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Juventude/JMJ: Cruz e ícone mariano foram «sinal de esperança e oportunidade de evangelização» na Diocese de Setúbal 

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Foi no dia 1 de dezembro que os jovens da Diocese de Setúbal despediram-se dos dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani –, no pavilhão desportivo do Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional, na Aldeia de Paio Pires, na Vigararia do Seixal, depois de um mês de peregrinação pelas sete vigararias da nossa diocese. 

“É um misto de alegria, de saudades, e algum poucochinho cansaço, que aqui nos encontramos para a despedida dos símbolos. E também com um grande sentimento de gratidão: Queremos agradecer ao Senhor tudo de bom e de belo que aconteceu ao longo deste mês”, disse a coordenadora do Departamento da Juventude – Diocese de Setúbal, Ana Lúcia Agostinho, no início da noite. 

João Marques, coordenador do Comité Organizador Diocesano de Setúbal para a JMJ Lisboa 2023, começou por lembrar um mês de novembro “muito intenso, e, antes deste mês, “todos os meses de preparação”, desde fevereiro. O pensar no que é que se queria com esta peregrinação: “O que é que a nossa diocese precisa neste momento difícil, em sede vacante, mas também em que estamos a preparar-nos para a Jornada Mundial da Juventude”. 

“Percebemos que queríamos que estes símbolos fossem um sinal de esperança e que fossem também uma oportunidade de evangelização. Queríamos leva-la aos outros e queríamos que os símbolos saíssem das portas das nossas igrejas, fossem para a rua, para mostrarmos aos outros a nossa fé. Queríamos fazer uma experiência missionária”, desenvolveu, sobre um “caminho intenso, exigente, feito à Setúbal”. 

A despedida da Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani foi um momento celebrativo de festa e oração, que teve a presença de jovens de todas as vigararias, contou com um concerto da cantora católica Claudine Pinheiro, o testemunho de dois jovens, que recordaram a visita na primeira e na antepenúltima vigararia que receberam os dois símbolos, e foi apresentado um vídeo-resumo deste itinerário realizado entre 30 de outubro e 1 de dezembro. 

“Certamente muitos dos que aqui estão a olharem para estes símbolos trazem superação, momentos, rostos, experiências, alegrias, noites mal dormidas, festa, e tanta vida que foi circulando em todas as nossas paróquias, pelas vigarias da Diocese de Setúbal. É um sinal que Cristo Vive, que a Igreja vive”, assinalou Ana Lúcia Agostinho. 

 

Adriana Abreu, de Setúbal, e João Mendes, de Almada, recordaram a passagem dos símbolos pelas suas vigararias, a “emoção”, o “desafio”, o “impacto” e o “envolvimento”, a mobilização das pessoas, e as expectativas na JMJ 2023. 

“A entrada dos símbolos foi uma experiência difícil de descrever, sobretudo a entrada da cruz na nossa Sé que foi um grande impacto. Uma cruz que percorreu tantos países e carregada por tantos jovens, e jovens há mais tempo, foi como que passar pelas minhas mãos esta humanidade que nos vem da fé; Grande emoção, acaba por dar a consciência que fazemos parte desta Igreja universal” – Adriana Abreu 

Adriana Abreu destacou a passagem dos símbolos “pelas ruas, pelas instituições, não terem ficado confinadas aos locais de culto”, porque “é muito importante os símbolos na rua”, Jesus não conhece limites temporais, limites espaciais, e a passagem dos símbolos é um reforçar dessa realidade”. Já João Mendes, nestas mesmas manifestações públicas, lembrou que numa procissão em Almada, “da Praça de São João Batista até Cacilhas”, passaram por muitas pessoas, e alguns colegas do Secundário foram “perguntar o que é que se passava, o que é que era aquilo”, enquanto da visita ao Politécnico de Setúbal partilhou que teve colegas “a saírem das salas para virem ver o que é que se passava, queriam experimentar, queriam ver o que era isto dos símbolos, uma cruz de três metros”. 

“Nós temos o desafio de trazer todos, e de fazê-los levantar, tentarem, experimentarem algo novo. Todas as pessoas de fora com o nosso esforço vão conseguir levantar-se e vão perceber que mesmo que não seja algo para eles é algo que é bom para nós e também é bom para eles” – João Mendes 

“Levantem-se e partam apressadamente, participem, e acima de tudo façam-se ouvir”, foi o convite do João, da Vigararia de Almada, aos jovens para a JMJ Lisboa 2023, e Adriana apontou a “uma experiência muito boa”, e para Portugal “vai ser algo que vai ter um impacto positivo”, realçando que “mais do que a Jornada importam os frutos, a Jornada passa mas o Senhor não”. 

