“…lancemos as redes para fora dos muros da Igreja, da comunidade…anunciando o nosso Deus acolhedor e misericordioso…”
O II Congresso Nacional do Movimento dos Cursilhos de Cristandade decorreu, no passado fim de semana, dias 30 e 31 de outubro, em Fátima, sob o lema “Cursilhos de Cristandade numa Igreja em saída”.
Iniciados os trabalhos com a oração da manhã, os cerca de 800 Cursilhistas presentes no evento, foram surpreendidos com as palavras de Sua Santidade, o Papa Francisco, em carta dirigida ao Congresso e focada no papel deste Movimento na Igreja de Cristo.
Na intervenção de abertura, o Presidente do Secretariado Nacional, Joaquim Mota, assinalou que os mais de 40 anos de Movimento em Portugal (1960-2021) proporcionaram a realização de 5.150 Cursilhos, dos quais saíram 151.283 Cursilhistas, sendo que, muitos destes no seu Pós-Cursilho, fermentam de Evangelho os seus ambientes.
De seguida, os presentes ouviram, com entusiasmo, o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, abordar o lema do Congresso a partir do livro que constitui a base estruturante do MCC, o “Ideias Fundamentais”. O Arcebispo é amplamente reconhecido como um profundo conhecedor do carisma, método e finalidade do MCC, certamente, aprofundados durante os quatro anos em que exerceu a função de assistente espiritual do Organismo Mundial dos Cursilhos de Cristandade, exercidos por ocasião da Presidência Portuguesa daquele organismo.
Mas, porque uma das dimensões do MCC é a ambiental, no painel seguinte estiveram à conversa, sob o mote, “MCC, um Movimento de Igreja”, uma família Cursilhista do Porto, representada por três gerações e, ainda, o Padre Amaro Gonçalo, Sacerdote da Senhora da Hora, Porto e o Bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, sendo que cada um dos intervenientes partilhou com os presentes a sua vivência de 4º dia ou de presença junto do Movimento, nas dimensões da família, da Paróquia e da Diocese.
Os trabalhos da tarde contaram com um primeiro painel, subordinado ao tema “MCC, um Movimento Ambiental”, no qual os Cursilhistas presentes trouxeram a todos os Irmãos presentes as suas vivências, refletidas a partir dos ambientes sociais, políticos e profissionais onde se inserem.
Assim, foi possível ouvir o nosso selecionador nacional, Fernando Santos, a atriz Maria José Paschoal, a autarca ex-Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Adelaide Teixeira, o empresário do Porto, Jorge Pinho e a enfermeira Margarita Gomez, a darem testemunho de como as suas vidas em Cristo, a sua vivência Cursilhista, têm marcado e mudado os ambientes que os rodeiam.
A tarde contou, ainda, com a presença do Cónego José Lopes Baptista do Porto, que veio abordar a “Espiritualidade na Ação”.
Quase a finalizar os trabalhos, o Centro Pastoral de Paulo VI encheu-se de jovens Cursilhistas, provindos de todas as Dioceses do Pais, que com a graça e vivacidade inerentes à sua idade encheram de alegria os corações dos participantes, com os seus testemunhos de gente valente, disposta a servir a Cristo e à Sua Igreja.
O II Congresso Nacional do MCC encerrou o seu 1º dia, com a intervenção do nosso Bispo, D. José Ornelas, ali orador na sua qualidade de Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e com o tema “O que espera a Igreja do MCC”.
D. José Ornelas parte do documento de preparação do Sínodo de 2023 e desta convocatória a que a Igreja de Deus é chamada, neste caminho intitulado «Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão», para fazer um apelo aos presentes, para que todos lancemos as redes para fora dos muros da Igreja, da comunidade. Diz o nosso Bispo, também ele conhecedor da presença viva do MCC em Setúbal, que é necessário que o Evangelho chegue a todos e que temos de estar atentos, já que há novas realidades no Pais, na Diocese, nas Paróquias com a chegada de muitos estrangeiros, para os quais temos algo para dar, uma perspetiva de vida, concretizada na Pessoa de Cristo. É com e através d’Ele que podemos integrar quem a nós chega. É a este Deus acolhedor e misericordioso que devemos anunciar.
As atividades do Congresso encerraram com os atos de devoção à Virgem Mãe de Deus, na recitação dos santos rosários da noite e do dia, das procissões das velas e do adeus e, finalmente, com a Eucaristia.
Os 50 Cursilhistas da Diocese de Setúbal louvam Deus Nosso Senhor pela realização e frutos deste Congresso Nacional do MCC.
De Colores!
Isabel Camacho, Cursilhista do Montijo e membro do Secretariado Diocesano do MCC de Setúbal