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Juventude/JMJ: A peregrinação dos Símbolos da JMJ na Vigararia de Barreiro/Moita

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Entre os dias 13 e 17 de novembro, a Cruz Peregrina da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone Mariano foram sinal da presença de Deus na Vigararia de Barreiro/Moita.

Acordámos o Tejo ao som dos tambores numa procissão marítima em direção ao cais da Moita, com o desejo de nos acordarmos a nós mesmos e aos que nos rodeiam para a Jornada Mundial da Juventude, o maior encontro de jovens do Mundo.

Saímos da nossa zona de conforto, daquilo que conhecemos (as nossas comunidades paroquiais), para algo desconhecido para a Igreja, aqueles que estão fora das paredes da paróquia. Saímos ao encontro daqueles que não procuram mas que desejam ser encontrados. Saímos ao encontro do outro que não conhece Jesus mas que é bem conhecido por Ele. Saímos para também nós próprios nos encontrarmos com Jesus, pois só dando é que se recebe e ao doarmo-nos inteiramente percebemos que recebemos muito mais do que o que damos.

Patrícia Caldeira é escuteira na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, tem 22 anos e acompanhou de perto esta peregrinação: “mais do que uma visita, foi um verdadeiro momento de aprendizagem, muito mais do que apenas uma passagem foi também um momento de testemunho e partilha para a comunidade, mas principalmente um momento de dar e receber.”

 

O itinerário destes dias privilegiou a passagem por um centro comercial, várias escolas secundárias, a Escola Profissional e a Escola Superior Tecnologia, de forma a levarmos Jesus aos locais onde as pessoas e os jovens estão.

Para além da oportunidade de divulgarmos este encontro que vai acontecer mesmo aqui ao lado em Lisboa com jovens de todo o mundo, falar de como ser voluntário e família de acolhimento, o principal objetivo foi levar a Igreja para fora das suas paredes enquanto edifício, mostrar uma Igreja viva que vai ao encontro do outro, lembrando este sentido missionário que nos é confiado no dia do nosso Batismo, ser anunciadores e levar o Evangelho a todos, principalmente aos mais afastados. Por isso,  também contemplámos no programa destes dias a visita a dois centros de acolhimento, um de crianças e mães e outro de jovens e também um centro de inclusão à deficiência.

Para Patrícia “a visita à associação Nós, o local de que, por todos os que passei foi onde me senti mais bem acolhida e onde senti que dei e recebi mais, não só por ter conseguido ver o sorriso das pessoas por nos termos lembrado delas mas por os termos ouvido e dar a oportunidade de partilharem também connosco algo. Nesse momento, apesar da chuva e de todas as contradições da jornada que tinham acontecido, senti que fazia sentido o que estávamos a fazer, que era isto que Deus queria e que por isto, já tudo valia a pena.”

Os símbolos confiados aos jovens pelo Papa São João Paulo II também marcaram presença nas paróquias, principalmente ao fim da tarde e noite que é quando os jovens regressam das aulas e trabalho.

 

João Paulo Nunes é catequista na Paróquia de Santo André, tem 52 anos e também acompanhou alguns momentos desta peregrinação: “a passagem dos símbolos pela minha paróquia foi um momento especial para mim, que já passei por algumas JMJ como peregrino”.

João Paulo participou em cinco Jornadas Mundiais da Juventude: Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Manila (1995), Paris (1997) e Roma (2000). Por isso o seu enorme desejo é “que os jovens sentissem a alegria e comunhão que vivi quando éramos convidados pelo Papa, nessa altura, São João Paulo II, quando nos reuníamos para escutar a sua mensagem e vibrávamos por estarmos todos juntos, vindos de diversos continentes com a mesma fé e alegria. A música inspirada num tema era sempre muito forte e fazia-nos renovar as forças para caminharmos com Cristo na sua luz e verdade.”

A passagem dos símbolos pela Vigararia Barreiro/Moita não ficaria completa sem a visita a algumas instituições locais, nomeadamente Bombeiros e Câmaras Municipais. Levar Jesus a esse local é levar a esperança e a luz, onde a Cruz e Maria se revelam sinais da presença do Pai entre aqueles que vivem o serviço aos que mais precisam e aos cidadãos. Os jovens presidentes, Carlos Albino e Frederico Rosa, acolheram os símbolos da JMJ Lisboa 2023 nos edifícios municipais, mostrando total abertura para o acolhimento e logística durante o encontro mundial de 2023.

