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D. José Ornelas em Setúbal (4): confiança e esperança nas vocações

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Reflexão do Padre Rui Gouveia, Reitor do Seminário de São Paulo de Almada

Desde o primeiro momento em que o Dom José foi eleito Bispo de Setúbal pelo Santo Padre que manifestou um carinho especial pelo Seminário de Setúbal, assumindo e reforçando as atitudes dos bispos anteriores, o D. Manuel Martins que o fundou e o D. Gilberto que o levou para Almada, para o Seminário de São Paulo. Foi aqui que ele se deu a conhecer à Diocese pelas mãos de Nossa Senhora do Rosário, na festa de abertura do ano letivo. Foi aqui que ele passou os primeiros dias antes de transitar para a Casa Episcopal e ser ordenado.

Logo após celebrarmos o seu primeiro aniversario episcopal, a propósito da Semana dos Seminários, escreveu: «Celebrar, interessar-se, rezar e ajudar o seminário da nossa diocese é também uma atitude de participação ativa e solidária na Igreja de que somos membros. É bom que os nossos seminaristas sintam a proximidade da família onde nasceram, mas igualmente da família eclesial que se propõem servir. Deste modo, o seminário torna-se escola de fraternidade, de sensibilidade comunitária, de corresponsabilidade na missão de evangelização, tanto para os seminaristas, como para aqueles que participam no caminho que eles estão a fazer.»

Esta proximidade pedida foi aquela que ele sempre manifestou ter nestes anos através das suas frequentes visitas à comunidade do Seminário e de alguns dias que guardava no verão, sempre que possível, para dar um passeio com os seminaristas. O seu cuidado fez-se sentir, igualmente, ao se implicar sempre diretamente nos processos de discernimento e de formação de cada um dos seminaristas, e na seleção dos que se propunham a entrar.

A direção era a da confiança e esperança nas vocações. O desejo era que o Seminário fosse um espaço para os futuros padres, na sua diversidade, «crescessem na amizade fraterna, à sombra da Palavra de Deus», e sob o novo influxo da Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, “O Dom da Vocação Presbiteral”. Na homilia das últimas ordenações diaconais, dizia: «Esta atitude de escuta vos ensinará sobretudo a atitude de José, esposo e pai, no carinho que recebe e dá, mas que não o leva ao domínio sobre aqueles que ama, mas ao dom de si mesmo àqueles que estão ao seu cuidado».

Nesta lógica, também, diligenciou estudos especializados para alguns sacerdotes, convidou novas congregações religiosas para a Diocese e acolheu na sua casa episcopal padres idosos e os acompanhou.

Por todas estas razões, dirigimos o nosso olhar para o Pai do Céu e dizemos com Santa Maria: “A minha alma glorifica ao Senhor”!

Padre Rui Gouveia, Reitor do Seminário de São Paulo de Almada

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10 de Março de 2022