 

Os membros do Departamento da Juventude que acompanham cada uma das sete vigararias da nossa Diocese de Setúbal também recordaram com símbolos/objetos a peregrinação da cruz e do ícone de Maria por essas comunidades, num momento de ação de graças: 

  • Setúbal (dias 1 a 4 de novembro): A réplica de uma pequena traineira e peixes e barquinhos em tricô (feitos por um grupo de idosas do centro paroquial que serviram para decorar o bairro para a peregrinação);
  • Palmela/Sesimbra (dias 5 a 8): Um cubo com fotografias dos pontos mais marcantes da passagem dos símbolos;
  • Montijo (dias 9 a 12): Fotografias que simbolizam a passagem dos símbolos pelas escolas;
  • Barreiro/Moita (dias 13 a 17): Um Terço missionário com pés, que simbolizou ir ao encontro dos outros; 
  • Almada (dias 18 a 21): Uma folha de papel, com palavras, nomes e desenhos, das crianças da catequese, dentro do desenho das suas mãos, que representou uma comunidade jovem em crescimento;
  • Caparica (dias 22 a 26): Um tijolo que representou a mobilização que os símbolos provocaram nos jovens;
  • Seixal (27 de novembro a 1 de dezembro): Uma cartolina com o percurso por todas as paróquias com fotografias. 

 

Palavras do Padre José Lobato, Administrador Diocesano de Setúbal

“Os símbolos trazem uma história e levam essa história agora acrescentada da nossa Diocese de Setúbal, certamente são mais pesados de diocese para diocese, vão recebendo uma carga simbólica, não um peso físico, mas é um apelo, um convite, um desafio, a muita gente que estava passando. As pessoas regiam naturalmente, não se vão converter naquele dia mas são as tais pequenas sementes que hão de dar fruto. Compete-nos a nós semear. 

Que esta jornada dos jovens, da juventude, seja também força, inspiração, para a renovação da Igreja; Os jovens não são apenas para enfeitar a Igreja, é bonita uma assembleia onde há os jovens, onde há crianças, também onde há idosos, mas os jovens são necessários, como diz o Papa Francisco na Exortação (apostólica pós-sinodal) ‘Cristo Vive’, os jovens são a garantia do futuro. 

São hoje já a garantia, como é que vai ser, como é que vai acabar a guerra na Ucrânia, quantos mortos mais haverá, quais são os critérios para conduzir os povos, os países, os jovens não têm nada a dizer, como é que será a economia, em rede, que procura distribuir não apenas aumentar a produção a riqueza, mas distribuí-la. Se não a economia mata, como diz o Papa. 

Quem é que vai tomar conta da sociedade nas próximas décadas, são aqueles que hoje são jovens, e que se forem animados pela luz do Evangelho então o futuro será diferente.” 

Palavras de D. Américo Aguiar, Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023

“Quero agradecer ao COD de Setúbal ter sobrevivido este mês e os símbolos também sobreviveram a este mês de peregrinação sadina. O que fizeram já vale muito mas o que é importante é o que há para fazer, e o mais importante serão os frutos da Jornada. 

Ouvi em Setúbal e ouvi noutras dioceses coisas muito simpáticas, até fora do nosso país: As pessoas viram jovens em atividades na Igreja que nunca tinham visto, e viram igrejas cheias de jovens que nunca tinham visto. Isto significa que os jovens estão disponíveis para acolher o anúncio e o testemunho de Cristo Vivo. É isso que a Jornada deve ser, um encontro com Cristo vivo e contamos muito com os jovens de Setúbal, com a Diocese de Setúbal, como diocese de acolhimento, família de acolhimento.”

 

 

Claudine Pinheiro, com a música do órgão de Luís Esperança, aqueceu a noite num concerto-oração que começou por convidar a comunidade a rezar através da música e a levantar-se, lembrando que o “Senhor é o meu pastor”, e que pode “salvar-nos com a sua misericórdia”.  

A cantora católica, ligada aos Salesianos, incentivou os presentes a estarem “disponível para o que Deus propor, Ele vem ao nosso encontro e pergunta ‘o que queres que eu te faça’”, e não se ausenta, mesmo “nos momentos em que falta a esperança, em que parece que Deus vai a dormir”, afinal “Deus tem sempre uma promessa a cumprir na nossa vida”, como na promessa que fez a Sara e despertou o riso. 

O encontro de festa e oração para a despedida dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude terminou com o hino da JMJ Lisboa 2023, interpretado pelo Grupo de Jovens Fénix e coreografado pela Juventude Rivier, no palco do pavilhão desportivo do Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional. 

 

No dia seguinte, 2 de dezembro, uma delegação de jovens da Diocese de Setúbal entregou a cruz e o ícone de Nossa Senhora à Diocese das Forças Amadas e de Segurança, na Base Naval do Alfeite, em Almada. O Ordinariato Castrense recebe a 14ª etapa da peregrinação dos dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude e o primeiro ramo das Forças Armadas foi a Marinha. 

A Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani da JMJ estão a percorrer as 21 dioceses católicas de Portugal até ao mês de julho de 2023, e depois participam na Jornada de 1 a 6 de agosto. 

Departamento da Juventude da Diocese de Setúbal

 

O Departamento de Juventude da Diocese de Setúbal agradece a colaboração e apoio na realização desta iniciativa de despedidas dos símbolos da JMJ ao Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional, à C.M. Seixal, ao João Neves pelo som, à Claudine Pinheiro e ao organista Luís Esperança, à jornalista Filipa Marques pela apresentação, e ao Grupo de jovens Fénix e à Juventude Rivier. 

Cruz Peregrina 

Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por São João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. 

Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis. 

Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani  

Desde 2000 que a Cruz Peregrina é acompanhada pelo Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços. Este Ícone foi introduzido também pelo Papa São João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens. 

Com 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani está associado a uma das devoções mais populares marianas em Itália: é antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. 

O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica.

 

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23 de Dezembro de 2022