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A Palavra do Papa: o filho da consolação, o novo Pentecostes, o naufrágio da civilização e os olhos humildes

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Os últimos dias foram marcados pela viagem do Santo Padre ao Chipre e à Grécia, onde o acolhimento, a unidade, a misericórdia e a humildade pautaram os discursos, os encontros e as partilhas. Aos jovens, convidou a cultivarem a “alegria de partilhar e o ardor de servir”.

Chipre e na Grécia: uma viagem às raízes da Europa

Nos últimos dias, o Papa Francisco esteve em visita ao Chipre e à Grécia, a terceira viagem apostólica de 2021. O Pontífice percorreu mais de 4 mil quilómetros para estar com as gentes e a Igreja dos dois países.

O lema da etapa de Francisco no Chipre foi “Consola-nos na fé”, inspirado no nome de São Barnabé, que pode significar “filho da consolação”. Na Grécia, a viagem apostólica aconteceu com o título “Abramo-nos cada vez mais às surpresas de Deus”, frase retirada da mensagem do Papa para o 36º Dia Mundial da Juventude, celebrado em 21 de novembro passado.

Na quinta-feira, dia 2, o voo papal saiu de Roma rumo ao aeroporto de Larnaca, no Chipre. O Santo Padre foi acolhido por um lindo sol e pelo sorriso dos muitos que aguardaram as suas palavras de encorajamento e consolo. As crianças cantaram com alegria para o Papa a música “Francesco, nós te amamos”. No fim das boas-vindas institucionais, o Papa Francisco dirigiu-se à capital Nicósia.

“Chipre, encruzilhada de civilizações, traz em si a vocação inata ao encontro, favorecida pelo caráter acolhedor dos cipriotas”, disse Francisco no início do seu discurso às autoridades civis, recordando que de Chipre, “onde se encontram Europa e Oriente, começou a primeira grande inculturação do Evangelho no continente”.

Com profunda emoção percorro os passos dos grandes missionários das origens, em particular de São Paulo, São Barnabé e São Marcos”, frisou o Papa, recordando que está entre os cipriotas como “peregrino” e que “os primeiros cristãos deram ao mundo, com a força suave do Espírito, uma mensagem de beleza sem precedentes”.

O Papa concluiu o seu discurso, ressaltando que “o continente europeu precisa de reconciliação e unidade”, e convidou a olhar para a história de Chipre e ver que “o encontro e o acolhimento deram frutos benéficos a longo prazo: não só no que se refere à história do cristianismo, para a qual Chipre foi «a rampa de lançamento» no continente, mas também para a construção duma sociedade que encontrou a sua riqueza na integração”.

“A Igreja é mãe, não há espaço para muros”

Reunido na catedral maronita de Nossa Senhora das Graças de Nicósia com bispos, sacerdotes, religiosos e catequistas, o Pontífice arriscou algumas palavras em grego para manifestar a sua alegria e gratidão ao visitar a ilha do apóstolo Barnabé, filho daquela terra.

Ao falar da população local, o Papa mencionou o papel de Chipre no continente europeu: “Uma terra com os campos dourados, uma ilha acariciada pelas ondas do mar, mas sobretudo uma história que é entrelaçamento de povos e mosaico de encontros”. 

Assim é também entre os católicos: “Não há – e oxalá nunca existam – muros na Igreja Católica: é uma casa comum, é o lugar das relações, é a convivência das diversidades”.

E não esqueçam disto! Nenhum de nós foi chamado aqui para proselitismo de pregador, jamais. O proselitismo é estéril. Não dá vida. Todos nós fomos chamados pela misericórdia de Deus, que não se cansa de chamar, não se cansa de estar próximo, não se cansa de perdoar.”

Mas foi inspirado em São Barnabé que Francisco dedicou grande parte do seu discurso, realçando dois aspetos de sua vida e missão, a paciência e a amizade fraterna.

“Queridos irmãos e irmãs, temos necessidade duma Igreja fraterna, que seja instrumento de fraternidade para o mundo”, terminou.

O abraço do Papa aos fiéis cipriotas: sejam cristãos luminosos!

