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Ordenação Presbiteral: Diocese de Setúbal acolhe três novos “discípulos-apóstolos do Senhor Jesus”

A Diocese de Setúbal tem três novos padres: Afonso Pereira, José Cachaço e José Raposo, foram ordenados presbíteros no passado domingo, 19 de junho. Foi-lhes pedido que sejam “discípulos” para poderem ser “apóstolos e pastores da Igreja”.

A celebração, presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, decorreu na tarde de domingo na Igreja de Santa Maria da Graça, catedral da Diocese. O templo esteve repleto, com a presença de clero, familiares, amigos dos ordenados e restante comunidade diocesana.

O Padre José Lobato, administrador diocesano, explicou no início da cerimónia que tinha sido feito o convite a D. José Ornelas, anterior bispo de Setúbal para presidir à ordenação, “uma vez que acompanhou o crescimento e preparação dos três jovens”.

O administrador diocesano lamentou a Diocese de Setúbal estar em sede vacante mas deixou palavras de ânimo:

“Uma igreja vacante, sede vacante, não é uma diocese que esteja em pausa, parada cristalizada, à espera que venha alguém que a ponha a movimentar, nós vivemos do ministério episcopal que Cristo deixou e precisamos de um pastor, sucessor dos apóstolos, mas vivemos em Igreja de igrejas, de comunidades, uma Igreja viva, dinâmica e missionária”, afirmou.

D. José Ornelas manifestou a grande alegria de voltar à Sé de Setúbal, “onde nasci como bispo para o serviço da Igreja”, para “celebrar o dom precioso do Espírito que vai consagrar três novos Presbíteros para a Igreja de Setúbal.”

 

“Hoje vós sois constituídos, pelo Espírito, Discípulos-Apóstolos do Senhor Jesus”

Na sua homilia, explicou o rito da apresentação e eleição dos três jovens, que a Igreja considerou dignos e preparados para receberam o sacramento da Ordem:

É um ato que realizamos na Igreja, mas que revela a presença de Deus pelo Espírito do Senhor ressuscitado entre nós. A Igreja pediu esta ordenação, pois precisa destes irmãos, como Presbíteros para a sua vida e a sua missão, mas sabe que só Deus pode fazer com que, através da humanidade frágil deles, se afirme o poder transformador e salvador do Espírito Santo.”

Explicando o Evangelho proclamado na celebração, o prelado observa que a leitura mostra “as características fundamentais do discípulo-apóstolo”, tendo como referência Pedro e dos primeiros discípulos, não só pelos bons exemplos mas também pelos “equívocos a que estão sujeitos”.

O Bispo de Leiria-Fátima alertou que “a mentalidade humana de protagonismo pessoal, de carreirismo e autoritarismo contrastam com as palavras e as atitudes de Jesus, provocando a divisão nas comunidades, o escândalo entre os mais pequenos e o descrédito do anúncio do Evangelho”.

 

“Ser discípulos e apóstolos de Jesus crucificado, morto e ressuscitado significa assumir o convite a segui-Lo no dom de si próprio ao serviço dos irmãos, a libertar-se do protagonismo autorreferencial que atrofia quem o assume e divide a comunidade”, observou. “É necessário, pelo contrário, que Cristo transpareça, nas palavras, nos gestos e atitudes de acolhimento, de misericórdia de perdão e atenção especial aos que sofrem e são excluídos. É isso que significa “renunciar a si próprio e tomar a cruz”, seguindo Jesus no dom da vida por toda a humanidade e na vida que não acaba junto do Pai do Céu.”

“Nunca deixeis, pois, de ser discípulos do vosso Mestre e Senhor”, exortou aos ordenandos, pedindo que se deixeminstruir e guiar pelo Seu Espírito, a fim de que sejais irmãos acolhedores e misericordiosos na construção das comunidades que Ele vos enviará a servir”.

