Os padres, diáconos e seminaristas de Setúbal estiveram, ontem, dia 3 de março, reunidos no Seminário de Almada, com o Administrador Diocesano, D. José Ornelas, para com ele darem graças pelo seu ministério episcopal, agora que está de partida para a Diocese de Leiria-Fátima.
Neste momento celebrativo, D. José Ornelas lembrou a ocasião em que, há seis anos atrás, foi chamado para ser Bispo na Diocese sadina e agradeceu ao Clero diocesano o acolhimento e suporte na sua missão: “Vim para cá, quando pensava seguir para outra missão. Sempre considerei que esse desígnio que me foi pedido pela Igreja era projeto de Deus. Resisti, argumentei, mas o Senhor conduziu-me a aceitar e aprendi convosco a ser bispo nesta Igreja de Setúbal. Nem sempre foi fácil, sobretudo para vencer as minhas resistências, mas dou, do fundo do coração, muitas graças a Deus que me chamou e me deu o privilégio de servir esta Igreja. Dou também graças a toda esta Igreja e especialmente a vós, que me acolhestes e me ajudastes na missão de ser Bispo.”
Destacando as leituras do dia, quinta-feira depois das Cinzas, D. José Ornelas lembrou o profeta Moisés, quando concluiu a sua missão de conduzir o povo à terra prometida, e a perspetiva de uma nova fase da vida desse povo na terra que o Senhor lhe ofereceu como dom para viver, aludindo ao particular tempo que a Igreja de Setúbal vive, com o chamamento do seu Bispo a outra missão e a espera de um novo pastor.
“No serviço ao Evangelho, é preciso assumir sempre o papel de Moisés, de Abraão, de Maria e José, de Jesus: parece que se morre antes de chegar à meta, à terra prometida, quando, afinal, a meta já está no caminho que se fez com o povo de Deus. Considerámo-lo nosso para servir, identificar-nos, lutar e dar a vida, mas há que entender que é sempre Deus que é o verdadeiro guia e que essa missão continuará com outros e outras que Ele enviará”, disse o Bispo nomeado de Leiria-Fátima.
Ordenado padre na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus há 40 anos, D. José Ornelas afirmou que, ao longo do seu percurso entre os Dehonianos, aprendeu o “Eis-me aqui” de Jesus e de Maria, próprio do carisma da congregação, e que são expressão de uma alma disponível para acolher a vontade de Deus. Agora, chegado este momento de continuar o seu ministério noutra diocese, quando esperava terminar em Setúbal o seu serviço episcopal, o Administrador Diocesano acolhe, da mesma forma, a nova missão.
“A itinerância, que é própria da vida missionária de qualquer ministério da Igreja, é um momento especial para viver esta disponibilidade do coração, na liberdade fiel aos caminhos de Deus. Tenho-a pedido a muitos de vós. A Igreja, pelo Papa Francisco, pede-me agora a mim. Parto levando-vos no coração, com imensa saudade, mas igualmente com muita liberdade”, disse.
No final, D. José Ornelas deixou um pedido ao Clero de Setúbal:
“Permanecei unidos ao Senhor Jesus, nosso único Mestre e Pastor e unidos entre vós, na estima que nasce do Evangelho. Juntos dareis testemunho da seriedade da vossa vocação e dos novos laços que o Espírito do Senhor. E servi o povo de Deus do mesmo modo que o Senhor fez, não dominando, mas servindo e dando por ele a vida”.
Em representação de todo o Clero, o Padre Fernando Paiva, secretário do Conselho Presbiteral até à data da nomeação de D. José Ornelas como Bispo de Leiria-Fátima, entregou uma singela lembrança.
Este momento de ação de graças terminou com um almoço de confraternização.
No próximo Domingo, dia 6 de março, pelas 16h, na Sé, tem lugar uma celebração de ação de graças alargada a toda Diocese, e que terá transmissão através dos meios digitais.
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