Na manhã de sexta-feira, o Papa Francisco celebrou a primeira missa desta sua 35ª Viagem Apostólica, no estádio GSP de Nicósia, onde cerca de 10 mil fiéis se reuniram para participar da celebração.

Na homilia, o Pontífice comentou o Evangelho proposto pela liturgia do dia, que narra a cura de Jesus a dois cegos. Deste encontro, o Papa destacou três passos significativos neste caminho de Advento: “ir ter com Jesus para ser curado”, Ele que “nos dá em abundância luz, calor, amor. Só Ele liberta o coração do mal”; “suportar, juntos, as feridas” com misericórdia e agindo como um nós; e ainda “anunciar o Evangelho com alegria”, “sinal distintivo do cristão”.

Para o Papa, há necessidade de cristãos iluminados, mas sobretudo luminosos, que toquem com ternura a cegueira dos irmãos: “Cristãos que plantem rebentos de Evangelho nos campos áridos da vida quotidiana, levem carícias às solidões do sofrimento e da pobreza”.

“Caminhar juntos rumo à plena unidade”

Foi em clima ecuménico que o Papa Francisco iniciou o seu segundo dia em terras cipriotas, realizando uma visita ao Arcebispado ortodoxo de Nicósia, Sua Beatitude Chrysostomos II.

De facto, ambas as igrejas têm uma origem apostólica comum: antes de chegar a Roma, Paulo passou por Chipre. Portanto, afirmou o Papa, “descendemos do mesmo ardor apostólico e interliga-nos um único caminho: o do Evangelho”.

Francisco dedicou o seu discurso ao apóstolo cipriota Barnabé, cujo nome significa ao mesmo tempo “filho da consolação” e “filho da exortação”.

“Para ser filhos da consolação, antes de dizer algo, é preciso ouvir, deixar-se questionar, descobrir o outro, partilhar. Pois o Evangelho transmite-se por comunhão”, afirmou o Papa, que fez uso de uma palavra atual na Igreja: sinodalidade.

“É isto que nós, como católicos, desejamos viver nos próximos anos, redescobrindo a dimensão sinodal, constitutiva do ser Igreja.” Neste aspeto, o Pontífice afirmou contar com a experiência dos ortodoxos.

Após o colóquio privado, Sua Beatitude e o Papa assinaram o Livro de Honra, onde Francisco deixou a seguinte mensagem:

Peregrino em Chipre, pérola de história e de fé, invoco de Deus a humildade e a coragem para caminharmos juntos rumo à plena unidade e dar ao mundo, a exemplo dos Apóstolos, uma mensagem fraterna de consolação e um testemunho vivo de esperança.”

Após a assinatura do Livro de Honra, o Papa Francisco dirigiu-se à catedral ortodoxa para se encontrar com o Santo Sínodo junto com Sua Beatitude Chrysostomos II.

“Caminhar na história atraídos pelo sonho de Deus”

A oração ecuménica com os migrantes na Igreja paroquial de Santa Cruz, em Nicósia, foi o último compromisso público do Papa Francisco em terras cipriotas, na sexta-feira.

“Sinto uma grande alegria por estar aqui com vocês e concluir a minha visita ao Chipre com este encontro de oração”, disse Francisco, agradecendo especialmente aos jovens migrantes pelos seus testemunhos.

Depois de ouvi-los, compreende-se melhor “a força profética da Palavra de Deus, que diz através do apóstolo Paulo: «Já não são estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos e membros da casa de Deus»”, disse o Papa.

Numa última palavra, o Papa diz que não pode ficar calado: “O arame farpado … Aqui vejo um. Esta é uma guerra de ódio em que vive um país. Os arames farpados noutras partes são feitos para impedir a entrada do refugiado. Quem vem pedir liberdade, pão, ajuda, fraternidade, alegria, quem foge do ódio encontra-se diante de um ódio que se chama arame farpado. Que o Senhor desperte a consciência de todos nós diante destas coisas. Desculpem-me se eu disse as coisas como são, mas não podemos ficar calados e olhar para o outro lado, nesta cultura da indiferença”.

“Sem Atenas e sem a Grécia, a Europa e o mundo não seriam o que são”

Na sexta-feira, o Papa viajou do Chipre para Atenas, onde foi recebido no Palácio Presidencial pela chefe de estado, a presidente Katerina Sakellaropoulou.

