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Fiéis Defuntos/D. José Ornelas: “Vimos afirmar a esperança que nos vem da fé”

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“A presença de Jesus na Eucaristia diz-nos que Jesus não está longe das nossas dores, não está longe da nossa saudade.”

Foi para estas realidades que D. José Ornelas chamou a atenção na Eucaristia que celebrou no Cemitério da Senhora da Piedade, o mais antigo da cidade de Setúbal.

Recordando os defuntos, de forma particular aqueles que a Covid 19 vitimou e os nossos padres Adalberto Saraiva e João Luis Paixão, o prelado deixou claro no início da celebração que esta não é uma festa triste, mas sim uma celebração que nos fala de esperança.

“Houve duas coisas que nos trouxeram aqui. Uma, a saudade, porque é que no cemitério que passaram as pessoas próximas da nossa convivência para a convivência de Deus. Mas também para afirmar a esperança que nos vem da fé”, salientou na sua homilia.

No encontro proclamado no Evangelho, de Jesus com a família do jovem Lázaro, recém-falecido, Jesus vem dizer às suas irmãs que não está longe e vem partilhar a dor delas.

“Não veio apenas para apresentar condolências, veio dar um sinal de vida, veio anunciar algo diferente, a ressurreição, pois Deus acompanha-nos durante a vida e acompanhar-nos-á na passagem para a vida que não acaba”, realçou, acrescentando que “uma vida transformada pelo Espírito de Deus é uma vida que não morre.”

Além do Padre Casimiro Henriques, Pároco de São Sebastião, juntou-se a esta celebração o Padre Carlos Russo, que neste ano também aqui veio sepultar os seus pais.

O Cemitério, como diz a própria palavra é o lugar das sementes e por isso não será terra estéril. É verdade que aqui se contempla a fragilidade humana, mas também aqui se abrem as portas da esperança, brotando a seara da Eternidade.

JM c/Padre Casimiro Henriques

 

Todos os Santos: “É uma questão de escolha”

No dia anterior, Solenidade de Todos os Santos, D. José Ornelas presidiu à Eucaristia na Igreja de São Sebastião, Setúbal.

Nas suas palavras, este é o dia em que a comunidade celebra a sua ligação à comunidade dos santos que se encontram na plenitude da vida de Deus, aqueles que foram conhecendo e aproximando-se de Deus”.

“Celebramos, juntos, o Senhor que nos dá vida” disse o bispo diocesano na homilia, dizendo que a vida “não é só aquilo que somos capaz de conhecer aqui, tocar e programa”, mas sim uma “vida dada por Deus que não nos pertence”.

“Deus semeou no nosso coração através de Jesus e do seu Espírito, a Esperança na vida eterna. Se não tivermos a perspetiva que Jesus é aquele que nos vem trazer o carinho e amor poderoso de Deus, que nunca nos abandona nas dificuldades, nunca seremos felizes”, nem quando passarmos desta vida para a vida definitiva.

Segundo o prelado, Jesus tem um projeto de felicidade para nós que é apresentado no Sermão da Montanha: as bem-aventuranças, um novo princípio, a “carta constitucional” do cristão.

Sobre a bem-aventurança “Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus”, o Bispo de Setúbal diz:

“A minha vida por mais bela que seja, é sempre limitada. O pobre tem fome de algo diferente. Sabe que Deus é grande, e espera mais. Tem sede. Deus tem é dificuldade em lidar com os fartos, aqueles a quem não falta nada, que acham que controlam tudo, sabem tudo. Não precisam de mais nada porque já estão satisfeitos. Se não tivermos uma sede de vida mais do que esta, vai saber sempre a pouco.”

A concluir a sua homilia, D. José Ornelas qualificou as bem-aventuranças são “um caminho de felicidade” e um “paradoxo da vida.”

“Nesta vida encontramos dificuldade de qualquer forma. É uma questão de escolhermos com quem queremos fazer esta viagem. Se entendemos que Deus é nosso Pai e nos guia e acompanha, então seremos felizes, pois Ele ajuda-nos a estar em paz e a construir um mundo melhor para todos”, conclui.

JM

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03 de Novembro de 2021