comprehensive-camels

Arte Sacra: Ciclo Formativo

Arte Sacra

No passado Sábado, dia 29 de Abril, a Capela do Senhor do Bonfim de Setúbal acolheu as três dezenas de participantes na segunda sessão do ciclo formativo “Aprender a Ler a Arte Sacra”, promovido pela Comissão Diocesana de Arte Sacra de Setúbal. O orador convidado foi o Padre António Pedro Boto de Oliveira, docente de Arte e Arqueologia Cristã e Estética e Teologia na Universidade Católica Portuguesa, que abordou o tema “Iconografia e Catequese. Imagens que contam estórias”.

O Padre António Pedro Boto de Oliveira começou por se referir à dimensão do ensino da Fé que as obras de arte encerram. Nessa sequência, e dada a importância da imagem nos dias de hoje, lamentou o “abonecar” da imagem de Jesus, da Virgem Maria e dos Santos nos actuais catecismos para a infância, que se baseia no pressuposto de assim a tornar mais atraente e simpática para as crianças.

Para contrariar tal tendência, e tendo em consideração a grande sensibilidade dos mais novos para a cultura visual, apontou as possibilidades da transmissão da Fé através de uma catequese “prática”, por via das representações da arte cristã que o tempo “sacralizou” e que contam histórias no sentido narrativo (“estórias”). “O que estamos a ver é a Palavra; a imagem é ver a Palavra de Deus e esse é dos aspectos mais fascinantes da iconografia cristã”, disse o orador.

A pintura, a escultura, o azulejo e a talha presentes na Capela do Senhor do Bonfim serviram para ilustrar a incursão que o Padre António Pedro Boto de Oliveira fez pela iconografia cristã em geral.

“Não nos limitamos apenas ao património que é o nosso, mas a partir dele damos a conhecer uma dimensão mais vasta da Arte – em concreto, da Arte Cristã – que penso que é algo de fundamental para levar às pessoas um conhecimento a que elas muitas vezes não têm acesso”, afirmou o orador no final da sessão. E apontou o mérito do “Aprender a Ler a Arte Sacra“ ao permitir às pessoas contactarem de uma outra forma com realidades que conhecem de ver, mas que por vezes lhes são um pouco distantes por não as terem aprofundadas quanto ao seu significado”.

Uma formação extremamente necessária

Foi com agrado e proveito que Marieta Seixas da Fonseca escutou o orador, comentando que “muitas vezes entramos nas igrejas, olhamos e não entendemos o que lá está” e que “este tipo de explicação permite-nos viver muito mais a mensagem que toda essa Arte nos quer transmitir”.

Salientou ainda o facto de as sessões se realizarem em diferentes igrejas, pois “isso permite que conheçamos as igrejas de Setúbal; nomeadamente no meu caso, que sou de Lisboa e que vim de propósito para participar na sessão, porque achei essa proposta interessantíssima”.

Outro dos participantes, Artur Barros, destacou o relevo da iniciativa para quem se insere quer no contexto paroquial, quer no contexto diocesano, pois, no caso específico desta sessão acerca da iconografia e catequese, ele próprio, como catequista, pôde usufruir de “uma formação extremamente necessária” para essa sua missão na Paróquia de Vale de Milhaços.

E acrescentou “Sou professor de Português e aqui têm sido referidos aspectos que aparecem, por exemplo, na Literatura e, por isso, muitas vezes recorro também aos conhecimentos aqui adquiridos para as aulas”, destacando o alcance deste ciclo formativo promovido pela Comissão Diocesana de Arte Sacra de Setúbal, que extravasa o âmbito eclesial.

A 3ª e última sessão do “Aprender a Ler a Arte Sacra” realizar-se-á a 27 de Maio próximo, na Igreja de São Sebastião, em Setúbal, e abordará o tema das alfaias e paramentos litúrgicos.

Todas as informações acerca desta iniciativa encontram-se disponíveis em www.artesacra-setubal.org

L. Silva

Partilhe nas redes sociais!
04 de Maio de 2017