O Pontífice dirigiu-se às autoridades para manifestar a sua alegria de visitar “estes lugares que superabundam de espiritualidade, cultura e civilização”.

Sem Atenas e sem a Grécia, a Europa e o mundo não seriam o que são”, disse Francisco, citando autores clássicos, como Aristóteles, Sócrates e Homero.

Da Grécia, afirmou o Papa, dilataram-se os horizontes da humanidade rumo ao Alto. Do Alto, o homem foi impelido a olhar para o outro, nascendo ali o conceito de democracia, que hoje vive um retrocesso. Enquanto os populismos ganham terreno, Francisco exorta a passar do tomar partido ao participar; do empenho em apoiar apenas a própria parte ao envolvimento ativo em prol da promoção de todos. “Penso no clima, na pandemia, no mercado comum e, sobretudo, nas pobrezas generalizadas.”

“Desta cidade, deste berço da civilização, elevou-se e oxalá nunca cesse de se elevar uma mensagem que encaminha para o Alto e para o outro; que às seduções do autoritarismo responda com a democracia; que à indiferença individualista oponha a solicitude pelo outro, pelo pobre e pela criação”, terminou.

“Igreja vive de confiança e humildade, não de triunfos”

Enquanto no Chipre o apóstolo Barnabé guiou as reflexões do Papa, na Grécia o Pontífice inspirou-se em Paulo, que inaugurou um “laboratório de fé” para a inculturação do Verbo.

O Papa Francisco reuniu-se com a comunidade católica na Catedral de São Dionísio, na presença de Bispos, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, Seminaristas e Catequistas.

Francisco ressaltou de modo especial duas características da missão de São Paulo: a confiança e o acolhimento. Em Atenas, Paulo estava só, em minoria e com escassa probabilidade de sucesso. Mas não se deixou vencer pelo desânimo, e prosseguiu com confiança.

Esta coragem de Paulo, acrescentou o Papa, vem de Deus, que gosta de atuar na nossa pequenez:

A nós, como Igreja, não é pedido o espírito da conquista e da vitória, a magnificência dos grandes números, o esplendor mundano. Tudo isto é perigoso. É a tentação do triunfalismo.”

O segredo do Reino de Deus está contido nas pequenas coisas, naquilo que frequentemente não se vê nem faz rumor. Ser minoria – e, no mundo inteiro, a Igreja é minoria – não quer dizer ser insignificante, disse ainda Francisco. Portanto, “coragem”!

Já o segundo aspecto – o acolhimento – está ligado à evangelização: “Paulo acolhe o desejo de Deus escondido no coração daquelas pessoas e, com gentileza, quer comunicar-lhes o assombro da fé. O seu estilo não é impositivo, mas propositivo. Não se baseia no proselitismo, mas na mansidão de Jesus.”

Ecumenismo em Atenas: que cristãos e ortodoxos vivam novo Pentecostes

“Graça e paz (…) da parte de Deus”! Com as palavras do apóstolo Paulo, o Papa Francisco saudou Sua Beatitude Ieronymos II, arcebispo de Atenas e de toda a Grécia. Trata-se da máxima autoridade religiosa do país, considerando que o país é de maioria ortodoxa e os católicos constituem cerca de 10% da população.

O encontro realizou-se “para partilhar a alegria da fraternidade e contemplar o Mediterrâneo que nos circunda não só como lugar que preocupa e divide, mas também como mar que une”. Venho como peregrino, disse o Papa, “com grande respeito e humildade, para renovar a comunhão apostólica e alimentar a caridade fraterna”.

A história tem o seu peso e, hoje, sinto a necessidade de renovar aqui o pedido de perdão a Deus e aos irmãos pelos erros cometidos por tantos católicos.”

A exortação do Papa é para não ter medo uns dos outros, mas ajudar-se mutuamente a adorar a Deus e a servir o próximo, sem fazer proselitismo e respeitando plenamente a liberdade alheia.

“Que o Espírito Se derrame sobre nós num novo Pentecostes”, concluiu Francisco.

