comprehensive-camels

Irmã Isabel (FMM) completa 75 anos de Vida Consagrada

Sem Título-1

Aos 94 anos, a Ir. Isabel celebra o 75º aniversário dos seus votos na congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria.  

Nascida em 1930, no Funchal, Ir. Isabel dedicou a sua vida a ajudar os mais necessitados. Entre o Funchal, Moçambique, Angola, Lisboa e Setúbal, procurou sempre ser o rosto de Cristo entre as guerras, a pobreza e as dificuldades.  

“Fui muito feliz, aprendi muito com as pessoas mais vulneráveis”, afirma a Irmã ao relembrar as pessoas que ajudou.  

Aos 18 anos iniciou a sua vida nas Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria no Funchal, mas a sua caminhada na fé já vem desde muito nova. A Irmã Isabel relembra o seu pai, terceiro carmelita, como o seu primeiro exemplo de fé: “Olhe a minha catequese começou pelo meu pai. (…) Ele rezava todos os dias, todos os dias, rezava sempre o terço. (…) Ele deu-nos o exemplo de rezar, de orar”.

Para além disso, a Irmã relembra uma infância sempre ligada à religião e com uma grande admiração pelas Irmãs com que se ia cruzando na sua Paróquia: “muitas vezes nós íamos à Igreja, às vezes fazer uma visita, e era a hora das irmãs rezarem, então algumas saíam com muita solenidade, desciam as escadas, e isto entusiasmava-me, pensava «Á, que bonito que isto é!» , admirava-me, foi quando comecei a dizer à minha mãe que queria ser irmãzinha, não percebia nada, era uma criança, mas via as irmãs com este gesto de adoração, de respeito”.  

Aos 30 anos, a Irmã Isabel é enviada para Moçambique onde passou 14 anos, até 1974. Após isso, seguiu para Angola, onde passou mais 14 anos a ajudar e ensinar a comunidade. Viveu muitos anos de guerra, mas afirma que apesar de tudo sempre se sentiu protegida pelos seus alunos e pelas pessoas que foi ajudando ao longo do tempo.  

“Matei muita fome com roupa!”, relembra com alegria. “Nós recebíamos às vezes roupa aqui de Portugal porque a minha irmã estava cá, mandou-me um conjunto de casaco e saia, muito lindo, e depois também recebíamos comida do continente ou da cantina da diocese, mas quase não chegava e o que nos sobrava era para as outras Irmãs. Ora muitas vezes à hora do almoço vinha alguém bater à porta, e eu pensava «Ai Meu Deus eles só querem comida, mas eu comida não posso dar porque tenho de mandar para as minhas irmãs». Então, um dia um rapaz veio-me bater à porta e eu disse-lhe «Olha, eu neste momento não te posso dar de comer, mas eu tenho lá um fato muito bonito, se tu quiseres vai vender e compra comida». Pronto, lá foi o rapaz, todo contente. Passados não sei quanto meses, dois, três, voltou e disse «Irmã, agora já consigo voltar para o Congo, eu ganhei não sei quanto com a venda daquele conjunto!». 

Em 2001 chega à Paróquia da Charneca de Caparica, onde se encontra até hoje e onde teve uma contribuição fundamental para o Apoio Fraterno. Relembra com carinho as pessoas que ajudou ao longo dos anos: “olhe, em Angola e em Moçambique eu ensinei o que sabia, mas aqui eu aprendi o que não sabia, o contacto com as pessoas faz-nos crescer”.  

Aos 94 anos, a Irmã Isabel é ainda uma mulher alegre, comunicativa e cheia de vida. Gosta de se manter informada, de partilhar as suas histórias e do contacto com os jovens.  

Toda a Diocese de Setúbal se alegra por poder celebrar os 75 anos de vida consagrada desta Irmã que, certamente, é um exemplo para todos.  


Fotos: Lara Franquelim Alves e Ricardo Perna
Artigo: Lara Franquelim Alves 

Partilhe nas redes sociais!
13 de Junho de 2024