O Bispo de Setúbal jantou esta quarta-feira, 8 de novembro, com os provedores e membros de mesa das onze Santas Casas da Misericórdia existentes na Diocese de Setúbal.
Segundo o presidente do Secretariado Regional de Setúbal da União das Misericórdias Portuguesas e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, Fernando Cardoso Ferreira, o encontro “resulta da vontade do senhor cardeal, bispo de Setúbal, de querer estar com as misericórdias da sua diocese”.
Na sua intervenção, o responsável agradeceu a oportunidade de “estar em proximidade” com o novo bispo que “nos enche de satisfação e esperança”.
“As Misericórdias na Diocese de Setúbal estão a atravessar há algum tempo uma crise terrível. Em alguns pontos e em algumas cidades da península [as situações] são ainda mais complexas. Entendemos que o seu conforto espiritual nos vai enriquecer de algum modo. Quero reiterar a nossa satisfação, o nosso agradecimento”, complementou.
O encontro decorreu numa unidade hoteleira na cidade de Setúbal e contou com a presença de Manuel Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas.
Na sua intervenção, também Manuel Lemos referiu a “situação difícil de Setúbal” ressaltando a preocupação que todos sentem com a sustentabilidade das misericórdias.
“Foi para mim uma enorme alegria estar aqui neste primeiro encontro com o Bispo de Setúbal. Temos a certeza que vai colaborar conosco. Vai ser muito bom para Setúbal”, acrescentou.
“É com muito carinho que acompanharei as misericórdias”
Nas suas palavras aos provedores e mesários das misericórdias, o Bispo de Setúbal agradeceu o seu trabalho: “Hoje em dia, disponibilizar-se para gerir uma Misericórdia, uma IPSS ou outra instituição do género, do chamado terceiro sector, é martírio mas é indispensável”.
Destacou o papel do sector social, sem o qual a sociedade “não funciona” e defende que o apreço público pelo trabalho das instituições se deve traduzir em “decisões políticas permanentes”, que “correspondessem a esse reconhecimento”.
O Cardeal D. Américo Aguiar afirmou que a Misericórdia é uma das instituições que o define como pessoa, após ter sido, durante 12 anos, capelão da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
“É com muito carinho que acompanhei e que continuarei a acompanhar as misericórdias. Gostaria de ser irmão de todas as misericórdias. Tentarei visitá-las a todas no mais curto espaço de tempo. Podeis contar comigo para as lutas. Acompanho-vos nos problemas, nos desafios, na coragem e na oração”, declara.
“Quero fazer caminho juntos naquilo que é o respeito pela autonomia e o funcionamento de cada misericórdia”, acrescenta.
Muita gratidão, homenagem e bênção a todas as misericórdias, a todos vós e a todos os seus utentes”, conclui.
As Santas Casas da Misericórdia são associações de fiéis, com criação canónica, cuja ação assenta na assistência à comunidade em diferentes respostas de apoio social e cuidados de saúde.
“Com uma missão inspirada nas 14 obras de misericórdia, as Misericórdias renovam em permanência a sua missão, sendo que o objetivo é sempre o mesmo: melhorar a nossa maneira de estar e viver em comunidade”, pode ler-se na página oficial das União das Misericórdias Portuguesas.
A primeira Misericórdia em Portugal, a de Lisboa, foi fundada em 1498 pela rainha D. Leonor, viúva de D. João II, que inspirou a criação de outras Misericórdias em Portugal e na diáspora portuguesa.
JM