“Pedir a graça da esperança para superar os desertos do mundo”

Cerca de dois mil fiéis participaram da única missa que Francisco presidiu na sua visita à Grécia, no “Megaron Concert Hall”.

Na homilia, Francisco comentou o Evangelho do II Domingo do Advento, que apresenta a figura de São João Batista.

O Pontífice ressaltou dois aspetos desta mensagem: deserto e conversão. O evangelista Lucas fala de circunstâncias solenes e de grandes personagens da época e esperava-se que a Palavra de Deus se dirigisse a um deles, mas não. Passa-se inesperadamente para o deserto, para um homem desconhecido e solitário. De facto, acrescentou o Papa, ter autoridade, ser cultos e famosos não constituem garantias para agradar a Deus. Ao invés, João prega no deserto, o que constitui para nós uma mensagem encorajadora:

Agora como então, Deus volta o seu olhar para onde dominam tristeza e solidão. Podemos experimentá-lo na vida: com frequência Ele não consegue tocar-nos enquanto estamos no meio dos aplausos e só pensamos em nós mesmos; alcança-nos sobretudo nas horas da provação.”

O segundo aspeto é a conversão. Em grego, o verbo converter tem outro significado, que é precisamente “pensar além”. Isto é, ir além do nosso eu e da nossa pretensão de autossuficiência. “Deus é maior”, recordou o Papa.

Converter-se significa não dar ouvidos ao que enterra a esperança, a quem repete que nada mudará jamais na vida; é recusar-se a acreditar que estamos destinados a afundar nas areias movediças da mediocridade.”

O Pontífice conclui convidando os fiéis a pedirem a graça da esperança, a graça de acreditar que, com Deus, as coisas mudam, “porque é a esperança que reanima a fé e reacende a caridade; porque é de esperança que hoje estão sequiosos os desertos do mundo.”

“Amanhã deixarei a Grécia”, disse o Papa, mas não os gregos. “Levar-vos-ei comigo na memória e na oração.” 

Lesbos: “migração, paremos este naufrágio de civilização”

Na manhã de domingo, último dia de visita, o Papa Francisco visitou os refugiados no “Centro de Recepção e Identificação” de Mitilene, capital da ilha grega de Lesbos.

Não é a primeira visita do Papa ao campo de refugiados. A primeira foi em 16 de abril de 2016, quando o Pontífice falou sobre o horror das mortes no mar, sobre as “vítimas de viagens desumanas e sujeitas à opressão de torturadores”. Agora, Francisco encontrou novamente os refugiados, contemplou os seus rostos, olhou-os nos olhos.

Olhos cheios de medo e ansiedade, olhos que viram violência e pobreza, olhos sulcados por demasiadas lágrimas”, disse o Papa, recordando a visita anterior.

Para o Pontífice, esta é “uma crise humanitária que diz respeito a todos. A pandemia atingiu-nos globalmente, fez com que todos nos sentíssemos no mesmo barco, fez-nos experimentar o que significa ter os mesmos temores. Compreendemos que as grandes questões devem ser enfrentadas em conjunto, porque, no mundo atual, são inadequadas as soluções fragmentadas”.

Francisco pede a Deus “que nos acorde da indiferença por quem sofre”, e pede ao ser humano para superar “a paralisia do medo, a indiferença que mata, o desinteresse cínico que, com luvas de pele, condena à morte quem está colocado à margem”.

Jovens: “procurem os encontros reais, não os virtuais”

O Santo Padre encontrou-se com jovens, na manhã de segunda-feira (6 de dezembro), na Escola das Irmãs Ursulinas São Dionísio, em Maroussi, último compromisso público do Santo Padre em terras gregas.

Francisco aproveitou a ocasião para agradecer o acolhimento recebido e o trabalho realizado na organização da sua visita ao país. Depois de ouvir os testemunhos dos jovens, o Papa fez um comentário sobre cada um.

A jovem Katerina falou sobre as suas frequentes dúvidas de fé. O Papa disse-lhe para “não ter medo das dúvidas, porque não são faltas de fé. Pelo contrário, as dúvidas são «vitaminas da fé»: ajudam a robustecê-la, tornando-a mais forte, ou seja, mais consciente, mais livre, mais madura. Tornam-na mais disposta a pôr-se a caminho, a seguir em frente com humildade, dia após dia”.

