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Igreja/Portugal: Proteger as vítimas e «apurar a verdade histórica» são prioridades dos bispos perante casos de abusos sexuais – D. José Ornelas

O Bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse esta segunda-feira, em Fátima, que os bispos católicos no país assumem como prioridade a proteção das vítimas, em casos de abusos sexuais.

“Faremos tudo para proteger as vítimas, apurar a verdade histórica e impedir estas situações dramáticas que destroem pessoas e contradizem o ser e a missão da Igreja”, indicou D. José Ornelas, no discurso de abertura da 201ª Assembleia Plenária, que vai decorrer até quinta-feira.

O bispo de Setúbal falou da proteção de menores e pessoas vulneráveis como um tema “desafiador para toda a sociedade e que a Igreja toma como prioritário”.

“É um dos assuntos desta Assembleia, no propósito de verificar os processos em curso, articular melhor as instâncias diocesanas e a coordenação nacional, de modo a oferecer oportunidades seguras e fiáveis no acolhimento de denúncias e acompanhamento às vítimas de abusos, na clarificação de processos e, sobretudo, na formação de pessoas”, assinalou D. José Ornelas.

O presidente da CEP citou uma intervenção do Papa, a 4 de novembro, na qual Francisco destacou que “a proteção dos menores é, cada vez mais concretamente, uma prioridade ordinária na ação educativa da Igreja, é promoção de um serviço aberto, fiável e autorizado, em firme contraste com qualquer forma de dominação, desfiguração da intimidade e silêncio cúmplice”.

Em outubro, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Barbosa, referiu que o organismo está a constituir um grupo coordenador, a partir das comissões diocesanas, para “chegar a critérios e procedimentos comuns”, admitindo novas medidas.

A CEP tem um conjunto de diretrizes, publicadas no início de 2021, que apostam “na prevenção, na formação, na investigação e tratamento de possíveis denúncias de casos, tendo em conta a legislação canónica e civil”.

O documento orientador sublinha que a CEP deve “manter-se informada das atividades de cada Comissão e, na medida das suas possibilidades, unir esforços entre elas”, de modo que o trabalho de cada Comissão Diocesana possa ser realizado “em conjunto com outras entidades eclesiais e civis”.

“Os menores e os mais vulneráveis merecem ser tutelados por todos os meios à disposição, não só da Igreja, mas também da sociedade, dando especial importância à colaboração com as autoridades civis e recorrendo a especialistas qualificados de várias áreas disciplinares”, refere o texto, aprovado a 13 de novembro de 2020 na Assembleia Plenária da CEP e que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2021, sendo publicado na página da CEP e na revista LUMEN.

© Agência Ecclesia

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09 de Novembro de 2021