 

Para Patrícia, a passagem dos símbolos foi uma forma de se aperceber de duas coisas principais: “a primeira, é de que existe pouco conhecimento sobre a JMJ ou, diria que existia pouco conhecimento, pois espero que a nossa partilha  tenha deixado alguma curiosidade a todos os jovens, pois fomos passando o nosso testemunho e estando junto da comunidade, conversando com os jovens enquanto falávamos dos símbolos e do grande peso (literal e metafórico) que os mesmos carregam; a segunda coisa de que me apercebi, só aconteceu devido a termos dado o testemunho, foi o receber de volta. Receber o amor das pessoas, a gratidão, histórias e sorrisos por estarmos ali.”

Para João Paulo, foi muito bom estar próximo dos símbolos enviados pelo Papa e que já tinham sido tocados por gentes de todos os continentes, fez-me sentir uma grande alegria, por estar em comunhão com esta Igreja viva e jovem que caminha com Maria e é sal e fermento no meio dos povos.”

 

No fim desta peregrinação todos ficámos diferentes, pois por onde Jesus passa nada fica igual, sentimo-nos transformados, renovados e com uma alegria tão grande que só queremos que os outros à nossa volta sintam o mesmo.

Estes momentos foram, para Patrícia, “ uma experiência inesquecível, enquanto jovem e peregrina, mas o mais importante foi ter a oportunidade de estar com a comunidade e de ser comunidade fazendo assim a passagem dos símbolos mais do que uma visita mas um momento de aprendizagem.

João Paulo espera que “os jovens sintam que vai ser um ano especial, sobretudo no momento em que aqueles milhares de jovens vierem a Lisboa e sem causarem confusão, trouxerem alegria e um sinal de esperança e de paz. E também que todos os jovens removem as suas forças neste grande evento, para se comprometerem na mudança para uma Igreja jovem e serem um sinal forte de valores cristãos neste mundo que precisa de gente coerente, construtores da paz e do amor.”

 

Ao longo destes dias, o Padre Tiago Veloso, pároco de Palhais/Santo António e assistente vicarial da juventude, acompanhou incansavelmente esta peregrinação e todos os que peregrinaram. Foi uma enorme graça tão grande doação e missão, algo que não lhe é indiferente já que o carisma da sua congregação é ser missionário passionista, através do anúncio do amor de Deus manifestado na Paixão e Morte de Cristo e da sua mensagem de esperança na Ressurreição.

O jovem sacerdote da nossa diocese já participou em duas Jornadas Mundiais da Juventude (Madrid 2011 e Cracóvia 2016) e mostrou-se muito entusiasmado por receber os símbolos pois “não é todos os dias que podemos estar tão próximos de símbolos da força do amor de Deus, tocados por tantos milhões de mãos ao longo de tantas décadas. Acompanhar o ícone mariano e a cruz na sua passagem pelas ruas e edifícios vários do território da Vigararia Barreiro/Moita foi como estar a acompanhar Jesus e Sua mãe numa visita aos jovens e menos jovens destes concelhos.

A sua pastoral na paróquia passa muito por cuidar dos jovens, ouvi-los, entrar no seu mundo e levá-los a Jesus. Por isso afirma que “poder sentir a força da Geração Z, o seu empenho e vontade de deixar uma marca no fundo, escutar as suas palavras e ouvir as suas inquietações e dúvidas foi o mais interessante para mim. Estar próximo daqueles que são os primeiros adolescentes e jovens que sempre tiveram a Google no bolso e o Wikipedia à distância de um clique foi um recordar que a Igreja é jovem e deve caminhar atualizada nos seus métodos, palavras, horários e ferramentas, para anunciar a Boa Nova de Deus que se fez Homem por mim e por ti. Senti que há muito por fazer para alcançar os mais jovens e ajudá-los a confiar na Igreja e a conhecer Jesus. A cruz e o ícone passaram, algo poderá ter ficado neles. Resta agora que os cristãos mais velhos tenham a capacidade de abrir portas e construir pontes, em vez de perderem tempo a criticar e a afastar os mais novos. Jesus veio por todos e a todos, a cruz e o ícone foram sinais disso, que a nossa veia missionária seja ativada, para fazermos o que mais ninguém fez antes, para o Evangelho chegar a eles.”

 

Comité Organizador Vicarial de Barreiro/Moita para a JMJ Lisboa 2023

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18 de Dezembro de 2022