A fé é precisamente isto: um caminho quotidiano com Jesus, que nos leva pela mão, acompanha, encoraja e, quando caímos, nos levanta. É como uma história de amor, onde se avança sempre juntos, a cada dia; e contudo sobrevêm, como numa história de amor, momentos em que há necessidade de se interrogar, de superar as dúvidas. E é útil, faz subir o nível do relacionamento.

Jovens, vocês “não valem pela marca da roupa ou pelos sapatos que usam, mas porque é único, é única”. Não se deixem encantar pelas mensagens sedutores e insistentes das sereias de hoje, “que apostam em lucros fáceis, nas ilusórias necessidades do consumismo, no culto do bem-estar físico, da diversão a todo o custo.”

O Papa convidou os jovens a não se contentarem com “encontros virtuais, mas a procurar os encontros reais”, a não procurarem “visibilidade, mas os invisíveis. Isto sim; é ser original, revolucionário”. 

“Há tantos hoje que são muito “social”, mas pouco sociais: fechados em si mesmos, prisioneiros do telemóvel que trazem na mão, mas no visor falta o outro, faltam os seus olhos, a sua respiração, as suas mãos.”

Ao invés, como é bom estar com os outros, descobrir as novidades do outro; cultivar a mística do todo, a alegria de partilhar, o ardor de servir!

Francisco chegou a Roma

No regresso a Roma, em diálogo com os jornalistas durante o voo de regresso da Grécia, Francisco falou sobre a viagem, os migrantes, a fraternidade com os ortodoxos e o caso da renúncia do arcebispo de Paris Aupetit, vítima das “fofocas”.

“O documento da União Europeia (EU) sobre o Natal é um anacronismo” da “laicidade liquefata”, responde o Papa sobre o documento da UE que sugeria deixar de utilizar o termo “Natal” em comunicações oficiais para se referir às festividades natalícias.

O avião papal aterrou às 12h52, hora local, no aeroporto de Ciampino.

A esperança e o entusiasmo expressos nas palavras do Papa durante a viagem são a herança humana e espiritual do Sucessor de Pedro, que tocou nas chagas das populações cipriota e grega, bem como de todos aqueles que embarcam, no que chamou de “odisseia moderna”, as migrações em busca de um futuro de felicidade e de uma vida digna negada em países em guerra e onde o êxodo parece ser a única forma de salvação.

Imaculada Conceição: “A verdadeira humildade é olhar só para Deus e para o próximo”

No Angelus desta quarta-feira, Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, o Papa falou sobre a verdadeira humildade e a santidade na vida diária.

Falando sobre o anúncio a Maria, Francisco explicou que o anjo a chamou de “cheia de graça” e isso significa “que Nossa Senhora não porta consigo o mal, ela está sem pecado, Imaculada”. “Ela não só está surpresa, mas perturbada. Receber grandes saudações, honras e elogios às vezes corre o risco de provocar vanglória e presunção”. E Francisco adverte que “Jesus não é gentil com aqueles que procuram saudações nas praças, adulação, visibilidade”.

Refletindo sobre a atitude de Maria, o Papa disse que “Maria, de facto, não atribui prerrogativas a si mesma, não reivindica nada, não atribui nada a si mesma. Ela não se lisonjeia, ela não se exalta. Porque, na sua humildade, sabe que recebe tudo de Deus.”

Recordemos”, continuou o Papa, que “naquela casinha em Nazaré batia o maior coração que qualquer criatura já teve”. Recordando que “é uma notícia extraordinária para nós!” explicando que “o Senhor, para realizar maravilhas, não precisa de grandes meios ou das nossas elevadas capacidades, mas da nossa humildade, da nossa abertura a Ele e aos outros”.

“Não percamos a coragem, o Senhor deu-nos boa estrutura para construir a santidade na nossa vida diária!”, terminou.

Ao terminar a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou a sua viagem apostólica ao Chipre e à Grécia e exortou a não nos deixarmos vencer pela indiferença diante dos irmãos que sofrem.

(JM com recursos jornalísticos do portal de notícias Vatican News)

 

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10 de Dezembro de 2021