Só como discípulos podereis ser apóstolos e pastores na Igreja, pois é do discipulado de Jesus – da comunhão com Ele – que vem a missão e a autoridade para falar e ensinar, bem como a atitude de acolher, reconciliar, amparar e infundir esperança. Só podereis ser verdadeiros “padres” que cuidam e orientam, se não deixardes de ser irmãos daqueles com os quais formais a Igreja que o único Pai do Céu conduz, pelo Seu Espírito.”

Por fim, fez um apelo missionário, imitando o Bom Pastor, convidando a “ir à procura daqueles que ainda não pertencem ao rebanho”, não se fechando nas igrejas.

“Hoje vós sois constituídos, pelo Espírito, Discípulos-Apóstolos do Senhor Jesus para que o mundo possa ser por Ele transformado”, concluiu.

A ordenação sacerdotal

O momento da ordenação de um novo sacerdote revela-se de alguns gestos concretos.

O eleito apresenta-se. Depois da homilia, decorre a promessa daquele que vai ser ordenado sacerdote, na qual expressa a vontade de vir a exercer o seu ministério, seguindo-se a súplica litânica com o canto das Ladainhas, enquanto o eleito está prostrado.

Depois, o Bispo impõe, em silêncio, as mãos sobre o eleito e reza a oração de ordenação. Os presbíteros impõem as mãos ao candidato juntamente com o Bispo, para significarem a receção no presbitério.

 

Imediatamente a seguir à Oração de Ordenação, o Ordenado é revestido com a estola presbiteral e a casula, pelas quais é manifestado exteriormente o ministério que a partir de agora realizam na liturgia.

Segundo os ritos de ordenação, este ministério é ainda mais explicitado por outros sinais: pela unção das mãos, que significa a participação peculiar dos presbíteros no sacerdócio de Cristo; pela entrega do pão e do vinho nas suas mãos, na qual se indica o múnus de presidirem à celebração da Eucaristia e de seguirem a Cristo crucificado. Pelo ósculo da paz, o Bispo como que põe a marca da aceitação dos seus novos cooperadores no respetivo ministério, e os presbíteros saúdam os Ordenados em sinal do ministério comum na sua Ordem.

“Quero ser padre convosco”

No final da celebração, os três novos sacerdotes dirigiram as suas primeiras palavras à assembleia.

“Numa circunstância destas, é uma satisfação muito grande, mas mais do que isso é sentir-me muito agraciado por Deus por estar a dirigir-vos as minhas primeiras palavras como padre, nesta minha amada Diocese de Setúbal. Quero ser padre convosco”, referiu o Padre José Manuel Raposo.

“Hoje assistimos aqui à prova de que a nossa Igreja não é uma peça de museu, não é uma coisa poeirenta do passado, não é uma coisa velha que já não se usa. A nossa Igreja não cheira a mofo. Pelo contrário, ela hoje continua com a mesma novidade, com a mesma frescura que tinha no mesmo dia em Jesus chamou aqueles pescadores. Estamos aqui porque Deus não deixou de se relevante, não deixou de ser convincente, não deixou de ser sedutor. Estamos aqui porque ele continua a chamar-nos” afirmou o Padre José Manuel Cachaço.

“Peço-vos que me recebam. Entrego-me à vossa amizade, ao vosso cuidado, entrego-me à vossa oração, para que convosco possa crescer cada vez mais, neste ser de Jesus, para convosco também aprender a dar-me à Igreja” referiu o Padre Afonso Pereira, dirigindo-se ao clero.

Os três sacerdotes fizeram um forte apelo ao discernimento vocacional. “Se sentirem chamados, deem o vosso ‘sim’ como Nossa Senhora deu ao anjo. Quando se dá esse sim, de coração, de entrega, de fidelidade, de amor, vivemos na humildade e para servir” referiu o Padre José Raposo.

JM

Ordenações Presbiterais: Conheça os novos sacerdotes da Diocese de Setúbal

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21 de Junho de 2022