o rosto de Cristo é importante estar atento aos que nos rodeiam, à possibilidade de comportamentos agressivos entre pares dentro e fora da escola e a alguns sinais que podem mostrar que estes são vítimas de bullying ou cyberbullying:

  1. tristeza, apatia e isolamento;
  2. decréscimo da autoestima, autoconfiança, motivação e resultados escolares;
  3. surgimento de perturbações do foro alimentar e do sono;
  4. manifestações de ansiedade, de depressão e de comportamento autolesivos.

Neste Dia Mundial de Combate ao Bullying, celebrado, hoje, dia 20 de outubro, torna-te um cristão de coragem e denuncia aquilo que viste de forma anónima e confidencial a um adulto de confiança, se necessário, ou conversa com ele sobre a tua suspeita para que este possa estar atento e intervir oportunamente. Intervém. Age. Sê sal da terra e luz do mundo. Sê parte de uma juventude sem bullying! 

Dora Esteves, Professora e Catequista

Paróquia de Santa Maria, Barreiro

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20 de Outubro de 2021